Uma polêmica está dividindo a opinião pública colombiana. O governo Uribush oferece recompensa a quem dê pistas ou colabore para a prisão de membros das FARC. A recompensa para a captura de Ivan Rios, que participava da cúpula da organização, estava estipulada em US$ 2,6 milhões.
Pedro Pablo Montoya, que fazia parte das FARC, resolveu mudar de lado e receber a recompensa. Mas adotou um método radical para isso. Assassinou Ivan Rios e esposa, decepou a mão direita do líder, pegou seus documentos e laptop, entregou-se ao exército colombiano e agora reclama a recompensa, ao estilo Velho Oeste. Quer receber US$ 2,6 milhões por duplo assassinato, roubo e violação de cadáver.
Pagar ou não pagar, é o hamletiano dilema de Uribush, que já declarou que está “à espera do resultado das investigações sobre a morte de Rios”, para verificar o direito de Montoya à recompensa.
Pelo menos nos jornais, as opiniões estão divididas. Alguns acham que na oferta da recompensa não estava especificado se a entrega da encomenda exigia que o guerrilheiro estivesse vivo. Outros afirmam que na Colômbia não existe pena de morte (oficialmente, na letra da Lei – entenda-se), portanto, a recompensa não deve ser paga.
É um exemplo de onde a política “olho por olho, dente por dente” pode levar um país. Se os guerrilheiros das FARC agem de forma covarde e desumana, quando seqüestram e mantém prisioneiros em situação degradante, o governo não pode responder com mais irracionalidade e violência.
Qualquer que seja a solução do dilema uribushiano, a Colômbia perde, perdem os colombianos, quando um assassino se acha com direito a recompensa por seu gesto covarde.
Leia também:
» O terrorismo de Bush, das FARC e da mídia corporativa
ATENÇÃO: Se você ler esta postagem em outro local que não este blog, sem o devido link para cá, é ROUBO.
Caro Mello:
ResponderExcluirEste “rapaz bendito” Álvaro Uribe, presidente da Colômbia (Bendito na opinião de *Pablo Escobar - grande empresário do ramo dos farináceos) não vai querer sujar sua reputação de homem íntegro deixando de pagar uma ninharia de recompensa aos seus colaboradores em “causas humanitárias”. O dilema hamletiano de Uribush é o eterno dilema da humanidade em optar entre a barbárie e a civilização. É quase que a mesma dúvida enfrentada pela igreja católica, há 408 anos, quando a questão era: Queimar ou não queimar na fogueira, numa praça pública romana, o filósofo italiano Giordano Bruno. Na dúvida, lavaram as mãos como Pilatos e, em nome de Deus, terceirizaram a tarefa. O traidor - Pedro Montoya - merece seus “trinta dinheiros” pelo conjunto da obra (além de matar o casal cortou as mãos do procurado para comprovar que era mesmo o comandante das FARC, Ivan Rios, o objeto da recompensa). Os custos, não só financeiros, serão pagos pela sociedade como um todo pelo que isto representa em termos de involução de valores éticos e morais na história da humanidade. A hipocrisia dos que se dizem justos e cristãos, mas admitem este tipo de prática, continua fazendo parte do DNA – Demagogia Natural Adaptável - da nossa espécie. “URIBE E BUSH, ENFIM SÓS” como diz o título da matéria de Antônio Luiz M. C. Costa na edição desta semana da revista Carta Capital.
* http://blogdomello.blogspot.com/2008/01/pablo-escobar-sobre-uribe-se-no-fosse.html
Saudações bolivarianas!
Ele acha que vai receber a recompensa e continuar vivo, além de assassino e traidor é um otário.
ResponderExcluir