Coronel parecido com Saddam Hussein, que confessou crimes cometidos na ditadura, é morto, como o ex-presidente do Iraque


Coronel Malhães, cara e destino de Saddam Hussein


É lei entre as "forças democráticas" apoiadas pelos EUA: após terem completado os serviços que lhes foram destinados, só resta aos títeres a morte. Foi assim com Saddam Hussein, Noriega e Bin Laden, para citar apenas três.

De forma semelhante e irônica (sempre digo que deus é ironia), o ex-coronel do Exército Paulo Malhães, que é (era) a cara de Saddam Hussein (confira na imagem) teve o mesmo destino do ex-presidente do Iraque.

Malhães foi um torturador, assassino, usado pela ditadura civil-militar. Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV), há quase um mês, ele confessou em detalhes sessões de tortura de que participou, e como fazia para desaparecer com os corpos: os dentes da pessoa eram quebrados e os dedos, cortados. Foi o que ele afirmou ter feito com o corpo do ex-deputado Rubens Paiva.

Agora, como Hussein, Noriega e Bin Laden, feito o serviço sujo, ele é descartado. O ex-coronel foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira dentro de sua casa, num sítio do bairro Marapicu, zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense [informação do jornal Extra].

Evidentemente, não foi utilizado seu método de arrancar dentes e dedos, porque o objetivo aqui não é esconder, ao contrário, é usar o corpo e a morte como aviso aos que tenham (ou tivessem) a ideia de confessar as barbaridades cometidas pela ditadura: falou, morreu.




Madame Flaubert, de Antonio Mello