Todos sabemos que o Barcelona tem um suplemento alimentar fornecido a seus atletas e um trabalho de aumento de massa muscular. Basta ver o que fizeram com Ronaldinho Gaúcho. Espero que não façam o mesmo com Neymar.
Porque Neymar só é este Neymar Bailarino pelo físico que tem. Se enfiarem aquelas coxas de rã nele, sei não. Sua leveza de movimentos - como a dos bailarinos - pode se transformar em acrobacias mecânicas, como as dos ginastas olímpicos, que produzem belas apresentações, mas sem leveza, sem desvio de curso - aquele maravilhoso mudar o sentido de voo das borboletas que o Neymar tem.
Até no Messi eles botaram os coxões de rã, mas não tão pronunciados. Acontece que a característica principal de Messi não é o drible em velocidade, a virada imprevista de direção, como em Neymar.
Portanto, pessoal do Barcelona, não destruam o Bailarino, como outros fizeram com o Robinho.
Carta da médica Juliana Mynssen citada por Gaspari em sua coluna é desabafo feito a partir de uma inverdade
Em sua coluna de hoje, publicada em vários jornais pelo país, o jornalista Elio Gaspari indica a leitura do desabafo de uma médica, Juliana Mynssen da Fonseca Cardoso.
Já o havia lido nas redes sociais. Muitos que não o conhecem vão tratar de conhecê-lo hoje, como o fez o blogueiro Josias de Souza, que o publicou na íntegra em seu blog.
É desabafo sincero de uma cirurgiã-geral, que vive as dificuldades do dia-a-dia dos hospitais de países em desenvolvimento. (Não só dos países em desenvolvimento. Nos EUA, paciente entrou em coma num hospital e foi acordar em outro na Polônia).
No texto, ela fala das dificuldades materiais da rede, mas tanto acredita no trabalho desenvolvido que se trata e a familiares por lá.
E tudo continuaria assim se dois acontecimentos não a levassem a escrever o texto:
O primeiro, nas palavras dela:
Nada que não tenha empolgado a todos nós (não subscrevo o "menos populista", porque sei aonde querem chegar com ele...) que defendemos essas melhorias, e somos solidários à doutora.
Mas, aí vem o segundo acontecimento que a levou ao texto, e a inverdade que coloquei no título. Segunda a doutora, a presidenta Dilma teria dito em seu pronunciamento que iria importar médicos para melhorar a qualidade da medicina no Brasil. Isso a indignou.
Só que... a presidenta Dilma NÃO disse isso nem nada semelhante a isso em seu pronunciamento à Nação. Eis a íntegra das palavras de Dilma sobre o tema saúde naquela ocasião:
Portanto doutora, por mais que a senhora tenha antipatia à presidenta ("Não tenho palavras para descrever o que penso da ‘Presidenta’ Dilma. (Uma figura que se proclama ‘a presidenta’ já não merece minha atenção)"), se deixar essa antipatia (ou preconceito?) de lado, talvez a doutora descubra na sua área ter mais semelhanças que diferenças com ela.
Já o havia lido nas redes sociais. Muitos que não o conhecem vão tratar de conhecê-lo hoje, como o fez o blogueiro Josias de Souza, que o publicou na íntegra em seu blog.
É desabafo sincero de uma cirurgiã-geral, que vive as dificuldades do dia-a-dia dos hospitais de países em desenvolvimento. (Não só dos países em desenvolvimento. Nos EUA, paciente entrou em coma num hospital e foi acordar em outro na Polônia).
No texto, ela fala das dificuldades materiais da rede, mas tanto acredita no trabalho desenvolvido que se trata e a familiares por lá.
E tudo continuaria assim se dois acontecimentos não a levassem a escrever o texto:
O primeiro, nas palavras dela:
Nesses últimos dias de protestos nas ruas e nas mídias brigamos por um país melhor. Menos corrupto. Transparente. Menos populista. Com mais qualidade. Com mais macas. Com hospitais melhores, mais equipamentos e que não faltem medicamentos. Um SUS melhor.
Nada que não tenha empolgado a todos nós (não subscrevo o "menos populista", porque sei aonde querem chegar com ele...) que defendemos essas melhorias, e somos solidários à doutora.
Mas, aí vem o segundo acontecimento que a levou ao texto, e a inverdade que coloquei no título. Segunda a doutora, a presidenta Dilma teria dito em seu pronunciamento que iria importar médicos para melhorar a qualidade da medicina no Brasil. Isso a indignou.
Só que... a presidenta Dilma NÃO disse isso nem nada semelhante a isso em seu pronunciamento à Nação. Eis a íntegra das palavras de Dilma sobre o tema saúde naquela ocasião:
O terceiro passo é na questão da Saúde. Quero propor aos senhores e às senhoras acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs e unidades básicas de saúde. Por exemplo, ampliar também a adesão dos hospitais filantrópicos ao programa que troca dívidas por mais atendimento e incentivar a ida de médicos para as cidades que mais precisam e as regiões que mais precisam. Quando não houver a disponibilidade de médicos brasileiros, contrataremos profissionais estrangeiros para trabalhar com exclusividade no Sistema Único de Saúde.
Neste último aspecto, sei que vamos enfrentar um bom debate democrático. De início, gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se trata, nem de longe, de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos, em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do país ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades.
