Moro e Globo: Aliança que condenou Lula sem provas ataca Moraes para salvar "herói" da Lava Jato

Onde muitos veem apenas coincidências, outros preferem fazer relações. Na mesma semana em que a Polícia Federal encontrou provas de crimes do ex-juiz, atual senador Sérgio Moro, jornalistas das Organizações Globo concentram artilharia pesada contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

A partir de uma matéria da jornalista lavajatista Malu Gaspar contra Moraes, cheia de insinuações, mas sem provas ou fato concreto, ao estilo Lava Jato,  Carlos Sardenberg e o presidente da Academia Brasileira de Letras (morre mais uma vez Machado de Assis) Merval Pereira passaram a exigir aquilo que é o oposto do que a Justiça determina: que o "acusado" Alexandre de Moraes apresente provas de que não fez nada de errado, quando o ônus da prova é do acusador.

Gaspar insinua que Moraes procurou o presidente do Banco Central Gabriel Galípolo com o intuito de favorecer o Banco Master, o que mostra que ou a conversa nunca houve ou o ministro Moraes não está com nada:pouco depois houve a intervenção do BC no Master e prisão de seu principal acionista Daniel Vorcaro. 

Mais importante ainda: Moraes e Galípolo emitiram notas confirmando que se encontraram, mas o objeto da conversa solicitada pelo ministro foi a lei Magnitsky aplicada pelo governo do presidente dos EUA Donald Trump inicialmente contra Moraes e depois estendida a sua mulher.

Nada disso sacia o apetite do jornalismo lavajatista que continua à procura de um triplex de Moraes para chamar de seu.

O caso Moro

Paralelamente, um outro fato que deveria provocar escândalo surgiu, mas manchetes da turma lavajatista ignoraram solenemente: foram encontradas provas de crime de Sérgio Moro, escritas e assinadas pelo ex-juiz, numa investigação da Polícia Federal a partir de documentos que foram objeto de busca e apreensão na 13ª Vara de Curitiba, aquela onde Moro reinou como imperador.

De acordo com o material apreendido pela PF, as escutas mostram que delatores eram utilizados para monitorar autoridades fora do alcance legal de Moro, com o objetivo de produzir material de pressão. Entre os alvos estava o presidente do TCE-PR Heinz Herwig.

A gravação ilegal envolvendo Heinz Herwig ocorreu em fevereiro de 2005. Cinco meses depois, segundo os documentos apreendidos, Moro repetiu o crime e determinou formalmente que o delator repetisse a tentativa de escuta. Em despacho de julho daquele ano, o então juiz escreveu:

“Considerando os termos do acordo, reputa este Juízo conveniente tentativas de reuniões, com escuta ambiental, com Roberto Bertholdo, Michel Saliba e novamente com Heinz, visto que as gravações até o momento são insatisfatórias para os fins pretendidos”.

Não foi a primeira nem a última ilegalidade de Sérgio Moro com uso de grampeamento ilegal de autoridades. 

Em março de 2016, o presidente Lula estava grampeado pela Lava Jato. 

 

As mensagens obtidas pelo Intercept mostram que o assunto foi discutido com o juiz, que pediu relatórios com transcrições dos diálogos considerados mais relevantes. Em 15 de março, na véspera da nomeação de Lula, a polícia anexou aos autos da investigação três relatórios e 44 arquivos de áudio. 

Lula aceitou o convite de Dilma na manhã do dia 16. Enquanto os dois conversavam no Palácio da Alvorada, procuradores se reuniram com Moro em Curitiba para discutir o levantamento do sigilo, e Deltan, que estava em Brasília, foi à Procuradoria-Geral da República obter aval para a iniciativa.

Moro mandou interromper a escuta telefônica às 11h12, depois que a imprensa confirmou a nomeação de Lula. Num despacho sucinto, o juiz disse que o grampo se tornara desnecessário após as buscas realizadas duas semanas antes, quando Lula fora levado à força pela PF para depor em São Paulo.

A demora das operadoras de telefonia para executar a ordem de Moro em 16 de março permitiu que os investigadores continuassem escutando as conversas de Lula por cinco horas. Com o sistema usado pela PF, as ligações são desviadas automaticamente para os computadores da polícia pelas operadoras.

A primeira pessoa com quem o ex-presidente falou após o encontro com Dilma foi sua assessora Clara Ant, segundo as anotações feitas pelos agentes na escuta. Lula confirmou sua nomeação como ministro, mas indicou que estava desconfortável com a situação.

"Diz que acabou de se foder. LILS diz que ficaram discutindo até meia-noite. LILS tem mais incerteza do que certeza. LILS diz que não tem como escapar 'dela'", resumiu o agente que estava na escuta, identificando Lula sempre pelas iniciais de seu nome completo.

Os registros obtidos pela Folha mostram que o ex-presidente manifestou o mesmo incômodo ao falar com seu advogado Cristiano Zanin Martins, o ex-ministro Franklin Martins, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e dois jornalistas de sua confiança. [Folha]

 Moro sabia de tudo

Ainda assim, sabendo que o objetivo de Lula era tentar salvar o mandato de Dilma e não ser salvo por ela, Moro decidiu divulgar o áudio duplamente ilegal de Lula com a então presidenta Dilma, apresentado com uma edição no Jornal Nacional de que Lula queria o cargo para fugir de Moro. Grampo ilegal, porque a Justiça havia determinado a suspensão das escutas e aquela foi feita depois de vencido o prazo. E ilegal também porque Dilma tinha prerrogativa de foro e não estava ao alcance de Moro, que deveria subir o processo para instância superior.

Sérgio Moro, o herói das Organizações Globo, que não resistiria a meia hora de jornalismo sério e imparcial sobre suas atitudes e decisões, foi homenageado como Personalidade do Ano, e deve grande parte do alcance da Lava Jato ao trabalho incessante das Organizações Globo em todos os seus veículos, em especial o principal telejornal do país, o Jornal Nacional, acusando Lula de corrupção, sem provas mas com abundante convicção.

Agora, quando começa o desmonte de Moro, quando vai ficar claro para o país quem era o bandido, a Globo arma sua artilharia lavajatista contra o ministro Alexandre de Moraes como uma forma de desviar o escândalo da primeira prova cabal das ilegalidades de Moro.

Aproxima-se o momento em que Sérgio Moro e sua parceira de crimes prestarão contas à Justiça e ao povo brasileiro.



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