segunda-feira, 18 de abril de 2016

Jean Wyllys, Bolsonaro e a cusparada que lavou a alma



Uma cusparada em alguém, talvez seja a agressão mais forte que se possa fazer. Mais do que o tapa na cara. Porque é sinal de repulsa total que sente o agressor pelo alvo da cusparada.

Ontem, o deputado do PSOL do RJ Jean Wyllys deu uma cusparada no deputado Jair Bolsonaro, do PSC, também do RJ. Uma cusparada que lavou a alma de todos nós, que ficamos indignados com a atitude repulsiva do deputado ao dedicar seu voto favorável ao impeachment da presidenta Dilma ao torturador (reconhecido pela justiça como torturador, frise-se) Brilhante Ustra.

A 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo negou hoje (14), por unanimidade, o recurso do coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra que pretendia reformular a sentença em que foi reconhecido como responsável por praticar torturas no período do regime militar. 

Em sentença proferida em outubro de 2008, pela 23ª Vara Cível Central, o juiz Gustavo Santini Teodoro julgou procedente o pedido dos autores da ação, César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles e Criméia Alice Schmdt de Almeida para declarar que entre eles e o réu Carlos Alberto Brilhante Ustra existe relação jurídica de responsabilidade civil, nascida de pratica de ato ilícito, gerador de danos morais. 

O magistrado afirmou em sua sentença que "a investigação, a acusação, o julgamento e a punição – mesmo quando o investigado ou acusado se entusiasme com ideias aparentemente conflitantes com os princípios subjacentes à promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos –, devem sempre seguir a lei. O agente do Estado não deve torturar, pois qualquer autorização nesse sentido só pode ser clandestina ou manifestamente ilegal.”[Fonte: Tribunal de Justiça de SP]

O deputado Bolsonaro é o candidato de coração à presidência da República de 8% dos brasileiros, segundo última pesquisa Datafolha. Ele defende um governo militar, ou de linha militar, pulso firme, linha dura. Que dispute democraticamente as eleições e defenda suas ideias.

Mas homenagear um torturador é indefensável, infame, repulsivo. Garanto que a maioria dos militares pensa assim. A reação de Wyllys foi uma resposta à altura. Mas não pode ficar por aí. É hora de cassar o mandato de Bolsonaro na Comissão de Ética.

Mas, antes, é preciso cassar Eduardo Cunha, porque com ele no comando da Câmara, a bandidagem está no comando, tá tudo dominado.

Ainda assim, a cusparada de Jean Wyllys lavou a alma.


Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail
imagem RSSimagem e-mail

Meu perfil no Facebook: Antonio Mello

Madame Flaubert, de Antonio Mello

Um comentário:

  1. Anônimo18.4.16

    O deputado Bolsonaro, de extrema direita, vai ao Estadão, também de extrema direita, denunciar um atentado terrorista que está sendo planejado pelos que se opõe ao golpe. Ora, as tentativas de atentado terrorista durante o governo militar foram:
    -A do Gasômetro, denunciada pelo capitão Sérgio Miranda de Carvalho (um herói), expulso da Marinha.
    - A da OAB, que matou a Dona Lyda.
    - E a do Riocentro, que matou um dos militares terroristas e feriu o outro.
    Todos planejados pelos próprios militares da ditadura que o Bolsonaro defende. Todas tinham a intenção de culpar os que se opunham ao golpe de 1964. Mesmo com algumas vítimas, e que não eram alvos diretos dos atentados, todos falharam graças a incompetência rocambolesca dos oficiais envolvidos nas farsas.

    ResponderExcluir

Gostou? Comente. Encontrou algum erro? Aponte.
E considere apoiar o blog, um dos poucos sem popups de anúncios, que vive apenas do trabalho do blogueiro e da contribuição dos leitores.
Colabore via PIX pela chave: blogdomello@gmail.com
Obrigado.