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O Ministério Público Federal no Distrito Federal ajuizou ação de improbidade administrativa contra quatro pessoas e duas empresas acusadas de fraude a licitações do Ministério da Saúde. A ação é resultado da Operação Vampiro, deflagrada em 2004.
O MPF também quer a anulação de três contratos firmados em 2001 entre a União e as empresas Octapharma e LFB e a devolução de cerca de R$ 227 milhões aos cofres públicos. A ação é contra a União, as empresas fornecedoras de hemoderivados, seus representantes legais (Jaisler Jabour, Paulo Lalanda e Marcelo Pitta) e o ex-servidor do Ministério da Saúde, Luiz Cláudio Gomes. Eles são acusados de praticar atos de improbidade administrativa que resultaram em enriquecimento ilícito.
Contratos ilegais aconteceram quando Serra era ministro
Repararam na data dos contratos? 2001. O ministro da Saúde era o atual governador de São Paulo, José Serra. Segundo o MPF, R$ 227 milhões foram desviados nas barbas do ministro. E não foi por falta de aviso.
Aqui mesmo, em 26 de setembro de 2006, publiquei uma postagem sobre a Operação Vampiro, onde mostrava que, em 2001, chegou uma denúncia anônima encaminhada diretamente a José Serra e protocolada no Ministério da Saúde. Segundo o relatório da PF, a denúncia "dá conta da prática de diversos crimes". Havia dois acusados. Um deles era Platão Fischer Puhler, diretor do Departamento de Programas Estratégicos e um dos homens de confiança do ministro. O outro era o empresário Jaisler Jabour, que mais tarde se descobriu ser o chefe do braço na iniciativa privada dos vampiros.
Máfia dos Vampiros nasceu em ninho tucano
A PF constatou que o então ministro Serra abriu e leu o documento com a denúncia. O que fez Serra? Mandou o próprio Platão – seu homem de confiança e envolvido na denúncia – investigar o caso. Ou seja, auto-investigar-se. Uma atitude socrática...
O ajuizamento da ação de improbidade, no ultimo dia 14 de fevereiro, confirma o nascimento em ninho tucano do esquema que veio a ser desbaratado pela Operação Vampiro, em 2004.
Segundo o procurador da República Gustavo Pessanha, da Procuradoria Geral da República no Distrito Federal, as fraudes na compra superfaturada de remédios e hemoderivados tiveram início em 1998.
Esquema dos vampiros só começou a ser investigado no governo Lula
As investigações, que vieram a desbaratar a quadrilha, começaram apenas em 2003, no primeiro ano do governo Lula. E acabaram respingando sangue em Luiz Cláudio Gomes, homem de confiança do ministro da Saúde de Lula na época, Humberto Costa. Gomes também foi ajuizado na ação, por facilitar a assinatura de aditivos aos contratos iniciais.
Vamos ver como a notícia será tratada nos jornalões. Embora o ajuizamento tenha sido feito no dia 14, até o momento o silêncio - bem de acordo com o vampirismo - é sepulcral.