Decisões do TSE proíbem vídeos autoincriminatórios de Bolsonaro e desequilibram disputa eleitoral, prejudicando Lula


Os ministros do TSE Paulo de Tarso Sanseverino e Alexandre de Moraes tomaram decisões que interferem diretamente nas eleições deste ano, em prejuízo da candidatura Lula.

Paulo de Tarso Sanseverino proibiu a campanha de Lula de divulgar o vídeo em que Bolsonaro confessava que praticaria canibalismo, comeria a carne humana de um indígena ensopada, apenas pelo prazer doentio de ver o corpo do indígena ser cozido num caldeirão. Só não o fez porque os companheiros não quiseram participar, mas, no vídeo, ele afirma que comeria a carne do indígena "sem problema algum".

Já Alexandre de Moraes proibiu a campanha de Lula de exibir um outro vídeo em que Bolsonaro confessa que "pintou um clima" entre ele e duas meninas de 14, 15 anos, e que ele chegou a pedir para entrar na casa delas, num caso de pedofilia.

Nos dois vídeos não há edição nem indução: Bolsonaro faz as declarações de livre e espontânea vontade e não há margem para dúvida do sentido das palavras ditas pelo ainda presidente.

A proibição dos vídeos desequilibra a disputa eleitoral em favor de Bolsonaro, pois deixa que parte da população fique sem saber que pode estar votando num pedófilo capaz de cometer canibalismo por curiosidade.

Não há o que justifique as proibições. Os argumentos de que as declarações estão retiradas de contexto não se sustentam, pois não há outro contexto capaz de mudar o sentido das declarações.

As decisões infelizmente não estão sendo contestadas com veemência pela campanha de Lula como aquilo que são — censura —, uma interferência indevida de ministros do TSE (um deles o presidente atual, Alexandre de Moraes) em favor de Bolsonaro, mostrando que a pressão feita pelo presidente sobre os ministros surgiu efeito.

Sorte que, apesar disso, até o momento, Lula continua liderando com certa folga, segundo todas as pesquisas, mas é difícil lutar quando o TSE toma lado de uma campanha.

Parece que o impeachment ilegal de Dilma, a prisão sem crime de Lula impedindo-o de participar das eleições de 2018 e a eleição com fake news de Bolsonaro contra Haddad não foram suficientes. O sistema continua a prejudicar a candidatura de Lula e do PT.

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