Moro deu PowerPoint a Palocci e falou: 'Ligue os pontos'. Ele ligou


Condenado a 12 anos de cadeia e preso a um, o ex-ministro Antonio Palocci cozinhava sua delação premiada há bastante tempo. Chegou a dizer em audiência a Moro que tinha muito a falar sobre instituições financeiras e empresas de mídia.

Mas isso, para Moro, "não vinha ao caso". Pelo contrário, Moro disse que Palocci estaria chantageando mercado e empresas de mídia para livrarem sua cara.

Foi um aviso: Quer se livrar? Não é por aí. E aplicou-lhe a sentença de 12 anos de cadeia para refletir melhor e preparar a delação que lhe (a Moro) interessava.

Com os últimos acontecimentos, Moro deve ter acelerado a pressão. A denúncia de que o advogado (na verdade doleiro) Tacla Durán teria dado dinheiro ao primeiro amigo (padrinho de seu casamento) e à mulher de Moro jogou o justiceiro de Curitiba contra as cordas.

Diferentemente do que fez quando da acusação contra o amigo, quando foi a seu site de notícias (O Antagonista) e distribuiu nota defendendo Zucolotto Jr. (leia aqui Padrinho de casamento de Moro teria pedido dinheiro a acusado para 'aliviar' sentença na Lava Jato. Desculpa de Moro é hilária ) e descendo a lenha no "acusado foragido", na acusação muito mais grave, a que envolve sua mulher, Moro ficou e permanece calado.

Vê-se agora que preferiu sair de outra forma, como o polvo que lança sua tinta para escapar. Foi a Palocci, entregou o PowerPoint dos procuradores da fé e mandou ligar os pontos. Palocci ligou.

Alguma prova? Não. Alguma novidade? Não. A velha história sobre o triplex, a sede do instituto Lula (sede Roque Santeiro, que foi sem nunca ter sido) e as obras no sítio de amigos do Lula em Atibaia.

Em resumo: Lula tinha R$ 300 milhões da Odebrecht para usar como quisesse e os gastou num triplex que não é dele, num terreno para onde não foi o Instituto Lula e que também não lhe pertence, e em obras, dois pedalinhos e um barquinho de lata para o sítio dos amigos.

Prova? Para que prova se existe a convicção e a palavra de um "condenado preso" (que vale muito mais do que a de um "acusado foragido")?

Sobre as acusações ao mercado financeiro e as empresas de mídia? Nada lhe foi perguntado e Palocci nada disse.

- Não vem ao caso.

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