A última pesquisa Datafolha aponta subida de Russomanno e Serra (este, de um ponto) e uma queda de Haddad (dois pontos).
Discutir a veracidade da pesquisa é abobrinha. A verdade é que Serra e Haddad disputam palmo a palmo quem vai enfrentar Russomanno no segundo turno.
Nos últimos dias, a campanha de Haddad (e aqui não falo das de rádio e TV, mas no geral) perdeu um pouco o foco. Ela havia pegado o pescoço de Serra, que saiu declarando aos quatro ventos que sua rejeição era fruto de uma campanha do PT que dizia que ele abandonaria mais uma vez a prefeitura, caso eleito.
Acusou o golpe? Então, não se pode desgrudar do pescoço dele e continuar batendo na tecla de que ele não cumpre mandatos, não cumpre palavra, que a candidatura à prefeitura de São Paulo é só um degrau para que ele daqui a
dois anos se lance novamente candidato à presidência ou ao governo do
estado de SP.
Também a campanha não pode parar de bater em outra tecla: Kassab é Serra, e vice-versa. A rejeição a Kassab é imensa. 80% dos paulistanos anseiam por mudança. E Kassab só está na prefeitura graças a Serra. Foi seu vice e teve seu apoio na eleição passada.
Do nosso lado, a excelente campanha de Haddad já o tornou conhecido. Agora é hora de emoção Parar com a campanha tipo Nextel e passar para o povão. Mostrar a cidade abandonada pelo prefeito Kassab e por Serra, que a trocou por objetivos próprios.
É hora também de consertar a burrice de ter nomeado Marta Ministra da Cultura agora (friso o agora), no meio da campanha em que ela foi chamada para ajudar Haddad em áreas em que é bem avaliada.
O MinC é importantíssimo, mas, no momento, a prefeitura de São Paulo é mais. É preciso tirar o PSDB e seus aliados dali, cortar um dos mais importantes braços financeiros da mídia corporativa.
Marta tem que ir para as ruas, gastar sapato, e, junto com ela, nossa brava Erundina. Cadê Erundina?
A hora é de somarnos forças para derrotar Serra e forçarmos a nova eleição contra Russomanno no segundo turno.
Os pontos são: Lembrar que Kassab é Serra. Que Serra não tem palavra. Colocar Marta e Erundina no coração da campanha e nas ruas. O resto é com a militância. Quem tem uma igual ao PT?
Segredos de Civita, parte 4. Como a reportagem caluniosa encomendada por Serra pode levar o Grupo Abril ao abismo
Se você não leu as partes I, II e III, clique aqui e confira:
Ao chegar sem aviso à sala do diretor de Veja em Brasília, Policarpo Júnior, Civita foi surpreendido com a cena insólita de vê-lo sentado na cadeira, com calças e cuecas arriadas até o chão, e um homem quase careca ajoelhado à sua frente, com a cabeça entre suas pernas, numa posição de...
"Fechei a porta e saí dali. Não queria imaginar o que estaria acontecendo. Ou melhor, não podia. Se o homem ajoelhado fosse quem eu pensava, teria que demitir um de meus mais dedicados colaboradores", disse Civita. Não chegou a declinar o nome, mas pistas que soltou aqui e ali para alguns amigos indicam quem seja. "Como posso julgar um homem de fidelidade canina, que escreve seus posts na madrugada e passa o dia escrevendo centenas - às vezes, milhares - de comentários forjados no seu blog?".
Civita se lembrou da cena, quando pensou em procurar Policarpo para tentar uma solução para seu problema com a última edição de Veja. Temia ter passado do limite e receber uma resposta agressiva do governo, logo agora que o grupo Abril se encontra à beira da falência.
Não foi a Brasília, e Policarpo veio até ele com a solução. Mas, para aplicar a ideia de Policarpo, Civita precisaria utilizar um jornalista que não fosse de Veja nem da Abril, mas tivesse a mesma determinação de caluniar o Nove Dedos. Pensou em O Globo e ligou para Kamel, seu ex-empregado.
Nota do Blog do Mello: Como estes acontecimentos são recentes, não pudemos confirmar com Civita nem seus amigos e interlocutores se o jornalista escolhido foi o blogueiro de O Globo Ricardo Noblat. Também não consegui falar com Noblat, mas ele não negou nada. E tudo indica que foi ele o escolhido sim, porque Noblat começou a disparar postagens em seu blog e no Twitter utilizando informação que já constava de uma reportagem do mesmo Rodrigo Rangel que editou a dessa última semana, a mando de Serra. Confira:
Não é muito semelhante à história dos quatro vídeos espalhada por Noblat?
Mas, nosso blog não especula. Trabalhamos apenas com fontes confiáveis, pessoas ligadas ao presidente do Grupo Abril e da revista Veja, Roberto Civita. E o que elas nos contaram, além do que até aqui relatamos, fala também de um pesadelo recorrente de Civita.