Sempre ofereceremos primeiro aos médicos brasileiros as vagas a serem preenchidas. Só depois chamaremos médicos estrangeiros. Mas é preciso ficar claro que a saúde do cidadão deve prevalecer sobre quaisquer outros interesses. O Brasil continua sendo um dos países do mundo que menos emprega médicos estrangeiros. Por exemplo, 37% dos médicos que trabalham na Inglaterra se graduaram no exterior. Nos Estados Unidos, são 25%. Na Austrália, 22%. Aqui no Brasil, temos apenas 1,79% de médicos estrangeiros. Enquanto isso, temos hoje regiões em nosso país em que a população não tem atendimento médico. Isso não pode continuar. Sabemos mais que ninguém que não vamos melhorar a saúde pública apenas com a contratação de médicos, brasileiros e estrangeiros. Por isso, vamos tomar, juntamente com os senhores, uma série de medidas para melhorar as condições físicas da rede de atendimento e todo o ambiente de trabalho dos atuais e futuros profissionais.
Ao mesmo tempo, estamos tocando o maior programa da história de ampliação das vagas em cursos de Medicina e formação de especialistas. Isso vai significar, entre outras coisas, a criação de 11 mil e 447 novas vagas de graduação e 12 mil e 376 novas vagas de residência para estudantes brasileiros até 2017. [Fonte]
Portanto doutora, por mais que a senhora tenha antipatia à presidenta ("Não tenho palavras para descrever o que penso da ‘Presidenta’ Dilma. (Uma figura que se proclama ‘a presidenta’ já não merece minha atenção)"), se deixar essa antipatia (ou preconceito?) de lado, talvez a doutora descubra na sua área ter mais semelhanças que diferenças com ela.
Leão do Imposto de Renda lhe cobra R$ 270 milhões. Se não devesse nada, você pagaria? A Globo diz que pagou
Não é qualquer um que tem R$ 270 milhões sobrando. Eu por exemplo não tenho rsrs... Mas, a confiar nas palavras da assessoria da Rede Globo, a Globo tem. Historiando:
Miguel do Rosário, em seu blog O Cafezinho, mostrou, com documentos vazados de dentro da Receita Federal, que a Globo deu um calote no Leão e estava sendo processada por isso.
Assessoria da empresa, inicialmente negou o fato. Depois emitiu outra nota, com um trecho que diz assim:
Ou seja, para não se aborrecer com o Leão, a empresa resolveu pagar R$ 270 milhões ao fisco.
Como diz o outro, quem acredita nisso é capaz de acreditar em qualquer coisa.
Mas a história não para por aí. O funcionário da Receita que vazou os documentos para O Cafezinho diz que a história não é bem assim:
E lança um desafio à empresa:
No Twitter foi lançada a hashtag #GloboMostreoDarf para pressionar a emissora a mostrar que fez essa generosidade com o Leão, pagando o que não (hahahahaha) devia.
Miguel do Rosário, em seu blog O Cafezinho, mostrou, com documentos vazados de dentro da Receita Federal, que a Globo deu um calote no Leão e estava sendo processada por isso.
Assessoria da empresa, inicialmente negou o fato. Depois emitiu outra nota, com um trecho que diz assim:
"Todos os procedimentos de aquisição de direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 pela TV Globo deram-se de acordo com as legislações aplicáveis, segundo nosso entendimento. Houve entendimento diferente por parte do Fisco. Este entendimento é passível de discussão, como permite a lei, mas a empresa acabou optando pelo pagamento"
Ou seja, para não se aborrecer com o Leão, a empresa resolveu pagar R$ 270 milhões ao fisco.
Como diz o outro, quem acredita nisso é capaz de acreditar em qualquer coisa.
Mas a história não para por aí. O funcionário da Receita que vazou os documentos para O Cafezinho diz que a história não é bem assim:
“Se tivesse pago, o processo não estaria constando como ‘em trânsito’, conforme se pode verificar com uma Consulta Processual no site da Receita Federal”.
E lança um desafio à empresa:
“Se ela pagou, então mostra o Darf, o povo quer saber”(...) Darf, como todo bom pagador de impostos sabe, é o documento da receita onde o contribuinte registra o pagamento de uma dívida tributária. [Fonte]
No Twitter foi lançada a hashtag #GloboMostreoDarf para pressionar a emissora a mostrar que fez essa generosidade com o Leão, pagando o que não (hahahahaha) devia.
No auge do clima golpista no país, secretário de Segurança do Rio diz que pode convocar o Exército. Não faltava mais nada
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, não conhece o ditado "cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça". Ou um outro, que diz que não se fala em corda em casa de enforcado. Ou não teria falado a besteira de que chamaria o Exército, "poria a tropa nas ruas" (como na época da ditadura), "Se necessário for"...
Ora, secretário, trate menos de sua campanha política, e não fale uma besteira dessas. Se a Secretaria sob seu comando não tem como controlar as manifestações, peça demissão. Que, aliás, se o governador não fosse o omisso Cabral, que só aparece em oba-oba, já teria sido decidida.
Afinal, a PM do Rio lançou 4000 bombas nas manifestações. Muitas vencidas. E agora contam com 2000 fora do padrão brasileiro, com o dobro de gás lacrimogênio http://abr.ai/11F2jHq . Uma PM que chegou a jogar bomba no hospital Souza Aguiar, para que os feridos não pusessem ser atendidos e depois processarem o estado. WQue deixou o pau comer por mais de duas horas em frente à Alerj, sem nenhuma atitude. E o secretário ainda quer chamar o Exército...
Ora, secretário, trate menos de sua campanha política, e não fale uma besteira dessas. Se a Secretaria sob seu comando não tem como controlar as manifestações, peça demissão. Que, aliás, se o governador não fosse o omisso Cabral, que só aparece em oba-oba, já teria sido decidida.
Afinal, a PM do Rio lançou 4000 bombas nas manifestações. Muitas vencidas. E agora contam com 2000 fora do padrão brasileiro, com o dobro de gás lacrimogênio http://abr.ai/11F2jHq . Uma PM que chegou a jogar bomba no hospital Souza Aguiar, para que os feridos não pusessem ser atendidos e depois processarem o estado. WQue deixou o pau comer por mais de duas horas em frente à Alerj, sem nenhuma atitude. E o secretário ainda quer chamar o Exército...
