Estudo científico mostra que pelo menos 50 mil brasileiros morreram na pandemia por culpa da política de Bolsonaro

Estudo publicado na revista científica The Lancet, patrocinado pela Fundação Bill e Melinda Gates, e outras, mostra que ao menos 50 mil brasileiros morreram (e continuam morrendo) na pandemia de COVID-19 como efeito das ações ou omissões do governo Bolsonaro. Ações e omissões essas apontadas na CPI da COVID, que, infelizmente não deu em nada, graças ao PGR Aras.

O professor e pesquisador brasileiro Fernando de Castro Reinach publicou em sua coluna do Estadão um artigo comentando alguns dados do estudo, que mostram o efeito nefasto da política de Bolsonaro, capaz de levar à sua condenação mundial por genocídio no Tribunal Penal Internacional de Haia. Os estudos são mais uma prova desse crime.

O estudo acompanhou o tratamento da pandemia pelo mundo e os efeitos das políticas de cada país nos números de infecção e mortes.

Foi publicado o resultado parcial de um estudo planejado para acompanhar a pandemia. Além de produzir um quadro global, permite comparar os resultados obtidos em cada país. Sabemos que o governo Bolsonaro desprezou o vírus, recomendou tratamentos sem base científica, desautorizou e demitiu ministros, prorrogou o quanto pôde o uso de vacinas e por aí vai. Esse estudo quantifica a tragédia causada por Bolsonaro. E, ao comparar o que ocorreu no Brasil com as médias mundiais, fica claro que muitos brasileiros morreram por causa das medidas adotadas pelo atual governo. Isso vem sendo dito por muita gente, mas agora temos os números.

O estudo coletou dados de infectados, internados e mortos. E foi adiante, e aí sua importância. Foi capaz de corrigir os problemas de coleta de dados de diferentes países e casos de subnotificação. Dessa maneira foi possível estimar o número real de mortes e infecções em cada lugar. Aqui, vou comparar o que aconteceu no Brasil com o que aconteceu no mundo como um todo, incluindo países ricos e pobres.

Até 14 de novembro de 2021 (data final desses resultados preliminares), morreram no Brasil 720 mil pessoas de COVID (intervalo de confiança entre 634 mil e 907 mil). Mas esse número diz pouco. Mais importante é quantas pessoas morreram por 100 mil habitantes. No planeta, a COVID matou 194 a cada 100 mil. No Brasil, esse número foi de 332. Na Nova Zelândia esse número é 0,8 por 100 mil. No planeta, a taxa de infecção por 100 habitantes foi de 49%; no Brasil, de 66%. No Brasil 0,5% dos infectados morreram, enquanto no mundo esse número é de 0,4%.

Não resta dúvida que, com o sistema de saúde que o Brasil dispunha no início da pandemia, um governo minimamente competente e responsável teria obtido resultados melhores. Bastava não atrapalhar. Calcular exatamente quantas das mortes por COVID podem e devem ser colocadas nas costas do governo Bolsonaro é difícil, mas deve ser maior que 50 mil. É suficiente para condenar os responsáveis por crime de responsabilidade, homicídio ou genocídio.

 

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