Rainha de Espadas
O pesadelo com a Rainha de Espadas perturba Roberto Civita desde sempre. Nunca procurou um psicanalista para ajudá-lo a decifrar o mistério por um motivo que diz muito de sua personalidade: "As pessoas pagam para me ouvir falar. É um absurdo que eu tenha de pagar a alguém para que me ouça".
Por isso, o pesadelo o atormenta, sem que ele consiga decifrá-lo. Sempre surge num momento de crise. E surgiu mais uma vez agora, naquela sexta-feira em que a presidenta Dilma desmarcou sua ida ao seminário para mais de mil empresários que ele patrocinava e o ministro da Fazenda Guido Mantega abandonou a mesa de debates sem justificativa.
Civita saiu meneando a cabeça, com a sensação de que o chão se abria a seus pés. A reportagem encomendada por Serra ("com aspas, com aspas") acusando o Nove Dedos de chefe do mensalão pode ter sido a gota que faltava para transbordar o ressentimento do governo com a revista e, com a rejeição recorde de Serra em São Paulo, esse poderia ser o mais largo passo do Grupo Abril em direção ao abismo.
Civita tomou a decisão costumeira: engoliu alguns comprimidos de tranquilizante e pediu ao motorista para dirigir sem destino pela capital paulista. Logo, ele estaria dormindo, como de outras vezes, um sono profundo, sem sonhos, que poderia durar um dia inteiro.
Surpreendentemente, isso não aconteceu. Ele mais uma vez sonhou que estava num lugar enevoado, sem saber onde e por que estava ali, e era direcionado a uma sala, com uma mesa oval no centro. Nela, uma toalha de renda branca, com vários objetos misturados e espalhados - búzios, baralhos diversos, cordões - até que uma mão - sempre aquela mão -, uma mão de mulher, com muitas pulseiras, jogava à sua frente uma carta. E depois virava a carta e revelava a Rainha de Espadas. Mais uma vez, tomado de intenso pavor diante da carta, Civita acordou. Como das outras vezes em que tinha o pesadelo.
Com uma diferença. Dessa vez, algo lhe chamou a atenção: o olhar da Rainha de Espadas, que o aterrozara a vida inteira, lhe pareceu, pela primeira vez, subitamente familiar. Conhecia aquele olhar. Mas, de onde?
Puxou pela memória. Pesquisou. E quando descobriu de quem era o olhar da Rainha de Espadas Civita ficou mais aterrorizado ainda (continua amanhã)
(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações. Tentamos também contacto através de nosso celular. Mas nosso plano Infinity da Tim não permitiu que nenhuma ligação se completasse.Por isso não conseguimos entrevista com Civita, Serra ou FHC, mas, frisamos, nenhum deles desmentiu nada. E, por favor, ministro Paulo Bernardo e Anatel, vamos dar um jeito nessa pouca vergonha das operadoras, ou aumente a nossa Bolsa-Twitter)
Leia também:
- Os segredos do tucanoduto. Civita acusa: 'Serra me usou como um boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo'
- Os Segredos de Civita, parte 2. Os planos da quadrilha incluíam Serra no Planalto e Demóstenes no STF.
- Segredos de Civita, parte 3. Civita: 'Foi Serra quem me obrigou a fazer a reportagem do Valério acusando Lula'
Ao chegar sem aviso à sala do diretor de Veja em Brasília, Policarpo Júnior, Civita foi surpreendido com a cena insólita de vê-lo sentado na cadeira, com calças e cuecas arriadas até o chão, e um homem quase careca ajoelhado à sua frente, com a cabeça entre suas pernas, numa posição de...
"Fechei a porta e saí dali. Não queria imaginar o que estaria acontecendo. Ou melhor, não podia. Se o homem ajoelhado fosse quem eu pensava, teria que demitir um de meus mais dedicados colaboradores", disse Civita. Não chegou a declinar o nome, mas pistas que soltou aqui e ali para alguns amigos indicam quem seja. "Como posso julgar um homem de fidelidade canina, que escreve seus posts na madrugada e passa o dia escrevendo centenas - às vezes, milhares - de comentários forjados no seu blog?".
Civita se lembrou da cena, quando pensou em procurar Policarpo para tentar uma solução para seu problema com a última edição de Veja. Temia ter passado do limite e receber uma resposta agressiva do governo, logo agora que o grupo Abril se encontra à beira da falência.
Não foi a Brasília, e Policarpo veio até ele com a solução. Mas, para aplicar a ideia de Policarpo, Civita precisaria utilizar um jornalista que não fosse de Veja nem da Abril, mas tivesse a mesma determinação de caluniar o Nove Dedos. Pensou em O Globo e ligou para Kamel, seu ex-empregado.
