Cota de gênero tem que deixar de ser por candidaturas e passar a ser por cadeiras no Congresso

30% de mulheres no Congresso

Mais uma vez o TSE teve que agir diante de uma nova fraude na cota de gênero, que determina que 30% das candidaturas dos Partidos sejam de candidatas mulheres. Desta vez o TSE anulou os votos recebidos pelo PP e pelo Avante nas eleições de 2020 para a Câmara de Vereadores da Andradina, município do interior de São Paulo, por fraude à cota de gênero. [CartaCapital]

Mas isso é só enxugar gelo. Agora mesmo há uma PEC na Câmara que propõe anistia aos partidos que não cumpriram as cotas. E sempre serão criados mecanismos para burlar a lei, porque a lei é "pra inglês (no caso, mulheres) ver". O jeito é alterar a lei, que deveria mudar de 30% de candidaturas femininas para 30% de vagas no Congresso para mulheres (ao menos, em princípio, porque as mulheres são 52% do eleitorado). 

Com isso, os partidos em vez de fraudarem as verbas iriam investir em candidatas mulheres para ocuparem essas vagas. Não vai ser fácil os homens abrirem essa fatia do poder, mas temos mulheres guerreiras no Congresso e elas deveriam abraçar essa luta para que o Congresso fique cada vez mais representativo do povo brasileiro. Hoje, são 86 as deputadas e elas representam apenas 16,67% do total de deputados. Com as cotas por vagas, elas seriam 154 deputadas, quase o dobro. E ainda assim estariam distantes da proporção de gênero da sociedade brasileira.

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