Na Venezuela pré-Chávez o povo enganava a fome com ração. Só que chamavam a coisa pelo nome: Perrorina, comida de cachorro
Perrorina, ração de perro, cachorro em espanhol. Como mostra imagem reproduzida aqui [clique nela para ampliar] na Venezuela, antes de Chávez, o povo matava a fome com ela.
Não era uma política de governo, como a que Doria quer implantar em São Paulo. O povo comia por necessidade.
Na matéria, uma mulher conta que passou o dia catando restos de alimentos que ainda davam para comer, pegou um pouco de massa picada e ração de cachorro para fazer uma sopa.
A Perrarina oficial é fabricada pela Nestlé na Venezuela (não sei se existe ou existiu no Brasil) e levava milho, cevada, soja, acrescida de vitaminas e carne e osso ou frango e carne, nas duas versões.
Ao contrário do ufanismo de Doria, que chega a chamar sua ração de "abençoada", o povo tinha vergonha de confessar que a utilizava na alimentação humana, o que fica registrado no diálogo do repórter com um comerciante:
- Los clientes le están comprando más Perrarina, ¿le constan que se la comen?
Y responde:—Lo que sé es que no tienen perros.
Os clientes estão comprando mais Perrarina. Sabe se eles a estão comendo?
Ele responde: - O que sei é que não têm cachorros.
E em São Paulo, têm?
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