Nota do Blog do Mello: Como estes acontecimentos são recentes, não pudemos confirmar com Civita nem seus amigos e interlocutores se o jornalista escolhido foi o blogueiro de O Globo Ricardo Noblat. Também não consegui falar com Noblat, mas ele não negou nada. E tudo indica que foi ele o escolhido sim, porque Noblat começou a disparar postagens em seu blog e no Twitter utilizando informação que já constava de uma reportagem do mesmo Rodrigo Rangel que editou a dessa última semana, a mando de Serra. Confira:
Para mostrar que não estava blefando, como já fizera em outras ocasiões, o empresário [Marcos Valério] disse que enviaria às autoridades um vídeo com um depoimento bombástico, gravado por ele em três cópias e escondido em lugares seguros. Seria parte do acordo de delação premiada com os procuradores. Seu arsenal também incluiria mensagens e documentos que provariam suas acusações. [íntegra aqui, em reportagem de 22 de julho, há quase dois meses]
Não é muito semelhante à história dos quatro vídeos espalhada por Noblat?
Mas, nosso blog não especula. Trabalhamos apenas com fontes confiáveis, pessoas ligadas ao presidente do Grupo Abril e da revista Veja, Roberto Civita. E o que elas nos contaram, além do que até aqui relatamos, fala também de um pesadelo recorrente de Civita.
Rainha de Espadas
O pesadelo com a Rainha de Espadas perturba Roberto Civita desde sempre. Nunca procurou um psicanalista para ajudá-lo a decifrar o mistério por um motivo que diz muito de sua personalidade: "As pessoas pagam para me ouvir falar. É um absurdo que eu tenha de pagar a alguém para que me ouça".
Por isso, o pesadelo o atormenta, sem que ele consiga decifrá-lo. Sempre surge num momento de crise. E surgiu mais uma vez agora, naquela sexta-feira em que a presidenta Dilma desmarcou sua ida ao seminário para mais de mil empresários que ele patrocinava e o ministro da Fazenda Guido Mantega abandonou a mesa de debates sem justificativa.
Civita saiu meneando a cabeça, com a sensação de que o chão se abria a seus pés. A reportagem encomendada por Serra ("com aspas, com aspas") acusando o Nove Dedos de chefe do mensalão pode ter sido a gota que faltava para transbordar o ressentimento do governo com a revista e, com a rejeição recorde de Serra em São Paulo, esse poderia ser o mais largo passo do Grupo Abril em direção ao abismo.
Civita tomou a decisão costumeira: engoliu alguns comprimidos de tranquilizante e pediu ao motorista para dirigir sem destino pela capital paulista. Logo, ele estaria dormindo, como de outras vezes, um sono profundo, sem sonhos, que poderia durar um dia inteiro.
Surpreendentemente, isso não aconteceu. Ele mais uma vez sonhou que estava num lugar enevoado, sem saber onde e por que estava ali, e era direcionado a uma sala, com uma mesa oval no centro. Nela, uma toalha de renda branca, com vários objetos misturados e espalhados - búzios, baralhos diversos, cordões - até que uma mão - sempre aquela mão -, uma mão de mulher, com muitas pulseiras, jogava à sua frente uma carta. E depois virava a carta e revelava a Rainha de Espadas. Mais uma vez, tomado de intenso pavor diante da carta, Civita acordou. Como das outras vezes em que tinha o pesadelo.
Com uma diferença. Dessa vez, algo lhe chamou a atenção: o olhar da Rainha de Espadas, que o aterrozara a vida inteira, lhe pareceu, pela primeira vez, subitamente familiar. Conhecia aquele olhar. Mas, de onde?
Puxou pela memória. Pesquisou. E quando descobriu de quem era o olhar da Rainha de Espadas Civita ficou mais aterrorizado ainda (continua amanhã)
(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações. Tentamos também contacto através de nosso celular. Mas nosso plano Infinity da Tim não permitiu que nenhuma ligação se completasse.Por isso não conseguimos entrevista com Civita, Serra ou FHC, mas, frisamos, nenhum deles desmentiu nada. E, por favor, ministro Paulo Bernardo e Anatel, vamos dar um jeito nessa pouca vergonha das operadoras, ou aumente a nossa Bolsa-Twitter)
Leia também:
Segredos de Civita, parte 3. Civita: 'Foi Serra quem me obrigou a fazer a reportagem do Valério acusando Lula'
Se você não leu as partes I e II, clique aqui e confira Os segredos do tucanoduto. Civita acusa: 'Serra me usou como um boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo' e Os Segredos de Civita, parte 2. Os planos da quadrilha incluíam Serra no Planalto e Demóstenes no STF. Ou então, prossiga:
Dos tempos em que gozava das intimidades do poder em Brasília, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Roberto Civita diz guardar muitas lembranças. Algumas revelam a desenvoltura com que personagens centrais do tucanoduto transitavam no coração do governo FHC, antes da eclosão do maior escândalo de corrupção da história política do país – a privataria tucana. Civita lembra das vezes em que José Serra, seu interlocutor frequente até a descoberta do esquema, participava de animados encontros à noite no Palácio da Alvorada, que não raro lhe servia de pernoite. "O Serra dormia (se é que se pode usar a palavra em relação a ele) no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com FHC à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro." Civita deixa transparecer que ele próprio foi a uma dessas reuniões noturnas no Alvorada.