Quer saber o que é homofobia e por que ela deve ser criminalizada? Leia isto aqui contra o deputado Jean Wyllys
O fortinho que tem este perfil no Facebook publicou um ataque violento aos gays, mas dirigido ao deputado Jean Wyllys (Psol-RJ).
Sua agressiva e preconceituosa postagem mostra como é urgente que se promulgue uma lei anti-homofobia no país, para que pessoas como ele tenham que ir até a delegacia responder por sua atitude preconceituosa e incentivadora da violência contra seres humanos iguais a qualquer de nós, mas com outra orientação sexual.
Para quem não conseguir ler o texto na imagem acima, o reproduzo a seguir:
Para o Deputado Jean Wyllys:
Vocês anormais nojentos serão empurrados de volta para o esgoto de onde saíram e de onde não podem contaminar os nossos filhos com sua ideologia gayzista e com as doenças que vocês disseminam no planeta como o HIV entre outras.
Se vocês se recusam a receber tratamento como doentes,receberão isolamento e quem sabe em um futuro próximo,o exílio.
Não gostamos de vocês e não queremos vocês entre nós.
Desapareçam.
Uma pessoa como essa, mostra o erro imenso do PT em abrir mão da presidência da Comissão de Dirteitos Humanos da Câmara, que foi ocupada pelo pastor Feliciano, da "cura gay". Horror.
Quer saber por que 100% dos royalties do petróleo ainda não foram para a educação? Porque o PSDB votou contra
Em novembro de 2012 foi à votação na Câmara um projeto de lei que determinaria que 100% dos royalties do petróleo seriam destinados à educação.
Esse projeto foi derrotado por apenas nove votos, 220 a 211. Todos os deputados do PT votaram pelos 100% para a educação. 24 deputados do PSDB votaram contra. Se tivessem votado a favor, o Brasil garantiria hoje que 100% dos royalties do petróleo seriam investidos em educação.
Portanto, quando você ouvir da boca de Aécio, Serra, FHCsobre a importância da educação, saiba quew eles estão mentindo. Se eles votassem a favor do projeto, a totalidade dos recursos do petróleo iria, por força de lei, para a educação. Mas eles votaram Não.
[Fonte, com partidos e nomes dos deputados que votaram contra a educação]
Esse projeto foi derrotado por apenas nove votos, 220 a 211. Todos os deputados do PT votaram pelos 100% para a educação. 24 deputados do PSDB votaram contra. Se tivessem votado a favor, o Brasil garantiria hoje que 100% dos royalties do petróleo seriam investidos em educação.
Portanto, quando você ouvir da boca de Aécio, Serra, FHCsobre a importância da educação, saiba quew eles estão mentindo. Se eles votassem a favor do projeto, a totalidade dos recursos do petróleo iria, por força de lei, para a educação. Mas eles votaram Não.
[Fonte, com partidos e nomes dos deputados que votaram contra a educação]
Presidenta Dilma, depois do pronunciamento à Nação é hora de partir pros finalmente e pôr na rua os incompetentes
Agora que a presidenta Dilma colocou os pingos nos ii, falta passar da palavra à ação e por no olho da rua:
Dilma tem que rodar a baiana e fazer com que seus (supostos) aliados se portem como tal, atendendo às reivindicações populares e com foco, especialmente, naquilo que foi destacado no discurso de posse da presidenta: a eliminação da miséria. Um governo com esse objetivo só pode contar com o apoio de todos.
A partir daí, a presidenta pode voltar a merecer o que sempre teve e continua tendo, o apoio da maioria dos brasileiros, atingido agora por uma onda de manifestações que, se têm em grande parte uma motivação golpista, denunciam incoerências e fraquezas do governo popular que ajudamos a construir.
- Helena Chagas, da Secom, que, além de não saber comunicar as ações do governo nem defendê-las, enche a mídia corporativa de dinheiro para que ela fale mal do governo que caberia a Helena defender;
- José Eduardo Cardozo, o ministro da Justiça mais inoperante de todos os tempos. Graças à sua incompetência, a presidenta se viu surpreendida pelas manifestações atuais, sem contar as questões indígenas, com assassinatos, demissão na Funai etc;
- Paulo Bernardo, o exótico ministro das Comunicações, que, geralmente, em vez de defender os interesses dos consumidores sai em defesa das teles. Basta olhar o ranking do Procon de SP, por exemplo, para ver onde nos leva o apoio do ministro;
- A ministra Gleisi, casada com Paulo Bernardo (um dos maiores erros da 'gestora' Dilma esse de admitir um casal no ministério) e com interesse voltado a sua eleição ao governo do Paraná em 2014, e que trabalha não para Dilma ou o país, mas para suas conveniências paroquiais, atendendo aos ruralistas.
Dilma tem que rodar a baiana e fazer com que seus (supostos) aliados se portem como tal, atendendo às reivindicações populares e com foco, especialmente, naquilo que foi destacado no discurso de posse da presidenta: a eliminação da miséria. Um governo com esse objetivo só pode contar com o apoio de todos.
A partir daí, a presidenta pode voltar a merecer o que sempre teve e continua tendo, o apoio da maioria dos brasileiros, atingido agora por uma onda de manifestações que, se têm em grande parte uma motivação golpista, denunciam incoerências e fraquezas do governo popular que ajudamos a construir.
Dois artigos importantíssimos e um pitaco meu sobre as manifestações, agora assumidamente fascistas e golpistas
Os dois artigos do título foram escritos, um, pelo sociólogo Boaventura de Sousa Santos; outro, pelo codiretor do Centro de Pesquisas Econômicas e Políticas, em Washington, e presidente da Just Foreign Policy, Mark Weisbrot.
