Prossegue a reportagem onde Luis Nassif está destrinchando a revista Veja. Já são oito capítulos, que merecem ser lidos. Assim como o artigo da jornalista Marina Amaral, Como se constroem as notícias, que já indiquei aqui e serve de complemento – ou introdução.
A história começou a esquentar, com a entrada em cena de Daniel Dantas. Logo, vêm mais novidades nos próximos capítulos. Se a exposição ao sol do quem é quem na redação de Veja já é um tremendo serviço que Nassif presta a seus leitores, quando ele chegar à cúpula de Veja e da Abril – o que espero que venha a ocorrer – é que o assunto ficará ainda mais interessante.
Porque, por mais que sejam poderosos, diretor de redação, editores, colunistas, todos são empregados da revista, estão ali porque o patrão permite. Na hora em que deixarem de ser interessantes, rodam pela louça branca abaixo.
Para completar a série do Nassif só falta aparecer o Rodrigo Vianna da Veja. Você, meu leitor arguto, minha leitora perspicaz, que além do mais têm memória prodigiosa, recordam-se de Rodrigo Vianna. Aquele repórter que trabalhou durante 12 anos na Rede Globo (hoje está na Record) e que, ao não ter seu contrato renovado, enviou uma carta a seus companheiros, que foi veiculada na imprensa. Ali, contava tudo o que Kamel queria negar a respeito da eleição passada.
É uma carta longa, mas a íntegra da carta de Rodrigo Vianna pode ser lida aqui. Abaixo, dois trechos que escolhi.
Intervenção minuciosa em nossos textos, trocas de palavras a mando de chefes, entrevistas de candidatos (gravadas na rua) escolhidas a dedo, à distância, por um personagem quase mítico que paira sobre a Redação: "o fulano (e vocês sabem de quem estou falando) quer esse trecho; o fulano quer que mude essa palavra no texto".
Tudo isso aconteceu. E nem foi o pior.
(...)
E o caso gravíssimo das perguntas para o Serra? Ouvi, de pelo menos 3 pessoas diretamente envolvidas com o SP-TV Segunda Edição, que as perguntas para o Serra, na entrevista ao vivo no jornal, às vésperas do primeiro turno, foram rigorosamente selecionadas. Aquele diretor (aquele, vocês sabem quem) teria mandado cortar todas as perguntas "desagradáveis". A equipe do jornal ficou atônita. Entrevistas com os outros candidatos tinham sido duras, feitas com liberdade. Com o Serra, teria havido, deliberadamente, a intenção de amaciar.
Quem será o Rodrigo Vianna de Veja?
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A serie eh chocante, eletrizante! Nunca vi nada parecido na imprensa brasileira! (e tenho zero simpatias pelo tal Vianna.)
ResponderExcluirA Veja tem ou teve um "Rodrigo Vianna"? Pago pra ver! Ou melhor, seria impagavel!!!
ResponderExcluirUma colega minha foi funcionária da Veja São Paulo. É pessoa das mais honestas e probas que conheço. Certa vez, a vi caindo em prantos (e bote prantos nisso) com certas coisas que ocorriam por lá.
ResponderExcluirNão demorou muito tempo para ela cair fora daquele lugar e ir passar uns tempos no exterior. Preferiu ser garçonete nas Orópa a jornalista da Vejinha.
Voltou ao Brasil e, pelo que vi, não irá voltar ao jornalismo ou mesmo a São Paulo. Fez outra faculdade e em breve, é bem possível que a vejamos em outra profissão e mandando muito bem como sempre mandou. E a imprensa perderá mais uma profissional de alto gabarito...