Dos tempos em que gozava das intimidades do poder em Brasília, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Roberto Civita diz guardar muitas lembranças. Algumas revelam a desenvoltura com que personagens centrais do tucanoduto transitavam no coração do governo FHC, antes da eclosão do maior escândalo de corrupção da história política do país – a privataria tucana. Civita lembra das vezes em que José Serra, seu interlocutor frequente até a descoberta do esquema, participava de animados encontros à noite no Palácio da Alvorada, que não raro lhe servia de pernoite. "O Serra dormia (se é que se pode usar a palavra em relação a ele) no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com FHC à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro." Civita deixa transparecer que ele próprio foi a uma dessas reuniões noturnas no Alvorada.
Sobre sua aproximação com Serra, Civita conta que,
diferentemente do que os petistas dizem, ele conheceu Serra durante a campanha
de 2002. Já o conhecia anteriormente, mas só a partir de sua campanha à
presidência tornaram-se mais íntimos. FHC lhe disse que Serra precisava de uma
imprensa que repercutisse o que os agentes da PF a serviço de Serra conseguiam sobre os
adversários. "Ele precisava da Veja para publicar o escândalo. Depois a
Globo repercutia e o Nove Dedos caía nas pesquisas”.
Só que isso não aconteceu e Lula foi eleito. Manteve-se o
esquema, mas agora com o objetivo de derrubar o Nove Dedos e trazer os tucanos
de volta ao poder. A parceria deu certo e desaguou no chamado mensalão do PT,
uma parceria entre os arapongas de Serra e um bicheiro de Goiás, que hoje todos
conhecem como Carlinhos Cachoeira.
Mas, nem isso, nem a provável condenação de todos os
petistas pelo STF, parece servir de alguma coisa para José Serra. Por isso,
Civita não se assustou quando recebeu uma vista, às três da madrugada, do
candidato tucano à prefeitura de São Paulo. Com a “sutileza” que o caracteriza,
Serra ordenou a Civita que a Veja ligasse diretamente Lula ao mensalão, para
que ele não pudesse mais fazer campanha para Haddad. Tinha que ser uma matéria
agressiva, definitiva. “Você tem que dizer que Marcos Valério declarou à Veja
que Lula sabia de tudo e era o chefe do mensalão”.
Civita providenciou a reportagem e a enviou na terça-feira, para
aprovação. "Foi Serra quem me obrigou a fazer a reportagem do Valério acusando Lula" - disse a amigos. Serra aprovou, mas fez uma ressalva: “Tem que por aspas, tem que
colocar como se Valério estivesse afirmando aquilo”. Civita quis argumentar que aquilo queimaria a
revista. Mas Serra foi intransigente: “Quem não pode se queimar sou eu. Se eu não
me eleger, vocês perdem tudo da prefeitura e vão entregar o governo de São Paulo
para o PT daqui a dois anos. Adeus, livros didáticos. Adeus, assinaturas das
revistas. Adeus, parcerias. Nada de trololó. Bota aspas e depois se virem para
dizer que ele declarou tudo aquilo. Vocês são especialistas nisso”.
Sem alternativa, Civita concordou. Pensou em ir falar com
Policarpo, seu diretor em Brasília, especialista nesse tipo de manobra. Mas se
conteve. Teria de falar com ele pessoalmente, pois o telefone poderia estar
grampeado. Mas guarda ainda fresca na memória a surpresa que teve ao fazer uma
visita inesperada ao diretor. Ao entrar na sala, encontrou Policarpo
sentado na cadeira, calça e cueca abaixadas até o tornozelo, com um homem quase
careca ajoelhado à sua frente, aparentemente... A palavra que lhe veio à cabeça foi "fellaccio"... Quem era o careca? (continua amanhã)
(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações. Tentamos também contacto através de nosso celular. Mas nosso plano Infinity da Tim não permitiu que nenhuma ligação se completasse.Por isso não conseguimos entrevista com Civita, Serra ou FHC, mas, frisamos, nenhum deles desmentiu nada. E, por favor, ministro Paulo Bernardo e Anatel, vamos dar um jeito nessa pouca vergonha das operadoras, ou aumente a nossa Bolsa-Twitter)
Leia também:
(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações. Tentamos também contacto através de nosso celular. Mas nosso plano Infinity da Tim não permitiu que nenhuma ligação se completasse.Por isso não conseguimos entrevista com Civita, Serra ou FHC, mas, frisamos, nenhum deles desmentiu nada. E, por favor, ministro Paulo Bernardo e Anatel, vamos dar um jeito nessa pouca vergonha das operadoras, ou aumente a nossa Bolsa-Twitter)
Leia também:
Os Segredos de Civita, parte 2. Os planos da quadrilha incluíam Serra no Planalto e Demóstenes no STF
Se você não leu a parte I, clique aqui e confira Os segredos do tucanoduto. Civita acusa: 'Serra me usou como um boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo'. Ou então, prossiga:
Com a segurança de quem transitava com desenvoltura pelos gabinetes oficiais, inclusive os palacianos, e era considerado um parceiro preferencial pela cúpula tucana, o presidente do Grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita afirma que, primeiro FHC, mas, depois e até hoje, Serra “comandava tudo". Em sua própria defesa, diz que como operador das reportagens encomendadas contra o PT não passava de um “boy de luxo" de uma estrutura que tinha o então presidente e seu candidato no topo da cadeia de comando. "FHC era o chefe, hoje é Serra”, repete Civita às pessoas mais próximas.