Meu pitaco os une e acrescenta às informações contidas neles a catástrofe das Comunicações do governo Dilma, tanto por parte do Ministério das Comunicações, comandado por Paulo Bernardo, como da Secom, sob comando de Helena Chagas.
O artigo de Boaventura denuncia opções equivocadas do governo Dilma. O de Weisbrot, a mão estadunidense sobre os países que se "atreveram" (é a visão deles) a praticar uma política de parceria, mas independente dos EUA. O meu pitaco é que a condução equivocada (para usar um eufemismo) dois dois ministros, ajudou a criar o campo para as manifestações que incendeiam o país.
Mas, o que dizem os tais artigos?
Weisbrot:
O de Boaventura de Sousa Campos vou postar na íntregra, pois é muito rico e aberto a debates, e está publicado originalmente em espanhol, que me atrevi a passar para o português:
Os dois artigos são belos pontos de partida para debates sobre o momento atual do país. Mas, continuo a bater na tecla de que a maior guerra existente no mundo hoje é a da Comunicação. Nesse quesito, o governo da presidenta Dilma é um desastre. Ela já está pagando agora o preço disso. Espero que nós, a Nação, não venhamos a pagá-lo com um golpe há tanto tempo anunciado.
Meu pitaco os une e acrescenta às informações contidas neles a catástrofe das Comunicações do governo Dilma, tanto por parte do Ministério das Comunicações, comandado por Paulo Bernardo, como da Secom, sob comando de Helena Chagas.
O artigo de Boaventura denuncia opções equivocadas do governo Dilma. O de Weisbrot, a mão estadunidense sobre os países que se "atreveram" (é a visão deles) a praticar uma política de parceria, mas independente dos EUA. O meu pitaco é que a condução equivocada (para usar um eufemismo) dois dois ministros, ajudou a criar o campo para as manifestações que incendeiam o país.
Mas, o que dizem os tais artigos?
Weisbrot:
Acontecimentos recentes indicam que a administração Obama intensificou sua estratégia de "mudança de regime" contra os governos latino-americanos à esquerda do centro, promovendo conflito de maneiras que não eram vistas desde o golpe militar apoiado pelos EUA na Venezuela em 2002.
(...) Está claro agora que o afastamento do presidente paraguaio Fernando Lugo, no ano passado, também teve a aprovação e o apoio do governo dos Estados Unidos.
Num trabalho investigativo brilhante para a agência Pública, a jornalista Natalia Viana mostrou que a administração Obama financiou os principais atores do chamado "golpe parlamentar" contra Lugo. Em seguida, Washington ajudou a organizar apoio internacional ao golpe.
O papel exercido pelos EUA no Paraguai é semelhante a seu papel na derrubada militar, em 2009, do presidente democraticamente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, caso no qual Washington dominou a Organização de Estados Americanos e a utilizou para combater os esforços de governos sul-americanos que visavam restaurar a democracia.
(...) Está claro que os EUA não viram o levemente reformista Fernando Lugo como um elemento ameaçador ou radical. O problema era apenas sua proximidade excessiva com os outros governos de esquerda.
Como a administração Bush, a administração Obama não aceita que a região mudou. Seu objetivo é afastar os governos de esquerda, em parte porque tendem a ser mais independentes de Washington. Também o Brasil precisa se manter vigilante diante dessa ameaça à região.[Leia o texto na íntegra aqui]
O de Boaventura de Sousa Campos vou postar na íntregra, pois é muito rico e aberto a debates, e está publicado originalmente em espanhol, que me atrevi a passar para o português:
Com a eleição da presidente Dilma Rousseff, o Brasil queria acelerar os esforços para se tornar uma potência global. Muitas das iniciativas nessa direção vieram de trás, mas receberam um novo impulso: Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, a Rio +20 de 2012, Copa do Mundo em 2014, Jogos Olímpicos de 2016, a luta por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, papel ativo no crescente protagonismo das "economias emergentes", os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a nomeação de José Graziano da Silva como presidente da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2012, e Roberto Azevedo como diretor geral da Organização Mundial do Comércio em 2013, uma política agressiva de exploração de recursos naturais, tanto no Brasil como na África, especialmente em Moçambique, a construção da grande agricultura industrial, especialmente para produção de soja, biocombustíveis e pecuária.
Beneficiado por uma boa imagem pública internacionalmente granjeada pelo presidente Lula e por suas políticas de inclusão social, este Brasil desenvolvimentista se impõe ao mundo como uma potência de novo tipo, benevolente e inclusivo.
Não poderia, portanto, ser maior a surpresa internacional ante as manifestações que na última semana levaram às ruas centenas de milhares de pessoas nas principais cidades do país.
Se, antes, nas recentes manifestações na Turquia a leitura de "duas Turquias" foi imediata, no caso do Brasil era mais difícil reconhecer a existência de "dois Brasis". Mas ele está aí, aos olhos de todos.
A dificuldade para reconhecê-lo reside na própria natureza do "outro Brasil", furtiva a análises simplistas. Esse Brasil é feito de três narrativas e temporalidades.
A primeira é a narrativa da exclusão social (um dos países mais desiguais do mundo), das oligarquias latifundiárias, do caciquismo violento, das elites políticas restritas e racistas, uma narrativa que se remonta à colônia e que se reproduziu de formas mutantes até os dias de hoje.
A segunda narrativa é a da reivindicação da democracia participativa, que se remonta aos últimos 25 anos e teve seu ponto culminante no processo Constituinte que levou à Constituição de 1988, nos pressupostos participativos sobre políticas urbanas em centenas de municípios e no impeachment do presidente Collor de Mello em 1992, na criação dos conselhos de cidadãos nas principais áreas de políticas públicas, especialmente na saúde e na educação, a diferentes níveis de ação estatal (municipal, estadual, federal).
