TCU aprova contas do governo Bolsonaro 'com ressalvas'. As ressalvas: distorções de R$1,28 trilhão! Como pode?

Beira o inacreditável, se a gente não tivesse passado e sobrevivido a quatro anos inacreditáveis, que parecem apenas com um pesadelo. Mas o Tribunal de Contas da União simplesmente aprovou as contas do último ano do mandato de Bolsonaro (2022) mesmo com inconsistências que somam astronômicos R$1,28 trilhão (isso mesmo, tri e não bi).

Veja as principais distorções apontadas pelo relator 

  • R$ 556,9 bilhões: "reconhecimento indevido de ativos e respectivos ajustes para perdas";
  • R$ 383,8 bilhões: "reconhecimento indevido de receitas com impostos, ganhos com a reavaliação de ativos e reversão de provisões e de ajustes para perdas";
  • R$ 151,4 bilhões: "reconhecimento indevido de despesas com ajustes para perdas, benefícios, provisões e com o não reconhecimento de provisões, desincorporação de ativos e outras variações patrimoniais diminutivas";
  • R$ 104,6 bilhões: "obrigações com a Previdência Social e com os estados não reconhecidas";
  • R$ 88,6 bilhões: "ajustes e reservas não conhecidos no patrimônio líquido da União". [Terra]

 
O relator no TCU foi Jorge Oliveira, indicado por Bolsonaro. Mas a aprovação foi unânime e agora segue para o Congresso, que dará a palavra final.

Sei que não é uma pedalada fiscal (contém ironia, porque hoje tem que avisar), mas, fica a pergunta: como se aprova uma coisa dessas com tantas "inconsistências" e um valor tão monstruoso?


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