Respeitando o velho chavão, a vida mais uma vez imita a arte e Julia Louis-Dreyfus, a Elaine, namorada de Seinfeld na icônica série "Seinfeld", agora se separou de Jerry Seinfeld no posicionamento sobre um assunto ainda não bem digerido pelos humoristas em geral, especialmente os mais velhos: o politicamente correto.
Para Jerry Seinfeld, que vem sofrendo severas críticas sobre sua nova produção, "A Batalha do Biscoito Pop-Tart", a "extrema esquerda" e o politicamente correto estão prejudicando o trabalho dos humoristas.
"Na verdade, nada afeta a comédia. As pessoas sempre precisam dela. Elas precisam tanto e não a recebem", disse Seinfeld. "Antigamente, você chegava em casa no final do dia e a maioria das pessoas pensava: 'Oh, 'Cheers' está passando. Oh, 'MASH' está passando. Oh, 'Mary Tyler Moore' está passando. 'Tudo em Família' está passando.' Você simplesmente esperava, 'vai ter algo engraçado para assistirmos na TV esta noite'. Bem, adivinhe… onde está? Este é o resultado da extrema esquerda e da porcaria do politicamente correto, das pessoas se preocupando tanto em não ofender os outros", Seinfeld disse no final de abril, em entrevista à revista New Yorker. [Terra]
Julia Louis-Dreyfus pensa de modo diferente do antigo colega de série. Numa entrevista ao The New York Times, Julia falou sobre o assunto, sem fazer críticas diretas a Jerry.
Recentemente, Jerry Seinfeld virou notícia por falar sobre o politicamente correto na comédia. Estou me perguntando, como um comediante famoso, o que você pensa sobre isso.
JLD – Se você olhar para trás, para a comédia e o drama, digamos, 30 anos atrás, pelas lentes de hoje, poderá encontrar pedaços que não envelhecem bem. E acho que ter uma antena sobre sensibilidades não é uma coisa ruim. Isso não significa que toda a comédia vá embora pela janela. Quando ouço pessoas começando a reclamar do politicamente correto - e entendo por que as pessoas podem recuar - mas para mim isso é um sinal de alerta, porque às vezes significa outra coisa. Acredito que estar ciente de certas sensibilidades não é uma coisa ruim. Não sei mais como dizer isso. (...) A minha sensação sobre tudo isto é que o politicamente correto, na medida em que equivale à tolerância, é obviamente fantástico. E é claro que me reservo o direito de vaiar quem disser algo que me ofenda, respeitando também o seu direito à liberdade de expressão, certo? Mas o maior problema – e penso que a verdadeira ameaça à arte e à criação de arte – é a consolidação do dinheiro e do poder. Todo esse isolamento de estúdios, canais, streamers e distribuidores – não acho que seja bom para a voz criativa. Então é isso que quero dizer em termos da ameaça à arte.
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