Juiz bloqueia pagamentos a Moro por contratação 'no mínimo peculiar e constrangedora'


Assim como aconteceu com os procuradores de deus em relação à Petrobras, o ex-Sergio Moro também queria receber o seu da destruição que causou à Odebrecht. 
 
Quem não se lembra que Deltan Dallagnol chegou a montar uma "fundação" com R$ 2 bilhões de multas da Petrobras, que seria administrada por ele e outros procuradores da Lava Jato, hoje completamente desmoralizados pelas informações da Vaza Jato e da Operação Spoofing, que mostraram que eles trabalhavam em duas pontas: numa, na condenação de Lula, com objetivos políticos: na outra, no enriquecimento próprio, através de palestras regiamente pagas e na tal "Fundação", felizmente barrada pelo STF por irregular.
 
Com Moro não foi diferente. Condenar Lula foi parte do acordo que, ele imaginava, o levaria ao poder, no Executivo ou no Judiciário, como presidente da República ou ministro do STF. Para isso se aliou a Jair Bolsonaro (o conhecido homem das rachadinhas), mas deu errado e, desempregado, ele acabou por aceitar um trabalho no mínimo suspeito, numa empresa que trata exatamente da recuperação judicial da Odebrecht, praticamente destruída por Moro.
 
Ganhou para destruir, queria ganhar para recuperar. Mas o juiz João de Oliveira Rodrigues Filho mandou parar tudo, como narra Mônica Bergamo, na Folha.
O juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, decidiu suspender os pagamentos da Odebrecht à empresa Alvarez & Marsal, administradora judicial do grupo.

O magistrado tomou a decisão depois que o TCU (Tribunal de Contas da União) passou a investigar a contratação do ex-juiz Sergio Moro para trabalhar na Alvarez & Marsal.

Na visão do Ministério Público junto ao TCU, há um evidente conflito de interesses no fato de Moro ter condenado e ordenado a prisão de acionistas e diretores da Odebrecht, contribuindo para a situação de insolvência da empresa, e agora trabalhar em sua administradora judicial, que disso aufere lucros.

O ex-juiz de Curitiba poderia estar ganhando indiretamente dinheiro do processo de recuperação judicial da construtora depois de ter contribuído para a situação de dificuldade que ela agora atravessa.

O ministro Bruno Dantas, do TCU, considerou a contratação "no mínimo peculiar e constrangedora". E pediu explicações.

Se não acabar preso, o que pode ocorrer por sua atuação na Operação Lava Jato, Moro pode ter que arrumar outro emprego, já que o de super-herói anticorrupção foi desmascarado quando aceitou cargo no governo de Jair Bolsonaro, após impedir Lula de concorrer à presidência.



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