'Temos menos mulheres no parlamento brasileiro do que em países em que as mulheres usam burca'

A constatação do título é da deputada petista do DF Erika Kokay e é um retrato da baixa representatividade feminina no nosso Congresso. É também uma prova de que o estabelecimento da cota de 30% de candidaturas femininas não fez crescer a representatividade das mulheres, que são a maioria da população brasileira, com mais de 52%.

Pior é a constatação de que, além da baixa representação feminina, o Congresso vai piorando a cada eleição, e o que foi eleito agora é prova disso.

O Centro Feminista e Estudos e Assessoria (Cfemea) realizou um estudo sobre o perfil dos/as parlamentares eleitos/as em 2022 utilizando uma metodologia de pesquisa que verificou as opiniões do/as eleitos/ as. Os dados revelam que os/as brasileiros/as elegeram um Congresso Nacional mais conservador em temas relacionados a direitos sexuais e direitos reprodutivos, violência contra a mulher, concepção de família, visão sobre o cuidado, religião e com posições antigênero. [baixe o estudo do Cfemea aqui]

Escrevi aqui no blog há algum tempo que a solução talvez esteja em trocar a cota de candidatas por uma cota parlamentar. Em vez de 30% de candidaturas femininas deveríamos ter pelo menos uma cota que garanta a reserva de 30% das vagas na Câmara e no Senado para as mulheres.

Os do contra de sempre vão alegar que Damares, Zambeli e outras são mulheres. Mas é exatamente isso: que haja representantes de todas as mulheres e em número cada vez maior. Afinal, se são nossos representantes, que comecem refletindo nossa realidade demográfica.


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