A terceira narrativa tem apenas 10 anos de idade e trata das vastas políticas de inclusão social adotadas pelo presidente Lula da Silva, a partir de 2003, que conduziram a uma significativa redução da pobreza, à criação de uma classe média com elevada vocação consumista, ao reconhecimento da descriminação racial contra a população afrodescendente e indígena e às políticas de ação afirmativa, e ao reconhecimento de territórios e quilombolas (descendentes de escravos) e indígenas.
O que aconteceu desde que a presidenta Dilma assumiu o cargo foi a desaceleração, até mesmo a estagnação das duas últimas narrativas. E como em política não existe vazio, esse terreno baldio que deixaram foi aproveitado pela primeira e mais antiga narrativa, fortalecida sob as novas roupagens do desenvolvimento capitalista e as novas (e velhas) formas de corrupção.
As formas de democracia participativa foram cooptadas, neutralizadas no domínio das grandes infraestruturas e megaprojetos, e deixam de motivar às gerações mais jovens, órfãs de vida familiar e comunitária integradora, deslumbradas por um novo consumismo ou obcecadas por esse desejo.
As políticas de inclusão social se esgotaram e deixaram de responder às expectativas de quem se sentia merecedor de mais e melhor. A qualidade de vida urbana piorou, em nome dos eventos de prestígio internacional, que absorveram os investimentos que deviam melhorar os transportes, a educação e os serviços públicos em geral. O racismo mostrou sua persistência no tecido social e nas forças policiais. Aumentou o assassinato de líderes indígenas e camponeses, demonizados pelo poder político como "obstáculos ao crescimento", simplesmente por lutar por suas terras e formas de vida, contra o agronegócio e os megaprojetos de mineração e hidrelétricos (como Belo Monte, destinada a abastecer de energia barata a indústria extrativa).
A presidenta Dilma foi o termômetro dessa mudança insidiosa. Assumiu uma atitude de hostilidade indissimulável ante os movimentos sociais e os povos indígenas, uma mudança drástica em relação a seu antecessor. Lutou contra a corrupção, mas deixou para os aliados políticos mais conservadores as agendas que considerou menos importantes. Assim, a Comissão de Direitos Humanos, historicamente comprometida com os direitos das minorias, foi entregue a um pastor evangélico homofóbico. [Observação do Mello: essas são posições equivocadas do grande sociólogo. Em minha opinião, a comunicação errada do governo [ou a falta de comunicação, aliada à injeção de dinheiro e de incentivos à mídia corporativa que pôs o governo Dilma sob ataque, com o dinheiro do governo] não levou à população os feitos positivos e deixou correr sem resposta os ataques, nem sempre verdadeiros, que lhe foram feitos. E quanto à escolha de Marco Feliciano, foi uma decisão da Câmara dos Deputados, não da presidenta].
As atuais manifestações revelam que, longe de ter sido o país que despertou, foi a presidenta que o fez. Com os olhos postos na experiência internacional e também nas eleições presidenciais de 2014, a presidenta Dilma deixou claro que as respostas repressivas só agudizam os conflitos e isolam os governos. Nesse sentido, os prefeitos de nove capitais já decidiram baixar os preços dos transportes. É apenas um começo.
Para que seja consistente, é necessário que as duas narrativas (democracia participativa e inclusão social intercultural) retomem o dinamismo que já tiveram.
Se for assim, o Brasil mostrará ao mundo que só vale a pena pagar o preço do progresso aprofundando a democracia, redistribuindo a riqueza gerada e reconhecendo a diferença cultural e política daqueles que consideram que o progresso sem dignidade é retrocesso.
Os dois artigos são belos pontos de partida para debates sobre o momento atual do país. Mas, continuo a bater na tecla de que a maior guerra existente no mundo hoje é a da Comunicação. Nesse quesito, o governo da presidenta Dilma é um desastre. Ela já está pagando agora o preço disso. Espero que nós, a Nação, não venhamos a pagá-lo com um golpe há tanto tempo anunciado.
Dilma e Haddad sofrem na pele as dificuldades de não serem políticos natos, como um Lula, um Brizola
Política não é para qualquer um. Você não acorda um belo dia e diz "vou ser prefeito de São Paulo" ou "presidente do Brasil".
Mas, às vezes, você é acordado por alguém com essa proposta. E, mesmo não sendo um político nato, daqueles que nasceram pra isso, você coloca o ego na mesa, dá dois beijinhos nele e pensa "por que não"?
Aí está a merda.
Se for eleito e tudo correr bem, segundo os ditames de seu tutor, você navega tranquilamente, toca a administração, e "vida que segue".
Mas, se dá uma merda... se há um imprevisto que dependa do faro político, da percepção do momento, de para onde estão indo as nuvens (para o político e dono do falecido Banco Nacional Magalhães Pinto a política se movimenta como as nuvens, numa hora de um jeito, em outra, de outro), nessa hora o sujeito percebe que ele não é o comandante do navio político e procura uma bússola para tirá-lo da enrascada.
Enquanto isso, o povo espera.
É o que me parece estar acontecendo com a presidenta Dilma e com o prefeito Haddad. Na hora do samba no pé, eles não estão sabendo falar com o povão que os elegeu.
No desfile das Escolas de Samba do Rio isso dá perda de pontos em vários quesitos...
Na política, pode dar merda...
Estatuto do Nascituro é tão infame quanto seria a criação de uma Bolsa Torturador
Já vi muitos absurdos na vida, mas nunca algo tão infame, tão ignominioso quanto o tal Estatuto do Nascituro, aprovado por uma Comissão da Câmara dos Deputados.
