Não, não é piada de português, é autoritarismo mesmo. O governo Bolsonaro mandou a Abin (Agência Brasileira de (entre parêntesis) Inteligência) investigar a CNBB, padres e paróquias, especialmente na Amazônia. Motivo: acham que a Igreja Católica é uma potencial opositora do governo. E, embora as investigações de inteligência devam ser secretas, confessam:
“Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí”, disse o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que comanda a contraofensiva.
Com base em documentos que circularam no Planalto, militares do GSI avaliaram que os setores da Igreja aliados a movimentos sociais e partidos de esquerda, integrantes do chamado “clero progressista”, pretenderiam aproveitar o Sínodo para criticar o governo Bolsonaro e obter impacto internacional. “Achamos que isso é interferência em assunto interno do Brasil”, disse Heleno.
Escritórios da Abin em Manaus, Belém, Marabá, no sudoeste paraense (epicentro de conflitos agrários), e Boa Vista (que monitoram a presença de estrangeiros nas terras indígenas ianomâmi e Raposa Serra do Sol) estão sendo mobilizados para acompanhar reuniões preparatórias para o Sínodo em paróquias e dioceses. [Fonte: Estadão]
Mais uma vez os militares parecem querer repetir o erro da outra vez em que estiveram no poder, durante a ditadura, quando perseguiram membros da Igreja Católica - alguns barbaramente torturados, como frei Tito, que veio a se matar no exterior, após as torturas. (Obs: Para se informar melhor sobre isso, sugiro a leitura de Batismo de Sangue, do frei Betto)
Esquecem-se de que a Igreja Católica, que também teve seus momentos de torturar e tocar o terror no mundo, sobrevive a perseguições desde seu nascimento, há mais e dois mil anos.
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