Um motorista levou à cassação de um presidente alagoano (Collor) e pode levar à de outro (Arthur Lira)

Em 1992, o então presidente Fernando Collor caiu graças ao depoimento de um motorista, Eriberto França. Eriberto revelou que PC (Paulo Cesar Farias) bancava as despesas da família do presidente, como a compra de um Fiat Elba e a famosa reforma na Casa da Dinda, um imóvel particular transformado em residência oficial. [Fonte]

Collor é alagoano. E agora outro alagoano e presidente (só que da Câmara) pode cair graças ao depoimento e, principalmente, ao conteúdo do telefone celular de um motorista, Wanderson Ribeiro Josino de Jesus. 

Wanderson presta serviço há cinco anos para o ex-assessor parlamentar Luciano Cavalcante, homem de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e alvo de uma investigação da Polícia Federal sobre suposta fraude na compra de kits de robótica para escolas de Alagoas.

Ele revelou ao repórter Reynaldo Turollo Jr. o que teria afirmado à PF, que fazia pagamentos ordenados pelo chefe e que anotava tudo no papel para não se esquecer. Há 11 citações do nome Arthur em suas anotações, com valores diversos, que, somados, chegam a R$650 mil.

Segundo relatório da PF, o motorista afirmou a agentes da PF que as anotações eram "pagamentos que realiza a mando de Luciano (Cavalcante)".

— "Tem que pagar aluguel, tem que pagar isso". Eu que pago. Sou prestador de serviço. Tem áudio (no celular apreendido pela PF), tem tudo (sic). “Anota isso aqui.” Então, não tem como dizer que eu que fui lá e paguei (por minha conta). Porque ele (Cavalcante) fala “Isso é Arthur, é Arthur”. Eu não sei se é Arthur Lira — afirmou Wanderson, acrescentando: — Eu nunca apaguei conversa minha com o Luciano, porque às vezes “anota isso, anota aquilo”. Aí eu anoto.[O Globo]


Collor caiu porque o motorista Eriberto disse que PC Farias pagava as contas do presidente. Agora, o motorista Wanderson diz que Luciano Cavalcante pagava as contas de Arthur. 

Será o Lira? Qual a origem do dinheiro? O telefone celular do motorista, que afirma ter tudo gravado, pode responder a essas perguntas, e aí talvez a história de um motorista derrubar um presidente alagoano se repita.


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