Com a segurança de quem transitava com desenvoltura pelos gabinetes oficiais, inclusive os palacianos, e era considerado um parceiro preferencial pela cúpula tucana, o presidente do Grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita afirma que, primeiro FHC, mas, depois e até hoje, Serra “comandava tudo". Em sua própria defesa, diz que como operador das reportagens encomendadas contra o PT não passava de um “boy de luxo" de uma estrutura que tinha o então presidente e seu candidato no topo da cadeia de comando. "FHC era o chefe, hoje é Serra”, repete Civita às pessoas mais próximas.
A afirmação se choca com todas as versões apresentadas por
Serra desde que o livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro, foi lançado,
de que tudo era “lixo, lixo, lixo”.
A ira de Roberto Civita desafia a defesa clássica do
ex-presidente FHC de que não sabia do Tucanoduto e nada teve a ver com o
esquema arquitetado em seu primeiro mandato para sua reeleição. “Todo mundo
sabe que ele comprou a emenda de sua reeleição. Sem contar os escândalos na
área da saúde, comandada por Serra. E mais a lista de Furnas, a privataria, o
Banestado, o Proer”...
Amigos contam que o que mais deprime Civita é a situação
quase falimentar do Grupo Abril. A Veja se sustenta com anúncios. Para obtê-los
deve produzir edições com tiragens de mais de um milhão de exemplares, que não
se pagam com as assinaturas e vendas nas bancas. “Estamos queimando a casa
[Grupo Abril – Nota do Blog] para produzir lenha para a Veja. Até cópia xerox,
proibi na empresa”.
A rota de fuga de Serra evoluiu mais tarde para a negação
completa, com a tese nefelibata de que a privataria tucana nunca existiu, tendo
sido apenas uma armação do PT para chegar ao poder. A narrativa de Civita
coloca Serra não apenas como sabedor de tudo o que se passava - Sanguessugas,
Vampiros, Proer, Banestado, Privataria -, mas no comando das operações."Há até um vídeo na internet em que FHC confirma isso" [o vídeo é este aqui - Nota do Blog].
“O chefe é Serra. O objetivo era colocá-lo na presidência e
Demóstenes [ex-senador cassado Demóstenes Torres, que também foi expulso do DEM
– Nota do Blog] no Supremo. Com Demóstenes e Gilmar Mendes lá, o Brasil seria
nosso”. No entanto, Demóstenes foi derrubado por operação da PF e Serra mais
uma vez derrotado na luta pelo Planalto. “Agora, nem a prefeitura. Nossa
salvação seriam os livros didáticos que ele colocaria nas escolas. Mas, agora,
nem isso”...
Civita não esconde que se encontrou com Serra diversas vezes
no Palácio do Planalto. Ele faz outra revelação: “Do FHC ao Serra era só descer
a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá embaixo, vamos”. A frase
famosa e enigmática de José Serra — "Tudo que eu faço é do conhecimento de
FHC” — ganha contornos materiais depois das revelações de Civita sobre os
encontros em palácio. Roberto Civita reafirma que pode acabar nas barras do Supremo
Tribunal, mas faz uma sombria ressalva. “Não podem condenar apenas os
mequetrefes. Só não sobrou para o Serra porque eu, o Paulo Preto e o FHC não
falamos”, disse na semana passada a um dos únicos amigos do bar da periferia
que tem freqüentado anonimamente.
“Mas, se eu quebrar, não vou sozinho. Produzi um vídeo com
quatro cópias”... Nesse instante, o telefone de Civita tocou e ele se afastou. Foi
possível ouvir apenas “Diogo, já estamos promovendo seu livro na revista e
pagando os processos. Estou na lona. O dinheiro acabou”... (continua amanhã)
(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações. Tentamos também contacto através de nosso celular. Mas nosso plano Infinity da Tim não permitiu que nenhuma ligação se completasse.Por isso não conseguimos entrevista com Civita, Serra ou FHC, mas, frisamos, nenhum deles desmentiu nada)
Leia também:(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações. Tentamos também contacto através de nosso celular. Mas nosso plano Infinity da Tim não permitiu que nenhuma ligação se completasse.Por isso não conseguimos entrevista com Civita, Serra ou FHC, mas, frisamos, nenhum deles desmentiu nada)
Os segredos do tucanoduto. Civita acusa: 'Serra me usou como um boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo'
Faltavam catorze minutos para as 2 da tarde da última sexta-feira
quando o empresário Roberto Civita, presidente da revista Veja e do Grupo Abril,
parou seu carro em frente a um bar, em São Paulo. Responsável pelas mais
infames acusações aos governos dos presidentes Lula e Dilma, ele tem cumprido
religiosamente a tarefa de ir até esse modesto bar numa região pobre da grande
São Paulo. Desce do carro, vai até o balcão e é servido com sua bebida
preferida, que sorve numa talagada. Chega
mais cedo para evitar ser visto pelos outros bebuns e vai embora depressa,
cabisbaixo. "O PSDB me transformou em bandido”, desabafa. Civita sabe que
essa rotina em breve será interrompida. Ele não tem um átimo de dúvida sobre
seu futuro.
