A legião do Mal que inferniza o país desde o golpe de 2016 está reunida novamente tentando livrar sua cara. Novamente, das profundezas, Bolsonaro lança mão de Temer para tentar fugir da Papuda que o aguarda e aos filhos.
Em evento promovido por dois veículos da mídia corporativa -- O Globo e Valor Econômico -- o golpista traíra Michel Temer, que já foi utilizado anteriormente por Bolsonaro para se livrar de uma punição por Alexandre de Moraes, propôs uma anistia ao criminoso:
“O ideal seria fazer um grande pacto nacional, como aconteceu na Espanha. E quem for eleito chama a oposição, os 27 governadores eleitos, os chefes de poderes e organizações da sociedade civil para trabalhar até a posse. Quero ver quem se oporia a isso. As pessoas respirariam aliviadas. Isso seria o ideal”, disse ele. “Quando falo nesse pacto de pacificação, estou imaginando que seria verificado, se houver anistia, o que é anistiável e o que não é. Mas seria um gesto de harmonia no país”, complementou. [247]
Que o objetivo de Bolsonaro hoje é se livrar da cadeia eu escrevi aqui há quase três meses: 'Se não for preso, tô no lucro' —é o que move Bolsonaro, de que reproduzo trecho a seguir.
A estratégia de Bolsonaro é a mesma de Trump, causar um tumulto tão grande que o próximo governo aceite uma composição para "apaziguar o país".
Nos EUA, Trump não foi impichado nem teve os direitos políticos cassados para estancar o golpe no Capitólio.
No Brasil, Bolsonaro pode ficar longe da Papuda em troca de acalmar as milícias que ele alimenta durante sua vida, mais especificamente ainda agora em seu mandato.
Basta que se anuncie que ele está sendo processado na Justiça e o processo se arraste como o de Temer —mas sem cadeia, que Temer chegou amargar por uns dias.
Por que o golpista não propõe a Bolsonaro que pacifique agora mesmo o país, parando de agredir os opositores e de ameaçar as eleições com golpe?
Seria simplesmente uma traição imperdoável ao desejo da maioria dos brasileiros, caso Lula encampasse uma ideia destrambelhada dessas.
Bolsonaro e família devem ser julgados por todos e cada um de seus crimes. Sentenciados, de acordo com a Constituição, devem ser recolhidos ao xadrez, devolvendo antes tudo o que desviaram dos cofres públicos ao longo do tempo.
É o mínimo, pois é impossível devolver à vida todos os que que morreram de Covid e outras doenças, inclusive fome e depressão profunda, vítimas de Bolsonaro.
E, antes que me esqueça, que sejam julgados da mesma forma os crimes de Temer. Ele, que se diz agora preocupado com uma pacificação do país, deveria ter pensado nisso lá atrás quando apunhalou pelas costas uma presidenta legitimamente eleita.
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