Jean Wyllys, Bolsonaro e a cusparada que lavou a alma



Uma cusparada em alguém, talvez seja a agressão mais forte que se possa fazer. Mais do que o tapa na cara. Porque é sinal de repulsa total que sente o agressor pelo alvo da cusparada.

Ontem, o deputado do PSOL do RJ Jean Wyllys deu uma cusparada no deputado Jair Bolsonaro, do PSC, também do RJ. Uma cusparada que lavou a alma de todos nós, que ficamos indignados com a atitude repulsiva do deputado ao dedicar seu voto favorável ao impeachment da presidenta Dilma ao torturador (reconhecido pela justiça como torturador, frise-se) Brilhante Ustra.

A 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo negou hoje (14), por unanimidade, o recurso do coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra que pretendia reformular a sentença em que foi reconhecido como responsável por praticar torturas no período do regime militar. 

Em sentença proferida em outubro de 2008, pela 23ª Vara Cível Central, o juiz Gustavo Santini Teodoro julgou procedente o pedido dos autores da ação, César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles e Criméia Alice Schmdt de Almeida para declarar que entre eles e o réu Carlos Alberto Brilhante Ustra existe relação jurídica de responsabilidade civil, nascida de pratica de ato ilícito, gerador de danos morais. 

O magistrado afirmou em sua sentença que "a investigação, a acusação, o julgamento e a punição – mesmo quando o investigado ou acusado se entusiasme com ideias aparentemente conflitantes com os princípios subjacentes à promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos –, devem sempre seguir a lei. O agente do Estado não deve torturar, pois qualquer autorização nesse sentido só pode ser clandestina ou manifestamente ilegal.”[Fonte: Tribunal de Justiça de SP]

O deputado Bolsonaro é o candidato de coração à presidência da República de 8% dos brasileiros, segundo última pesquisa Datafolha. Ele defende um governo militar, ou de linha militar, pulso firme, linha dura. Que dispute democraticamente as eleições e defenda suas ideias.

Mas homenagear um torturador é indefensável, infame, repulsivo. Garanto que a maioria dos militares pensa assim. A reação de Wyllys foi uma resposta à altura. Mas não pode ficar por aí. É hora de cassar o mandato de Bolsonaro na Comissão de Ética.

Mas, antes, é preciso cassar Eduardo Cunha, porque com ele no comando da Câmara, a bandidagem está no comando, tá tudo dominado.

Ainda assim, a cusparada de Jean Wyllys lavou a alma.


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