Nessa mesma sexta, Civita havia organizado em mega-encontro,
com mais de mil empresários do Brasil e do exterior. Chamou o ilustre economista Paul Krugman e
também o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente do Brasil, Dilma
Rousseff. Ambos confirmaram presença. Mas, em cima da hora, a presidente
arranjou uma desculpa para não comparecer e o ministro abandonou a mesa de
debates, sem dar satisfações. "Ali, foi selado meu destino" - acredita Civita.
Pessoas próximas ao empresário afirmam que Civita teria
responsabilizado o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, pelo
vexame que deu em público. Meneando a cabeça, ele saiu exclamando para quem
quisesse ouvir: “Eu avisei ao Serra que ia dar merda! Eu avisei!”.
Apontado como o responsável pela engenharia que possibilitou
ao PSDB e até recentemente ao DEM montar o maior esquema de espionagem,
baixaria e calúnia da história, Civita enfrenta um dilema. Nos últimos dias,
ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto que havia firmado com os
tucanos. Para proteger os figurões, conta que assumiu a responsabilidade de
cometer crimes que não praticou sozinho, mas com a ajuda de Carlinhos Cachoeira
e seu grupo de arapongas, que faziam as “reportagens investigativas” de Veja,
para defender interesses dos demo-tucanos. Civita manteve em segredo histórias
comprometedoras que testemunhou quando era o "predileto" do poder,
relacionadas à privataria e aos escândalos da área de saúde do governo FHC,
comandada por José Serra. Em troca do silêncio, recebeu garantias. Primeiro, de
impunidade. Depois, quando o esquema teve suas entranhas expostas pela Policia
Federal, de que nada aconteceria a ele nem a Demóstenes Torres. Com a queda de
Demóstenes, logo após a prisão de Cachoeira, além de ter a equipe da revista
desfalcada, Civita tentou um último subterfúgio para não naufragar: mandou
fazer uma capa de destaque com a presidente Dilma.
Serra ficou enfurecido e o ameaçou. "Ele disse que abriria o jogo e mostraria que por trás de Carlinhos Cachoeira estava Policarpo, e por trás de Policarpo, eu".
Civita guarda segredos tão estarrecedores sobre o tucanoduto
que não consegue mais reter só para si — mesmo que agora, desiludido com a
falsa promessa de ajuda dos poderosos que ele ajudou, tenha um crescente temor
de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel. Os segredos de Civita,
se revelados, põem o ex-presidente FHC e José Serra no epicentro do maior
escândalo de corrupção da história, a privataria tucana. Puxado o fio da meada,
vêm juntos o caso Banestado, o Proer, a venda da Vale, o Fonte Cindam, a lista
de Furnas. Sim, e, no comando das operações, Serra. Sim. Serra, que, fiel a seu
estilo, fez de tudo para não se contagiar com a podridão à sua volta, mesmo que
isso significasse a morte moral e política de companheiros diletos. Civita
teme, e fala a pessoas próximas, que se contar tudo o que sabe estará assinando
a pior de todas as sentenças — a de sua morte: "Vão me matar. Tenho de
agradecer por estar vivo até hoje". (continua amanhã)
(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações)
Leia também:
Íntegra da reportagem de Veja com Marcos Valério. Confira a entrevista fictícia que visa atingir o presidente Lula
Como é uma imagem grande, para não pesar o blog, a íntegra da reportagem de Veja desta semana está aqui.
Chamo sua atenção para um detalhe, que destaquei em amarelo. Há uma frase que não tem prosseguimento. É o único flagrante em que isso acontece. Por que será? Repare aqui e confira lá.
"O medo ainda constrange Marcos Valério a limitar suas revelações a...". A frase não tem prosseguimento na página seguinte, não sei se por deficiência da própria revista ou de uma editada malandra de quem copiou a matéria, tentando esconder o que O Globo revela, em reportagem de hoje, na página 10 de seu Primeiro Caderno:
Mas, se, como informa a Veja, Valério não deu entrevista, como poderia desmentir ou confirmar algo?
É o novo boimate da Veja. Eles inovam, fazendo uma entrevista sem a participação do entrevistado. Um depoimento sem depoente. Ou seja, uma fraude total.
Chamo sua atenção para um detalhe, que destaquei em amarelo. Há uma frase que não tem prosseguimento. É o único flagrante em que isso acontece. Por que será? Repare aqui e confira lá.
