Matéria da Folha é contestada pelo SUS de goleada: R$ 125 bi a R$ 3,4 bi


Nesta segunda-feira, dia 20, a Folha publicou propaganda disfarçada de reportagem em que destacava as vantagens que o país teria caso liberasse os cigarros eletrônicos no país.

Sob título "Governo perdeu R$ 3,4 bilhões em impostos com veto a cigarros eletrônicos, diz Fiemg", a Folha procurou destacar o que o Brasil teoricamente estaria perdendo em arrecadação ao manter proibida pela Anvisa no país a comercialização dos cigarros eletrônicos, os vapes.

Destacou também as vantagens que a liberação do comércio traria:

Mesmo sendo proibido no Brasil, "somente entre 2022 e 2023, as vendas cresceram tanto que a projeção de tributos que o governo deixou de receber chegou a R$ 3,4 bilhões —R$ 1,2 bilhão a mais do que o projetado para 2022". Fala também na até possível geração de 124,5 mil novos postos de trabalho formais e informais.

"Dentre os benefícios, estima-se que a demanda potencial poderia representar um mercado de R$ 10,5 bilhões ao ano, enquanto a arrecadação poderia chegar a R$ 3,4 bilhões em impostos federais", diz o economista-chefe da Fiemg, João Gabriel Pio.

Como destacado aqui em reportagem da Fórum, leitores criticaram duramente o jornal, não somente na edição impressa como também nas redes sociais.

Na rede X, antigo Twitter, a Folha ainda teve o vexame de ver sua postagem sobre o tema levar uma advertência da rede, tal o número de leitores críticos à reportagem.

 

Como era propaganda disfarçada de reportagem e não reportagem mesmo, a matéria não ouviu o outro lado, as razões do governo para não liberar os cigarros eletrônicos.

Ela fica clara ao se visitar a página do SUS no site do governo, que já no título derruba as pseudo vantagens econômicas da adoção dos vapes.

"Brasil gasta cerca de R$ 125 bilhões/ano com tratamentos para doenças e incapacitações provocadas pelo tabagismo"

Os R$ 3,4 bilhões da Folha são quase nada perto das despesas, que certamente aumentariam com a liberação do produtos, que é destinado especialmente aos jovens.

No site também se fica sabendo do número de pessoas que recorrem ao serviço gratuito do SUS para tentarem se livrar do terrível vício da nicotina, um dos mais difíceis de largar.

 


A queda do número de pacientes em 2020 e 2021 certamente se deve ao efeito da pandemia da Covid.

O tabaco é um mal que causa câncer e é um vício de difícil tratamento. O Brasil tem um dos programas mais exitosos no combate ao fumo no mundo. Existem proporcionalmente menos fumantes no Brasil do que nos Estados Unidos e Europa.

É isso que as multinacionais do tabaco tentam atacar de maneira subliminar pagando propaganda disfarçada de reportagem na Folha e também seu programa de checagem de fatos, recém lançado, chamada "Checamos", que tem patrocínio da Philip Morris Brasil.

A pesquisa divulgada pela Folha sobre os vapes tem o patrocínio da BAT Brasil, anteriormente conhecida como Souza Cruz, uma indústria de cigarros brasileira, atual subsidiária da British American Tobacco no Brasil.

Botando o departamento comercial na frente do jornalismo a Folha ainda vai conseguir um selo de advertência do Ministério da Saúde do tipo: "Cuidado: Ler a Folha faz mal à saúde".

 

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