O tal estatuto estabelece uma Bolsa Estupro para que a mulher violentada possa conceber o fruto da violência que lhe foi imposta. Pode haver algo mais abjeto?
Imagine a vítima do criminoso que a violenta, se ela iria querer conceber aquela criança, a não ser que seja completamente tomada por essas taras religiosas que acham que a vida é sagrada, acima da vida que vivemos?
O que se quer aí é criminalizar a vítima, porque - oh, dirá a sociedade pudica, infame e hipócrita - "com esse dinheirinho, essa ajuda de custo, ela só não tem o filho porque não quer..."
Se a mulher engravida de um estupro, é como se fosse estuprada duas vezes, na segunda pelo corpo estranho e indesejado que o estuprador lhe introduziu. Financiar essa aberração é o que o projeto recém aprovado pretende.
É o que não podemos permitir.
O tal estatuto estabelece uma Bolsa Estupro para que a mulher violentada possa conceber o fruto da violência que lhe foi imposta. Pode haver algo mais abjeto?
Imagine a vítima do criminoso que a violenta, se ela iria querer conceber aquela criança, a não ser que seja completamente tomada por essas taras religiosas que acham que a vida é sagrada, acima da vida que vivemos?
O que se quer aí é criminalizar a vítima, porque - oh, dirá a sociedade pudica, infame e hipócrita - "com esse dinheirinho, essa ajuda de custo, ela só não tem o filho porque não quer..."
Se a mulher engravida de um estupro, é como se fosse estuprada duas vezes, na segunda pelo corpo estranho e indesejado que o estuprador lhe introduziu. Financiar essa aberração é o que o projeto recém aprovado pretende.
É o que não podemos permitir.
Sabe por que EUA e OTAN invadiram o Afeganistão? Para aumentar a produção de heroína em 40 vezes
Sei, no mundo inteiro o que se vende é que os talibãs são loucos, fundamentalistas, terroristas, um conjunto de binsladens prontos a explodir o mundo.
Mas a história escondida pela mídia corporativa é que eles foram colocados no poder lá pelos EUA e seu grupo aliado, a OTAN, que expulsaram "O MAL", os russos.
O resultado pode ser conferido na reportagem que publico a seguir, que mostra que a produção de heroína cresceu exponencialmente, assim como a de cocaína e outras drogas.
Ah, que beleza, mas os talibãs - que sempre foram contra as drogas por motivos religiosos - seguem sendo inimigos. No caso, "mui inimigos", aqueles que servem de desculpa para que os EUA e a OTAN (pai e filha), (por favor, cheio de aspas) invadam, pacifiquem, combatam as drogas que tanto mal fazem ao homem ocidental...
Você acredita mesmo nisso?
A verdade é que ‘EUA financiaram Bin Laden e a criação da Al Qaeda’ - Len Downie, editor executivo do Washington Post.
Agora, leia a verdadeira loucuuuuura que está agora:
Varias voces se han levantado durante los últimos meses con la intención de denunciar no solo el mantenimiento, sino también el crecimiento que se ha dado en la producción de cocaína en el país ocupado por la ISAF (International Security Assistance Force), cuyo liderazgo ostenta la OTAN, desde que el Consejo de Seguridad de la ONU aprobase en el 2011 la Resolución 1 386, que ponía en marcha el llamado Acuerdo de Bonn (Acuerdo sobre Órdenes Provisionales en Afganistán hasta el Restablecimiento de un Gobierno Institucional Permanente) que, en sí, no era más que la legitimación internacional para ocupar Afganistán.
Desde el jefe del servicio antidroga de la Policía iraní, el general Ali Moayedi, hasta el presidente ruso, Vladimir Putin, representantes, casualmente, de países fronterizos y por lo tanto de mercados más cercanos para la droga afgana, han elevado sus voces a la esfera internacional con la intención de sacar a la luz una de tantas sombras que la ocupación de Afganistán por parte de la OTAN ha generado, el aumento de la producción de todos los derivados que se extraen de la amapola blanca, la morfina, el opio y la heroína.
Desde el departamento antidroga iraní, y con datos tomados en el 2012, se afirmaba que la producción de droga afgana había aumentado de 2.000 toneladas en el 2002 a unas 8.000 en el 2012, lo cual, en palabras de su portavoz, no es más que la confirmación de que “los gobiernos Occidentales ven las drogas como un negocio lucrativo.”
La importancia de los datos ofrecidos por el gobierno iraní es tal, dado que el país persa no solo es el que más opio decomisa anualmente en todo el mundo, con un 89% de los movimientos mundiales y 41% de heroína, sino porque también es el núcleo desde el cual los grandes cárteles del narcotráfico mundial distribuyen la droga a los distintos continentes, con especial incidencia en Europa, así como en los estados del Golfo Pérsico y gran parte de las antiguas repúblicas soviéticas (muchas de ellas integrantes de la Organización del Tratado de Seguridad Colectiva, OTSC).
Todo ello, no solo genera un mercado negro ilegal de la droga a nivel mundial que mueve miles de millones de dólares, sino que también fomenta la drogodependencia, generando en países como Irán una grave problemática que da como resultado la existencia de 1,2 millones de drogodependientes, de los que un 70%, lo son a las inyectables.
De hecho, el 92% de la producción no está destinada a un uso medicinal, por lo que según datos del gobierno de Teherán, en concepto de drogas ilegales, Afganistán ingresa, según la ONU, unos 4.000 millones de dólares anuales, de los que una cuarta parte la reciben los cultivadores y el resto se lo reparten las autoridades locales, organizaciones rebeldes, grupos armados y traficantes que transportan el material al extranjero, lo cual ha instado una vez más a las autoridades iraníes a solicitar ayuda internacional para frenar esta lacra.
