O Tribunal Penal Internacional não teve dúvida e o condenou o primeiro-ministro de Israel Benjamim Netanyahu por genocídio. Se pisar em algum país abarcado pelas decisões do TPI (quase todos: Brasil, inclusive) vai preso.
Mas ele não é "apenas" genocida. Bibi, como é conhecido, é acusado de corrupção em Israel e responde a três processos desde 2019.
O julgamento vem sendo adiado, especialmente após o início da guerra em Gaza, mas finalmente Netanyahu começa a depor amanhã.
Ele irá depor nesta terça-feira em uma sala de audiências subterrânea e fortificada em Tel Aviv, em meio à ameaça de um possível ao tribunal, segundo a administração dos tribunais israelenses foi avisada pelo serviço de inteligência interna (Shin Bet).
Netanyahu enfrenta três casos separados de corrupção registrados em 2019: Caso 1000, Caso 2000 e Caso 4000, que incluem alegações de suborno, fraude e quebra de confiança.
Um tribunal distrital em al-Quds (Jerusalém) rejeitou, na quinta-feira, seu pedido para limitar a duas vezes por semana suas aparições obrigatórias no tribunal como parte de seu julgamento por corrupção. Os juízes decidiram que "não encontraram nenhuma razão convincente" para atender ao pedido e o forçaram a testemunhar três vezes por semana.
O julgamento deveria ter ocorrido em novembro de 2023, mas Netanyahu conseguiu adiá-lo várias vezes sob o pretexto da guerra em Gaza.
Em julho, sua defesa pediu para adiar a audiência para março de 2025, mas o tribunal recusou e marcou a data para 2 de dezembro, que depois concordou em adiar por apenas oito dias.
BibiLeaks
Netanyahu também está envolvido no caso de escândalo conhecido como "BibiLeaks", no qual um porta-voz do político e um suboficial da reserva são acusados de conspirar para vazar um documento confidencial para a imprensa estrangeira, com o objetivo de influenciar a opinião pública contra um acordo de cessar-fogo em Gaza.
Analistas e observadores afirmam que, em seus esforços para evitar julgamento e possível condenação, Netanyahu vem ampliando e expandindo as guerras na região, especialmente contra a Faixa de Gaza.