quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Oficial da PM do Rio defende redução da maioridade penal. Eu defendo a extinção das PMs no Brasil
Em artigo reproduzido no Nassif, o tenente coronel da reserva da PM do Rio Milton Corrêa da Costa defende a redução da maioridade penal. É direito dele, e sei que ele vocaliza o pensamento de muitos como ele - militares, policiais ou não, mas especialmente donas de casa apavoradas com o noticiário, velhinhos indefesos, todos vitimados pelos Datenas da vida.
A violência é real? Sim. Há menores assaltando, traficando, assassinando e sendo manipulados por criminosos adultos, exatamente por serem menores de idade? Sim.
Mas, a solução estaria na pura e simples redução da maioridade penal? Para quantos anos? 15? 14? 13? 12? Quantos?
Suponhamos 12. Alguém já imaginou um menor de 12 anos num presídio como Bangu I, por exemplo?
Além disso, alguém acha que por conta disso os bandidos não iriam arregimentar menores de 12 anos? Crianças com 11, 10, 9 anos, algumas com chupeta na boca e papelote na mão para defender algum para a família? É isso?
Se a proposta viesse de um civil, eu ainda entenderia. Mas um oficial PM sabe muito bem como são indecorosas, indecentes, cruéis as condições de nossas penitenciárias. Sabe também muito bem que essas condições são reproduzidas tal e qual nos tais institutos de acolhimento para menores infratores, na realidade presídios imundos, violentos e indecorosos como os dos adultos.
Seria enxugar gelo, apenas mais uma faceta da necessidade de vingança, da lei de talião, do olho por olho que nos acomete quando sofremos uma violência, mas que não pode de modo algum ser reproduzida num estado democrático e que respeite os direitos humanos.
Já a extinção das PMs no Brasil, sim, seria uma forma imediata de diminuir a violência. Basta acompanhar o noticiário para perceber que praticamente não há crime no Brasil sem a participação direta ou indireta de policiais militares. Ou são agentes do crime, ou seus mandantes, ou seguranças.
Milicianos, em geral, são policiais militares. Assim como os que vendem segurança privada, espalhando insegurança.
Por isso, antes de se falar em redução da maioridade penal, deveríamos melhorar a qualidade dos presídios e dos institutos de menores infratores. Mas, antes de mais nada, extinguir as PMs do Brasil, educadas e formadas na ditadura militar, alimentadas pela certeza da impunidade - a mesma certeza dos torturadores da ditadura, até hoje sem pagar pelos crimes cometidos.
Com a desmilitarização, haveria a unificação das polícias, que é defendida há muito tempo pelos principais especialistas em segurança pública com respeito aos direitos humanos.
Acho que é um bom início para discussão. E você?
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A redução da maioridade penal somente legitimaria as execuções que acontecem nas periferias das grandes cidades: execução de pobres pretos e mulatos. É criminalização da miséria. A classe média não tem o sentimento de misericórdia. Os ricos jamais serão punidos! Exemplo disso é o filho do Eike Batista, assassino que vive livre escarnecendo de todos... Noutro dia deu uma festinha em sua mansão para onde levou seis caminhões de tomates que forem despejados... Depois, ainda tem gente que quer que a maioridade penal vá para 16 anos. Enquanto este palhaço, assassino rico, livre, escarnece de todos. Sem noção. Nunca vai ter. Nem ele nem os amiguinhos, nem os pais. Brasil, país da impunidade!
ResponderExcluirAqui no Brasil, todos os dias são executados homens pobres, pretos, das periferias das grandes cidades. Muitos são menores. São os PPP, que são assassinados cruelmente pela política de extermínio.
Mais escolas menos cadeias! Delinqüência juvenil se previne com educação. Eliete Ferrer
http://www.youtube.com/watch?v=EKCfmItjFBc
Violência só gera mais violência. Os países que investiram em pré-natal, creches e educação infantil de qualidade se livraram da violência. A personalidade se forma no período compreendido entre a gestação e mais ou menos os seis anos. Este é o período mais importante e onde deveríamos concentrar os mais bem pagos e os mais capacitados profissionais.
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