Afinal, quem pode chegar perto de Lula e quem não pode?


Artigo do jornalista Moisés Mendes no Jornalistas pela Democracia levanta a questão dos apoios a Lula e de Lula. Possíveis alianças e aliados. Restrito ou aberto? Uma grande aliança para derrotar Bolsonaro? Quem entra e quem não.

Na foto que ilustra a postagem, a maior aliança de Lula.
Quem pode chegar perto de Lula

Está de volta o debate sempre previsível em véspera de eleição, agora com novas circunstâncias, novas abordagens e antigos riscos. Como será o alargamento da base de apoio de sustentação da candidatura de Lula em 2022?

E aí vem sempre junto a dúvida sobre os limites dessa base. Que não pode ser só de esquerda, mas também não pode ceder demais nas concessões de apoio do centro e das direitas ditas democráticas.

Líderes das esquerdas deixaram de falar só recentemente em uma frente que fosse “das esquerdas” para levar de volta o PT ao poder.

A Frente Ampla, que governou o Uruguai por 15 anos, desmontou a histórica disputa entre blancos e colorados sem se anunciar nunca como uma frente só de esquerdas, mesmo que fosse basicamente isso.

Pouco antes de morrer, em dezembro, o ex-presidente Tabaré Vázquez informou que trabalhava num projeto de ampliação da base da Frente Ampla. Para que se adequasse aos novos tempos e fosse, quem sabe, menos de esquerda.

Aqui, não há como pensar em alargamento dessa base sem começar pelos nomes, muito mais do que pelos partidos.

Por exemplo. Rodrigo Maia, consagrado como líder de centro criado dentro do DEM, é assimilável às esquerdas, mas seu partido nunca será.

O partido pode até ser aceito em alianças paroquiais, mas nunca, é claro, em um projeto nacional.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, diz o que deve dizer. Que alianças dependem de compromissos com programas e projetos.

Alianças dependem basicamente de nomes que conduzam siglas e grupos, ou alguém imagina que qualquer sigla dita de centro pode oferecer alguma consistência de princípios à formação de uma frente? Só a sigla? Nunca. Nem o MDB. Muito menos o MDB de mil caras.

É inútil raciocinar a partir dos partidos sem seus nomes. E vamos então para as hipóteses, considerando-se as novas e as velhas possibilidades.

Rodrigo Maia pode? Mas poderá como? Geraldo Alckmin também? Mas se trocar de partido e deixar de ser tucano? Se for para o PSB? Marta Suplicy poderia, pela força eleitoral, ou Marta nunca mais?

Renan Calheiros é quase certo que pode? O Centrão seria aceito incondicionalmente? Ou dito de outra forma: é possível não pensar no Centrão?

Mas como evitar a repetição de gente da direita clássica do tipo Geddel Vieira Lima? E um Delcídio do Amaral, um Marcelo Crivella? Como não ter por perto um novo Roberto Jefferson?

Como afastar gente aparentada com essa gente inconfiável de perto de Lula? Como contornar os pântanos?

Como eliminar o risco de uma aliança ter de ceder espaço e cargos a turmas das facções de um Temer, um Moreira Franco ou de um Edison Lobão?

Onde está o centro que poderia se diferenciar hoje do centro dos tempos de Lula e Dilma, ou talvez nem tenha como ser diferente?

Gente parecida com Guilherme Afif Domingues pode? Mas podem também os assemelhados a Eliseu Padilha? Certamente não podem. Do agronegócio, quem pode além de Katia Abreu hoje?

Luciano Huck poderia, num amplo leque de enfrentamento de Bolsonaro? Mas só num segundo turno? É preciso pensar em alianças da arrancada, já no primeiro turno, e da chegada, no segundo.

E os empresários? E os banqueiros que abandonarem Paulo Guedes e Bolsonaro? São boas perguntas, ululantemente óbvias, que não podem ser negadas ao debate aberto, mesmo que complexas demais para cabeças comuns, mas nem tanto para a cabeça de Lula.




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