Houve uma época em que era malvisto ser alegre. E não me refiro ao governo Bolsonaro

Houve uma época em que estar melancólico ou de preferência triste era de bom tom, algo desejável na sociedade. Época das trevas, da Inquisição, do pecado, das doenças, das pestes. Mais ou menos como aqui, durante o governo do infame presidente anterior.

Uma reportagem da BBC trata dessa época e busca o momento em que esse baixo astral, essa bad trip virou a chave e as pessoas passaram a buscar não mais a melancolia e sim a alegria.

Houve um tempo na história da humanidade em que era malvisto demonstrar alegria. Aliás, a busca pela felicidade como conhecemos hoje é algo relativamente novo na nossa história. 

Até o início do século 18, em lugares como Reino Unido e nas suas colônias na América do Norte, os historiadores perceberam que as pessoas tinham orgulho de serem um pouco melancólicas. 

O que significa é que havia entre as pessoas da época a percepção de que era necessário se desculpar por momentos de felicidade, por considerá-los uma afronta a Deus.

No entanto, houve uma época em que isso mudou:

Mas isso mudou radicalmente no século 18, a ponto de, na redação da Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, a busca pela felicidade ter sido considerada um direito humano. A Constituição da França de 1793 também explicitou a ideia de que, entre aspas, “o objetivo da sociedade é a felicidade comum”.

Isso influenciou a literatura, com romances com finais felizes, e o sorriso passou a ser incentivado, o que provocou o lançamento"de produtos inovadores, incluindo palitos e escovas de dente, para preservar os sorrisos, e foram projetados auxílios artificiais, como o batom, para destacar a brancura dos dentes. O ato de sorrir demonstrava que a pessoa estava acompanhando os mais recentes produtos de consumo, além de exibir o tipo certo de emoção”.

No entanto, os historiadores não conseguiram até o momento identificar o que provocou essa mudança da tristeza para a alegria naquele período.

Aqui no Brasil é fácil. Após o período trevoso, com milhares de mortes diárias pela COVID, um presidente que incentivava a não vacinação, o uso de cloroquina, que criticava as máscaras e elogiava armas...tudo aquilo que a gente está cansado de saber; então, após Damares, rachadinhas, Sérgio Camargo, Pazuello, Salles, Heleno, vem a eleição de Lula e sua mensagem de otimismo, de que o Brasil vai crescer e ser feliz de novo. Seu combate à fome, seu incentivo à vacinação e seu apoio à Ciência e à Cultura, e o acolhimentos aos indígenas, às mulheres, a todos aqueles que só tinham motivos para estar melancólicos com a época trevosa de que saímos há pouco mais de dois meses.

O Brasil hoje canta a música de Tom e Vinícius: "É melhor ser alegre que ser triste"...


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