A su vez ha generado movimientos en las fronteras desde hace más de tres años, cuando para intentar frenar el continuo tráfico de droga, ingenieros militares iraníes han construido una barrera de mil kilómetros, así como zanjas para dificultar el paso de vehículos (hasta de 400 kilómetros en la provincia de Sistán-Baluchistán), e incluso diques allá donde los traficantes utilizan cauces de ríos para el paso.
Desde el Ministerio de Exteriores ruso también se han ido facilitando datos donde se evidencia un incremento del tráfico de estupefacientes en Rusia desde la ocupación de Afganistán. De hecho, varias fuentes del departamento antidroga ruso han afirmado en palabras de su portavoz, Victor Ivarov, que la OTAN no solo no está cumpliendo con uno de los supuestos objetivos claves de su ocupación sino que está poniendo trabas a los intentos por parte de las autoridades afganas de llevar a cabo quemas controladas de cargamentos de opio en las zonas del sur, más concretamente en la provincia de Helmand, donde se produce alrededor del 42% de la producción de opio en el mundo, según citan algunos medios de comunicación afganos, si bien, la producción se ha ido extendiendo y ha ido llegando a otras regiones como Kandahar, Uruzgán, Farah, Nimroz y, en menor medida, Daykundi y Zabul.
La visión ofrecida por el Ministerio de Lucha contra el Narcotráfico afgano tampoco es nada halagüeña. Según datos ofrecidos en el 2010 por el portavoz del Ministerio, Zalmai Afjali, “durante los cinco últimos años el número de consumidores de drogas ha aumentado desde 920.000 hasta más de 1,5 millones [¼ ]. La adicción a la droga se suma a la inseguridad, a los delitos comunes y a las enfermedades que se transmiten por contagio, y dañan los esfuerzos para el desarrollo del país”.
Con esta situación es fácil poder relacionar los grandes movimientos poblacionales que se han dado en Afganistán hacia sus países vecinos, sobre todo Irán y Paquistán, con la búsqueda de nuevas oportunidades, huyendo de una situación de guerra endémica, inestabilidad política, económica y social que con la ocupación de las fuerzas internacionales se ha incrementado. A su vez ha generado un mayor flujo de movimientos en el mercado negro de la droga, favorecido por el descontrol fronterizo y las tensiones intrínsecas entre las fuerzas de la OTAN y sobre todo, de Estados Unidos, en esa supuesta “guerra contra el terror” y los países vecinos del territorio afgano.
Según el análisis realizado por Alexia Mikhos basándose en estadísticas del año 2005, cuatro años después de la expulsión de los talibanes por las fuerzas de la OTAN, realizadas por la Oficina de las Naciones Unidas contra el Crimen y las Drogas (UNODC), “el 87% de la producción mundial de opio y el 63% de su cultivo mundial se ubican en Afganistán. Se calcula que el 52% del Producto Interno Bruto del país, unos 270.000 millones de dólares USA, procede del cultivo ilegal de amapolas. La producción de opio se ha disparado desde la expulsión de los talibanes [¼ ]: solo en el 2004 la producción de opio se incrementó un 64%, alrededor de unas 4 200 toneladas frente a las 185 toneladas del 2001, a partir de la prohibición del cultivo impuesta por el régimen talibán.”
Unido a estos datos clarificadores, podemos encontrar también un cambio de tendencia en cuanto a la dupla producción-consumo a nivel mundial. Jean Luc Lemahieu, representante de la UNODC para Afganistán, afirma que en los últimos años Afganistán es quizás la cabeza visible en cuanto a lo que producción de opiáceos y hachís se refiere, pero no debemos olvidar un silencioso pero rápido cambio de tendencia donde los países productores se están volviendo altamente consumidores (lo cual no implica que previamente no lo fueran), mientras que los anteriormente consumidores, siguen consumiendo pero comienzan a producir drogas sintéticas.
Junto a los llamados de atención por parte de Rusia, Irán, Paquistán, China y la propia ONU, también han sido muchos los intentos de negociación durante los últimos años por parte de los países integrantes de la OTSC, formada por Armenia, Bielorrusia, Kazajstán, Kirguistán, Rusia, Tayikistán y Uzbekistán, tratando de gestionar y organizar la cooperación y el combate conjuntos contra la amenaza del narcotráfico procedente del territorio afgano, sin que hayan llegado a buen puerto dada la negativa de los altos mandos de la OTAN a establecer una política común de control con los países de la región centroasiática.
Cierto es que la quema y destrucción total y repentina de las grandes plantaciones opiáceas repartidas por todo el territorio afgano sería un duro golpe no solo para su ya crítica situación económica, sino también para miles de familias que han vivido y siguen haciéndolo, del cultivo de la amapola blanca.
El problema reside en la falta de interés por resolver un mal cada vez más asentado no solo en Afganistán, sino también en los países de la zona, que genera mayor inestabilidad y violencia. Los pocos intentos reales de frenar la producción de estas drogas no han hecho más que derivar de unas zonas geográficas a otras la producción, ayudado, no solo por los talibanes quienes financiaron y siguen financiando parte de sus actividades con la producción y venta de opiáceos, sino también por el propio interés de determinados estamentos del gobierno, tanto a nivel nacional como regional y local, que favorecen y protegen a los cárteles que dirigen los grandes movimientos a nivel nacional e internacional.
Tanto la ISAF como el alto mando de la OTAN parecen seguir queriendo hacer oídos sordos a los desalentadores datos ofrecidos por gobiernos y organismos internacionales que ven el incremento de la producción e intercambio de estos productos como una forma más de terrorismo a escala mundial y uno de los males más desestabilizadores, que no solo imposibilitan la resolución de conflictos abiertos por su intervención militar enmascarada en una supuesta guerra contra el terrorismo internacional cuando sus verdaderos intereses han sido puramente económicos y geoestratégicos en la batalla por la hegemonía de bloques entre las “economías occidentales” con Estados Unidos a la cabeza y las “emergentes” entre las que se encontraría Rusia.
