Roberto Jefferson declara seu amor a Eduardo Cunha: é o bandido que mais gosto. Depois de José Dirceu, que, segundo ele, lhe despertava instintos mais primitivos, o ex-deputado, cassado, condenado e preso, voltou à Câmara depois de onze anos para se juntar ao bando do impeachment, e de amor novo.
Foi o ex-deputado que criou a farsa do mensalão, que o condenou e a vários líderes do PT, embora ele mesmo tenha reconhecido depois que o mensalão nunca existiu, era apenas uma figura de retórica, como afirmou em sua própria defesa:
Como Presidente de partido político, o PTB, formulou acordo para a campanha eleitoral de 2004, eleição de vereadores, vice-prefeitos e prefeitos, com o Partido dos Trabalhadores – PT.
Não se tratava aí de apoio ao Governo Federal. A eleição era municipal.
(...)O acordo político para as eleições municipais de 2004 com o PT, envolveram, sim, doação financeira deste para o PTB, da ordem de R$ 20 milhões.
Essa doação aprovada por ambos os partidos tem apoio em lei e, naquele pleito, estava regulada pelas Resoluções do egrégio Tribunal Superior Eleitoral.
(...) A origem desse recurso, que não se poderia presumir ilícita - como, de resto, a própria denúncia afirma que “ainda não foi identificada” (fl. 10) - segundo o PT, é fruto de recursos próprios seus e de empréstimos bancários.
Não se trata, portanto, como dito na denúncia, de propina.
É recurso lícito, fonte de arrecadação prevista em lei e destinada à eleição municipal de 2004.
Com o governo federal iniciado com a eleição vitoriosa de 2002, de que fazia e faz parte o PTB, suas bancadas, na Câmara e no Senado, desde então sempre votaram e conformaram sua base parlamentar de apoio.
E isso é conceitual e rudimentar na prática parlamentar e política, que aqui se quer criminalizar.
Mas crime não é.[Fonte]
Agora, o bufão volta à cena para defender o impeachment de Dilma e elogiar as qualidades de escroque de Eduardo Cunha:
“Ele conhece profundamente o regimento interno e tem dado um show de interpretação, de bom senso na aplicação. Está indo muito bem”. Segundo Jefferson, Cunha trava uma batalha contra o PT, da qual vai sair vitorioso. “Ele vai vencer o duelo. O Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] nunca esperou encontrar um pistoleiro tão bom quanto ele: rápido de gatilho, que atira pelas costas, atira na tocaia, rouba no jogo de pôquer, assalta o banco da cidade. O Lula nunca esperou encontrar um pistoleiro a altura dele. Ele [Cunha] é o meu herói”, ironizou. [Fonte: Agência Brasil]
Cada um tem o herói que escolhe. Ou que merece. A mídia golpista e Roberto Jefferson têm opiniões semelhantes.
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