TRE-RJ tem pelo menos R$226 milhões de reais motivos para cassar candidatura de Claudio Castro à reeleição


Só não é surpreendente porque aconteceu no Rio, onde os últimos governadores eleitos saíram do governo para a cadeia. Mas o descaramento do esquema de rachadinha do governo Claudio Castro, descoberto e divulgado pelos repórteres Rubem Berta e Igor Mello, faz sombra ao maior esquema de compra de votos da História, que é o feito por Bolsonaro com o orçamento secreto com que comprou o Centrão e se livrou e aos filhos de todos os processos que continuam correndo na Justiça, à espera de que ele saia do governo para enquadrá-los. 

O esquema se deu na Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio), Gabriel Lopes. O órgão foi usado para criar uma folha de pagamento com mais de 20 mil contratados sem nenhuma transparência.

Os cargos eram preenchidos sem processo seletivo e os nomes dos contratados não eram publicados no Diário Oficial. Também não constavam em documentos públicos e nem mesmo no sistema de administração financeira do estado —os pagamentos eram feitos por meio de ordens de pagamento, sacadas na boca do caixa em agências do banco Bradesco em dinheiro vivo.

Os programas realizados em convênio pela Ceperj tinham diversos indícios de irregularidades, como a contratação de cabos eleitorais de candidatos a deputado por meio de uma tabela criada para sistematizar esse tipo de indicação e a ingerência de políticos sobre unidades de programas como o Esporte Presente e a Casa do Trabalhador.

A investigação do MP-RJ revelou que os contratados nos cargos secretos sacaram mais de R$ 226 milhões em dinheiro vivo entre janeiro e julho, 91% de tudo que foi pago pela Fundação Ceperj. Para os promotores, esse é um forte indício de lavagem de dinheiro. [reportagem completa no UOL]

Somente ontem o governador (e candidato à reeleição) Claudio Castro, que chegou ao governo porque seu antecessor, de quem era vice, foi cassado por corrupção, se pronunciou sobre o assunto, e pelo Twitter, com medo de uma coletiva mais do que necessária diante do tamanho da mordida no dinheiro público. Castro demitiu o presidente da Ceperj e ordenou uma investigação "duela a quien duela" (para lembrar personagem de nosso querido e inesquecível Jô Soares, que nos deixou hoje, aos 84 anos).

A rachadinha (ou rachadão, como propôs bem o Brito em seu Tijolaço) deveria ser o assunto principal da política. A cobrança de uma atitude do TRE-RJ também, já que há registro de vídeos de beneficiados pelo esquema pedindo votos para Claudio Castro. No entanto, a esquerda debate uma picuinha política.

 Não é mole não. É Molon... Não.

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