Billie Eilish abre o jogo e diz por que sempre usou roupas largas

Como encarar o mundo, as pessoas, quando você é uma jovem adolescente, que acabou de entrar no primeiro ano da fase teen, os 13 anos (thirteen), quando “Ocean Eyes”, a faixa etérea que Billie Eilish gravou com seu irmão mais velho, Finneas, em seu minúsculo quarto, se torna viral no SoundCloud?

Dali em diante foram "sete Grammys e um Oscar antes mesmo de ter idade suficiente para brindar seu sucesso com uma taça de champanhe".

Como enfrentar o mundo com a efervescência e também a insegurança características da adolescência, por toda a sua fase teen (from thirteen to nineteen), sendo Biilie Eilish, com mais de 110 milhões de seguidores no Instagram de olho em você?

Eilish imediatamente conquistou o público com uma personalidade cheia de contradições: uma voz suave e sussurrante combinada com ganchos pegajosos sobre assassinar seus amigos, colocar fogo no carro de um ex e largar um namorado possessivo em seu aniversário. Combinado com um estilo distinto de roupas largas e neon, impressionantes olhos azuis e um talento para o absolutamente assustador (um dos primeiros videoclipes apresentava uma tarântula rastejando para fora de sua boca), ela logo se tornou o nome na boca de todos na indústria musical.

Eilish ainda hoje se incomoda com o questionamento “estranho e perturbador” que enfrentou em seus anos de formação de personalidade: com quem ela estava namorando? Qual era a sexualidade dela? Por que ela se vestia assim ou assado? Críticos mais sinistros até questionaram se ela era secretamente uma adoradora do diabo (Não é).

As roupas largas

Às vésperas de fazer 22 anos (em 18 de dezembro), Billie Eilish se sente segura o suficiente para falar sobre uma coisa que sempre foi motivo de curiosidade de jornalistas e fãs: seu visual de roupas muito maiores do que ela, bem largas.

A resposta é simples e universal: a insegurança normal nos adolescentes sobre seu corpo que se modifica em velocidade que a mente não consegue acompanhar.

“Eu não estava tentando fazer com que as pessoas não me sexualizassem”, explica ela. “Mas eu não queria que as pessoas tivessem acesso ao meu corpo, nem mesmo visualmente. Eu não era forte e segura o suficiente para demonstrar isso. Se eu tivesse mostrado isso naquela época, teria ficado completamente arrasada se as pessoas tivessem dito alguma coisa.”


Ela respira fundo. “Talvez o fato de eu realmente não me importar em ser sexualizada seja porque nunca me senti desejada ou desejável”.

“Nunca me senti mulher, para ser sincera com você. Nunca me senti desejável. Nunca me senti feminina. Tenho que me convencer de que sou uma garota bonita”, diz ela. “Eu me identifico como ‘she/her’ e coisas assim, mas nunca me senti realmente uma garota.”

Eu tenho peitos grandes. Tenho peitos grandes desde os nove anos de idade e sou assim. É assim que eu pareço”, diz ela, ficando exasperada ao se lembrar do frenesi da mídia quando ousou usar uma regata em público pela primeira vez, aos 16 anos.

Nova fase


Ela está animada agora, começando um bom discurso retórico à moda antiga. “Ninguém nunca diz nada sobre o corpo dos homens”, diz ela. “Se você é musculoso, legal. Se não estiver, legal. Se você é muito magro, legal. Se você tem um corpo de pai, legal. Se você é gordinho, ame! Todo mundo está feliz com isso. Você sabe por quê? Porque as meninas são legais. Elas não se importam porque vemos as pessoas como elas são!

“Acho que em algum momento do ano passado percebi isso. Eu estava tipo, ‘Tenho que encontrar coisas dentro de mim e da minha vida pessoal que não tenham nada a ver com o mundo exterior, com a internet ou com meu status, que vão me trazer tanta alegria’”.

Então ela fez exatamente isso, alcançando novos patamares criativos com uma série de projetos fora de sua zona de conforto. Caso em questão: agitando o burburinho do Oscar pela música original da “Barbie”, “What Was I Made For?” e recebendo elogios por sua estreia como atriz como a líder cult Eva na série de sátira de terror do Prime Video, “Swarm” – tudo isso enquanto dava os retoques finais em seu terceiro álbum de estúdio.
“Minha vida está sendo boa”, diz ela. “Sinto que estou me tornando uma pessoa que realmente amo e fazendo coisas das quais tenho muito orgulho. De muitas maneiras na minha vida, sinto como se estivesse acordando agora.”

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