"O medo ainda constrange Marcos Valério a limitar suas revelações a...". A frase não tem prosseguimento na página seguinte, não sei se por deficiência da própria revista ou de uma editada malandra de quem copiou a matéria, tentando esconder o que O Globo revela, em reportagem de hoje, na página 10 de seu Primeiro Caderno:
A revista Veja diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado pela publicação, Valério teria evitado dar entrevista, mas não desmentiu nada.
Mas, se, como informa a Veja, Valério não deu entrevista, como poderia desmentir ou confirmar algo?
É o novo boimate da Veja. Eles inovam, fazendo uma entrevista sem a participação do entrevistado. Um depoimento sem depoente. Ou seja, uma fraude total.
Desconstruir Russomanno agora é fazer o jogo de Serra. Serra ainda é o adversário
Vejo muita gente assustada com uma possível disparada de Russomanno na disputa pela prefeitura de São Paulo.
Estão partindo para o ataque a ele, quando o adversário de Haddad agora ainda é Serra, com quem ele disputa uma vaga no segundo turno.
Serra está se dissolvendo. Mas pode herdar votos de Russomanno, caso este comece a cair.
Por isso, o alvo da campanha continua a ser Serra. Precisamos primeiramente derrotá-lo e depois partir para desconstruir Russomanno, inflado pela disputa PT-PSDB.
Estão partindo para o ataque a ele, quando o adversário de Haddad agora ainda é Serra, com quem ele disputa uma vaga no segundo turno.
Serra está se dissolvendo. Mas pode herdar votos de Russomanno, caso este comece a cair.
Por isso, o alvo da campanha continua a ser Serra. Precisamos primeiramente derrotá-lo e depois partir para desconstruir Russomanno, inflado pela disputa PT-PSDB.
Quais são os processos a que Serra responde? Em que pé estão? A candidatura dele está OK na Justiça Eleitoral?
Em 14 de julho a Folha publicou uma reportagem, que foi reproduzida no Portal Terra, com a informação de que o Ministério Público Eleitoral (MPE) de São Paulo pediu a
impugnação das candidaturas de José Serra e Celso Russomanno:
Que processos são esses? Quantos são? Em que pé estão? Será que um deles é este aqui, onde se requeria a quebra do sigilo de Serra, os extratos de suas movimentações financeiras e como comprou a casa onde reside, que publiquei em outubro de 2010?
O promotor Roberto Senise, que faz parte do grupo que analisou os pedidos de candidatura, afirma que Serra não apresentou certidões com a situação atual dos processos a que responde. [Fonte]
Que processos são esses? Quantos são? Em que pé estão? Será que um deles é este aqui, onde se requeria a quebra do sigilo de Serra, os extratos de suas movimentações financeiras e como comprou a casa onde reside, que publiquei em outubro de 2010?
Serra colocou plantonistas na porta de Cartório Eleitoral para evitar que saíssem provas de corrupção
A denúncia contra Serra foi feita pelo ex-deputado e ministro do Superior Tribunal Militar Flavio Bierrenbach. Confira postagem do Conversa Afiada, do PHA:
O Conversa Afiada publicou post de título “Dilma, desmascare o Serra. Ele não tem escrúpulos”.
Aí se diz:Dilma, você já ouviu falar no Flavio Bierrembach ?O Flavio é um homem honrado.Ele era candidato a deputado com o Serra e acusou o Serra de ladrão.O Serra foi para cima dele.Por azar, a ação caiu na mão do Juiz Walter Maierovitch.Maierovitch chamou o Bierrembach às falas: que historia é essa de chamar alguém de ladrão, sem provas ?O Bierrembach pediu “exceção da verdade” – ou seja, quero provar o que digo.Maierovitch imediatamente deu ao Bierrembach o direito de provar o que dizia.Dilma, sabe o que o Serra fez ?Engavetou a ação.Chama o Bierrembach para contar essa história.Chama o Maierovitch – e só ligar para a Mara, secretária do Mino, na Carta Capital, que a Mara acha o Maierovitch rapidinho.A propósito, o Conversa Afiada recebeu o seguinte e-mail do Maierovitch:
Caro Paulo Henrique.
–1. Seguem os meus telefones, sem precisar procurar a Mara, mencionada no seu texto.
–2. Antes de mais nada. Não tenho filiação política partidária e nem religião. Não busco cargos e não tenho vocação para me tornar parlamentar.
Sou independente e não faço média. Para deixar claro: votei para o Galeno Amorim (PT), Luiza Erundina (PSB), Aloísio Nunes Ferreira (PSDB), Marta (PT), Fábio Feldman(PV) e Dilma (PT).
