Homem tranca duas mulheres no banheiro, incendeia a casa, as mulheres morrem, mas júri popular o absolve da intenção de matar


O homem da foto é Rodrigo Marotti. Em outubro de 2019, por um alegado desentendimento de negócios, ele trancou a ex-namorada, Alessandra Vaz, e a amiga dela, Daniela Mousinho, no banheiro da casa e depois incendiou a casa com as duas trancadas. Para fugir, roubou o carro da ex-namorada. O crime aconteceu em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de Janeiro.
 
No último dia 8, terça, o júri popular absolveu o criminoso da intenção de matar. A juíza o condenou por "crime de incêndio com resultado de mortes e furto praticado durante o repouso noturno".

Ele tranca as mulheres num banheiro, impossibilitando a fuga, incendeia a casa, mas não "teve intenção de matar", só de trancar no banheiro e incendiar... Quem matou foi o fogo... Esse deve ter sido o "raciocínio bolsonaro" do júri.
 
Mesmo argumento de um antigo policial bandido, Mariel Mariscot, que disse que nunca matou ninguém: "Eu só faço o furo, quem mata é Deus".
 
Recentemente, pelo menos quatro pessoas agrediram covardemente o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, na Barra da Tijuca, Rio. Armados de taco de beisebol e pedaço de pau agrediram o jovem que foi imobilizado com um golpe de jiu-jitsu. Só pararam quando ele parou de se mexer, morto. Todos alegaram que não tinham intenção de matá-lo. A culpa, logicamente, foi do pedaço de pau e do taco de beisebol.
 
Não é típico do Brasil bolsonaro?
 
Desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro incentiva as pessoas a saírem de casa, sem máscaras, para se expor a um vírus que matou até o momento mais de 635 mil brasileiros. Mas, segundo o raciocínio bolsonaro, ele não tinha intenção de matar, queria apenas defender a economia.
 
Bolsonaro também proibiu o ministro da Saúde da época, general Pazuello, de adquirir vacinas, atrasando em alguns meses o início da vacinação no Brasil, o que gerou milhares de mortes. Mas Bolsonaro estava apenas exercendo seu direito de ter uma opinião, de que as vacinas não tinham eficácia garantida, ao contrário da Ivermectina, ainda que a comunidade científica mundial defendesse a vacinação e denunciasse a ineficácia da Ivermectina no combate ao coronavírus. A culpa, claro, não foi da ordem criminosa de Bolsonaro, mas do coronavírus, como, nos casos anteriores, do fogo, Deus, o taco de beisebol e o pedaço de pau.

Mas a defesa de Alessandra Vaz e Daniela Mousinho vai recorrer da sentença. Esperamos que dessa vez o criminoso seja condenado por seu crime covarde. E o mesmo aconteça a Bolsonaro, não apenas aqui como também no Tribunal Penal Internacional, onde o caso dele já chegou.





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