O Pústula e o Traíra: nova arma do jornalismo declaratório contra Lula

Pústula.
substantivo feminino

    1.
    patologia
    pequeno tumor na pele com supuração.
        medicina
        pápula purulenta de uma febre eruptiva, esp. da varíola.
    2.
    figurado
    aquilo que é viciado ou doente na sociedade; corrupção, depravação, perversão.

Traíra
traíra
(tra·í·ra)

substantivo feminino

1. [Brasil] [Ictiologia] Nome vulgar de um gênero de peixes fluviais.

2. [Brasil] [Zoologia] Nome vulgar de uma variedade de répteis.

substantivo de dois gêneros

3. [Brasil, Informal] Pessoa que, num jogo, vence outra de quem é muito próxima ou íntima, especialmente no pôquer.
adjetivo de dois gêneros e substantivo de dois gêneros

4. [Brasil, Informal] Que ou o que comete traição, que trai a confiança de outrem (ex.: pessoa muito traíra; abaixo os traíras). = TRAIDOR

A ordem do mercado financeiro é clara: manter o governo do presidente Lula sob pressão. 

  • Na economia, com o arcabouço fiscal, teto de gastos, juros, nas manobras com o dólares, nas escaramuças do Banco Central. 
  • Na parte política, Lira e o Centrão comendo bilhões em verbas carimbadas, chantageando o governo até com ameaças de impeachment.
  • Na mídia, uma campanha incessante de ataques diretos ou indiretos ao governo e ao presidente com o objetivo de fazê-lo se curvar às demandas do mercdo financeiro.


Há meses a mídia já decidiu o adversário preferencial para enfrentar Lula em 2026: o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas.

Isso caso a pressão contra Lula não o faça desistir de tentar um quarto mandato, em nome de um novo acordão nacional, que seria o sonho de consumo da mídia e do mercado.

Mas a candidatura de Tarcísio tem três problemas:

  1. Lula. Todas as pesquisas continuam dando Lula como imbatível, com vários pontos de vantagem sobre Tarcísio;
  2. O próprio Tarcísio, que já disse querer concorrer à reeleição em São Paulo, especialmente se o candidato do governo for Lula;
  3. O crime eleitoral que Tarcísio cometeu no dia da votação do segundo turno em São Paulo, quando associou o nome do candidato Guilherme Boulos ao PCC, usando a estrutura do governo para isso, o que pode deixá-lo inelegível.


Para evitar que a alternativa 3 aconteça desapareceram com o assunto, que deveria estar nas primeiras páginas desde aquele dia até a solução da Justiça Eleitoral, tal a gravidade do crime eleitoral.

Mas hoje surgiu um novo tema para acossar o governo, após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos: a tentativa de ressuscitar o inelegível, agora em dupla com o homem que traiu sua companheira de chapa para chegar ao poder, levar as demandas do mercado até para a Constituição e abrir as portas do inferno para Bolsonaro em 2018.

O Pústula e o Traíra foram tema de uma entrevista concedida pelo primeiro à Folha.

 

Bolsonaro sobre Trump

 

"E eu sei o meu lugar perto dele. Eu estou para ele como o Paraguai está para o Brasil."

Assume sua pequenez, mas ofende um país vizinho e irmão ao comparar-se com ele.

"Ele me tem como uma pessoa que ele gosta, é como você se apaixonar por alguém de graça, né? Essa paixão veio da forma como eu tratava ele, sabendo o meu lugar."

"Sabendo  meu lugar". Ele era presidente do Brasil e confessa que agia "sabendo seu lugar" de inferioridade. "Brasil acima de tudo", mas abaixo de Trump. 

 

Sobre a chapa com Temer de vice

 

"Está na mídia, não sei se é verdade ou não, eu não falo sobre esse assunto, é o [Michel] Temer [MDB] de vice."

Com o objetivo de manter várias pontes contra Lula, a mídia usa o jornalismo declaratório, que só levanta bola para o entrevistado, sem contestá-lo sobre as inúmeras acusações que pesam contra ele, inclusive a de tentativa de golpe de Estado, confirmada pelos seus comandantes do Exército e da Aeronáutica em depoimento à Polícia Federal.

Sobre isso, nada foi perguntado a Bolsonaro. 

Nem sobre os roubos de joias e a CPI da COVID, que apontou o envolvimento de Bolsonaro nos seguintes crimes:

  •     epidemia com resultado morte;
  •     infração de medida sanitária preventiva;
  •     charlatanismo;
  •     incitação ao crime;
  •     falsificação de documento particular;
  •     emprego irregular de verbas públicas;
  •     prevaricação;
  •     crimes contra a humanidade;
  •     crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo)

Pústula e Traíra como presidente e vice em 2026 só mesmo na mídia corporativa e na cabeça de seus seguidores.


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