Mal terminaram as eleições para prefeito do Rio, com a reeleição de Eduardo Paes para seu quarto mandato, e a guerra para o governo do Rio em 2026 já começou. Ninguém ainda se assumindo candidato, mas lançando petardos de lado a lado, marcando posição em busca do possível eleitor de 2016.
O prefeito Eduardo Paes, que nega ser candidato, afirma, ambíguo a O Globo:
"Quem tentou duas vezes não pode dizer que não quer ser governador."
Numa entrevista ao mesmo jornal, Paes lançou críticas ao atual governador, Claudio Castro, e à Alerj, presidida por outro possível candidato ao cargo de governador em 2026, o deputado Rodrigo Bacellar.
Paes: Somos oposição ao Cláudio Castro, contesto as políticas, em especial a de segurança, mas estamos à disposição para ajudar. Ele precisa dar um basta nessa interferência da Alerj, ou de personagens da Alerj, no governo dele. Precisa governar. Eu acho que dá para ele governar com uma parte da oposição, para não se juntar a ameaças, extorsões, seja lá o que ele sofre que gera essa relação dele de tanto temor. Ele é governador pelos próximos dois anos, e não podemos deixar o estado ser destruído.
Repórter: Quem faz essas ‘ameaças’ e ‘extorsões’? O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar?
Paes: Acho que é a liderança da Alerj. Tem uma turma que comanda a Assembleia, e o presidente por óbvio é um deles. Me parece uma relação muito esquisita. Há um temor, não é uma relação de aliança política. Essa relação tem que ser mais institucional, mais madura. O chefe do Executivo é o governador Cláudio Castro. Se ele não assumir essa função, é muito ruim para o estado.
Rodrigo Bacellar respondeu partindo para o ataque:
— Não confunda seu presidente (da Câmara Municipal, Carlo Caiado) com a minha pessoa. Não sou subserviente nem a meu próprio pai ou ao meu filho. É muito grave um vagabundo chamado Eduardo Paes acusar o parlamento de extorsão. Vai trabalhar que a eleição já passou. Não fujo de ninguém, não mando recado, não sou tuiteiro, menina de recado ou blog de jornal. Cite meu nome e me acuse, mas respeite o parlamento porque ninguém aqui faz extorsão, muito menos ameaça. O parlamento não é puxadinho do governo na minha presidência, igual a Câmara é da prefeitura.
O presidente da Alerj nega que seja candidato, mas ao mesmo tempo diz que “gostaria muito de confrontar esse rapaz [Paes]”.
Paes por sua vez criticou as relações do governador com a Alerj:
Tem uma turma na política fluminense que diz que não cumpro acordo. O que eu não cumpro é a sacanagem. O que essa gente quer, em geral, é outra coisa, que eu não faço. Adoram dizer que não sou confiável. Não consigo ter essas relações de “homem de palavra”, “fio do bigode”. Acho coisas meio de Cosa Nostra, se é que me entendem.
As eleições de 2024 nem acabaram em alguns estados e 2026 já está em disputa no Rio de Janeiro.