David Santirso Ruiz [Fonte]
Dilma ouve Chagas e Bernardo, e esquece Marx, Chacrinha e Nelson Rodrigues
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| Chacrinha: "Quem não se comunica se trumbica" |
Segundo li no Blog da Cidadania, do Eduardo Guimarães, a Comunicação da presidenta Dilma tem pesquisas que mostram que toda a campanha da mídia corporativa contra seu governo ainda não atingiu sua imagem.
Não penso assim, por isso repito quase na íntegra postagem deste blog de junho de 2011.
O governo da presidenta Dilma ainda não percebeu que a batalha das comunicações é tão importante hoje em dia quanto o saneamento básico, o acesso à educação e à saúde.
Porque o mundo vive hoje a chamada guerra de quarta geração, que se desenvolve não nos campos de batalha mas na cabeça e no coração das pessoas. A mídia corporativa é o braço avançado dessa guerra na luta para o Brasil voltar a se encaixar na ordem capitaneada pelos Estados Unidos.
O ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez conheceu essa força em 2002, quando foi derrubado do poder por um golpe idealizado, forjado, trabalhado, incitado e comandado pela mídia corporativa de lá, liderada pela cadeia RCTV (a RGTV - a Rede Globo de Televisão - de lá, à época).
A batalha da comunicação se desenrola como um roteiro cinematográfico, onde os lados opostos vão criando seus personagens, tramas, subtramas, com o objetivo de conseguir chegar ao seu final feliz.
Por serem governo e oposição, é claro, o final feliz de um é a desgraça do outro, como experimenta agora a oposição quase esfacelada com o impressionante sucesso do governo do presidente Lula e agora da presidenta Dilma.
Grosso modo, a história que o governo pretende contar está resumida no discurso de posse da presidenta Dilma (que pode ser lido na íntegra aqui). É uma história de continuidade em relação ao govermo anterior, mas também de avanço e com um eixo central:
A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos.
Já a história que a oposição - há tempos subsidiada, mas hoje assumidamente liderada pela mídia corporativa - quer contar é a seguinte: Este é um governo demagógico, que se vale de bolsas e transferência de renda para vagabundos, numa compra indireta de votos; é um governo de petralhas, de cumpanheros enriquecendo como nunca; uma república sindicalista, com bolsa de estudo para pobre, tudo para os pobres, com o objetivo de continuar vencendo as eleições e poderem roubar ainda mais.
Já tentaram o golpe em 2005, com o mensalão. Em 2006, levaram a eleição para o segundo turno com o episódio da foto do dinheiro feita pelo delegado Bruno. Depois, em 2010, a guerra do aborto, o episódio ridículo da bolinha de papel, o jogo sujo da ficha falsa de Dilma na primeira página da Folha.
Perderam mais uma vez. Mas, aos pouquinhos, na timeline da comunicação, vão construindo seu roteiro, deixando registrados os papéis que querem destinar ao governo: corrupto, antidemocrático, defensor da censura, populista.
O presidente Lula sozinho conseguia fazer a comunicação de seu governo. Graças a seu carisma, sua história de vida. Graças também às inúmeras campanhas majoritárias que disputou antes de vencer em 2002. Ainda assim, quem não se lembra?, chegou a ficar atrás de Serra em pesquisas de 2005, ano auge do mensalão.
Lula talvez conheça o Brasil como ninguém ("nunca dantes"). Talvez tenha ido a mais municípios brasileiros que qualquer outro cidadão. A ponto de o povo mais humilde se identificar com ele e ver na sua luta e luta de cada um deles.
Além do mais, Lula foi um sindicalista, um líder metalúrgico. Tem liderança reconhecida na classe trabalhadora organizada.
A presidenta Dilma não tem essas características.
Por isso, o outro grande movimento da oposição é afastar os dois e fazer o povo esquecer que Lula é Dilma e Dilma é Lula. Se na mente das pessoas eles estiverem separados, nem Lula conseguirá uni-los novamente.
Enquanto pudermos continuar crescendo, gerando empregos e desenvolvimento social, eles terão dificuldades. Mas, tudo isso tem um gargalo. E há ainda a crise mundial, que, longe de ter passado, volta a se agravar.
Por isso a comunicação tem que ganhar a importância que ainda não tem neste governo. Porque a comunicação democrática, o livre fluxo da informação, é um direito humano tão importante quanto o acesso à educação e à saúde.
Porque, como eu já escrevi aqui em O poder dos cartéis midiáticos não permite a informação livre e põe em risco a democracia no Brasil:
A implantação urgentíssima do PNBL e a consequente Ley de Medios são lutas que podem impedir que o país retroceda e acabe, por blablablás lacerdistas, nas mãos de quem vai entregar a Petrobras e nossas riquezas, na próxima oportunidade.
Encher as burras da mídia corporativa de dinheiro e ignorar o trabalho de formiguinha que ela vem fazendo no dia-a-dia, como verdadeiras saúvas (valha-me Macunaíma!), é fechar os olhos ao que já aconteceu no mundo.
A corrida de mais de milhão de beneficiários do Bolsa Família às agência da Caixa, a partir de um boato, foi um ensaio, mas também um aviso de que hoje, mais do que nunca na História, tudo o que é sólido desmancha no ar.
Ou, saindo do velho Marx para nosso Chacrinha, "Quem não se comunica se trumbica".
Ou Nelson Rodrigues, que alertava que o vídeo-tape é burro. O tracking também, presidenta.
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