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O Festival de Cinema de Cannes, um dos mais prestigiosos do mundo, mandou um recado claro ao governo brasileiro neste ano de 2019 premiando dois filmes produzidos aqui e um terceiro que tem como produtor um brasileiro, fato inédito.
O fato inédito mostra que o mundo está de olho no que acontece com o Brasil, governado por um presidente machista, xenófobo, que está destruindo a cultura brasileira, da mesma maneira que destrói outros setores da economia do país.
Os premiados foram Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, com o Prêmio Especial do Júri pelo filme Bacurau.
Karim Aïnouz, foi premiado com o melhor filme da seção Um Certo Olhar, com o filme "A Vida invisível de Eurídice Gusmão".
Como coincidência, todos os premiados são nordestinos; os dois primeiros, pernambucanos, e o outro, cearense.
Além deles, fora da programação oficial, o filme “The Lighthouse” ganhou prêmio da crítica. O longa é dos Estados Unidos, mas tem o brasileiro Rodrigo Teixeira como produtor.
Evidentemente, nesta análise não vai nenhum juízo de valor sobre os filmes, que não vi, mas que devem ser de qualidade não apenas pelo histórico dos realizadores como pela excelência do festival.
Quero destacar, nesses infames tempos bolsonaros, que o mundo diz não ao governo de várias formas, como recentemente quando prefeitos de Nova York e Dallas se recusaram a receber Bolsonaro, como agora com a premiação, no momento em que o governo ataca o financiamento do cinema e das artes e cultura brasileiras.
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