O voto secreto é para proteger o eleitor de pressões, seja dos governantes, apoiadores, "coronéis", traficantes ou milicianos.
Talvez no Senado todos esses tipos estejam representados. Porque, em oposição à determinação de voto secreto pelo presidente do STF, vários senadores fizeram questão de exibir os seus - o que pode levar à anulação da eleição, caso alguém entre com representação no Supremo.
Por que fariam isso?
De um lado, porque foram pressionados pelas redes sociais, que exigiam o voto em aberto. Mas as redes sociais também são manipuladas, como as eleições de Bolsonaro e Witzel (um absoluto desconhecido no Rio de Janeiro até hoje) comprovam.
De outro, os patrocinadores diretos, em troca de cargos no Senado, no governo ou outras benesses.
O TSE proíbe que o eleitor exponha seu voto, por exemplo, fotografando a urna. Se não fosse assim, o patrocinador exigiria do eleitor que fotografasse seu voto para comprovação.
Será que foi o que aconteceu ontem?
Ninguém conhece o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Indicação do ministro Ônix Lorenzoni, que confessadamente recebeu por duas vezes caixa dois de mais de R$ 150 mil, teria sido patrocinado, daí a exibição do voto?
Se sim, quem terá sido o "Queiroz" do Senado?
O que fica cada vez mais claro no "novo Brasil" é que ele tem cada vez mais a cara do velho Brasil da ditadura. Na presidência das duas casas (Rodrigo Maia é o da Câmara), dois representantes do DEM, que é o antigo PFL, ex-PDS, original ARENA, a Aliança Renovadora Nacional, partido da ditadura de 1964.
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