Como dediquei a minha vida ao estudo da criminalidade organizada transnacional, com especial atenção ao comportamento dos seus membros e como se movem quando apanhados pela Justiça, o Serra nunca perdi de vista. Isto pelo comportamento em face do processo criminal em que tudo fez para não ser apurada a exceção da verdade proposta pelo Flávio Bierrembach: até o advogado Marcio T.Bastos foi contratado para substituir o filho do Covas (advogado do Serra). Mais ainda, à época dois plantonistas desigados pelo Serra revezavam-se no Cartório Eleitoral. Cumpriam a tarefa de evitar a saída, por erro cartorial, de ofícios que indagavam das movimentações financeiras de Serra, estas necessárias para comprovar o arguído por Berrembach. Também para apurar, pois ventilado, eventual compra de uma mansão no aristocrático bairro da City Lapa, dada como domícilio e residência de Serra : os ofícios, em razão da liminar, tinham sido apensados ao autos processuais. E Serra, recém eleito deputado federal, defendia, nos autos, a privacidade e não transparência. Em resumo, e daí os plantonistas,, não desejava que, com as expedições dos ofícios suspensos por liminar, viessem respostas. Destaco essa passagem por ter lido entrevista de Serra a sustentar “nunca ter sido envolvido em processos escandalosos referente a corrupção”.
A propósito, na Máfia, quer na siciliana, quer na Cosa Nostra sículo-norte-americana, esconder o patrimônio e se passar por “furbo” (espertalhão) é a regra adotada pelos capi dei capi (chefões). Só que tem um particular, de natureza ética, como ressaltado no episódio a envolver Bernardo Provenzano. O referido Provenzano, já chefe dos chefes da Máfia e foragido por mais de 40 anos sem deixar o comando da organização e tirar os pés da Sicilia, avisou o procurador nacional antimáfia, quando preso e posto à sua frente: – “Vamos deixar claro. O senhor faz o esbirro e eu o mafioso. Cada um na sua, sem disfarces”. Depois do aviso e contente por não esconder o que era, mergulhou no mais absoluto silêncio.
Em termos de transparência, prefiro Provenzano a Serra.
Atenciosamente.
Wálter Fanganiello Maierovitch
Oficial da PM do Rio defende redução da maioridade penal. Eu defendo a extinção das PMs no Brasil
Em artigo reproduzido no Nassif, o tenente coronel da reserva da PM do Rio Milton Corrêa da Costa defende a redução da maioridade penal. É direito dele, e sei que ele vocaliza o pensamento de muitos como ele - militares, policiais ou não, mas especialmente donas de casa apavoradas com o noticiário, velhinhos indefesos, todos vitimados pelos Datenas da vida.
A violência é real? Sim. Há menores assaltando, traficando, assassinando e sendo manipulados por criminosos adultos, exatamente por serem menores de idade? Sim.
Mas, a solução estaria na pura e simples redução da maioridade penal? Para quantos anos? 15? 14? 13? 12? Quantos?
Suponhamos 12. Alguém já imaginou um menor de 12 anos num presídio como Bangu I, por exemplo?
Além disso, alguém acha que por conta disso os bandidos não iriam arregimentar menores de 12 anos? Crianças com 11, 10, 9 anos, algumas com chupeta na boca e papelote na mão para defender algum para a família? É isso?
Se a proposta viesse de um civil, eu ainda entenderia. Mas um oficial PM sabe muito bem como são indecorosas, indecentes, cruéis as condições de nossas penitenciárias. Sabe também muito bem que essas condições são reproduzidas tal e qual nos tais institutos de acolhimento para menores infratores, na realidade presídios imundos, violentos e indecorosos como os dos adultos.
Seria enxugar gelo, apenas mais uma faceta da necessidade de vingança, da lei de talião, do olho por olho que nos acomete quando sofremos uma violência, mas que não pode de modo algum ser reproduzida num estado democrático e que respeite os direitos humanos.
Já a extinção das PMs no Brasil, sim, seria uma forma imediata de diminuir a violência. Basta acompanhar o noticiário para perceber que praticamente não há crime no Brasil sem a participação direta ou indireta de policiais militares. Ou são agentes do crime, ou seus mandantes, ou seguranças.
Milicianos, em geral, são policiais militares. Assim como os que vendem segurança privada, espalhando insegurança.
Por isso, antes de se falar em redução da maioridade penal, deveríamos melhorar a qualidade dos presídios e dos institutos de menores infratores. Mas, antes de mais nada, extinguir as PMs do Brasil, educadas e formadas na ditadura militar, alimentadas pela certeza da impunidade - a mesma certeza dos torturadores da ditadura, até hoje sem pagar pelos crimes cometidos.
Com a desmilitarização, haveria a unificação das polícias, que é defendida há muito tempo pelos principais especialistas em segurança pública com respeito aos direitos humanos.
Acho que é um bom início para discussão. E você?
Datafolha Rio: Paes, 54. Soma de todos os outros, 28. Diferença entre Paes e os outros, 26. Quem ainda acredita em 2° turno?
A eleição para prefeito do Rio está decidida em favor do prefeito Eduardo Paes. Só Paes pode derrotar Eduardo, e vice-versa. A subida de Marcelo Freixo (de 13 para 18), foi quase que totalmente neutralizada pela recuperação do ponto perdido de Paes e do movimento desce-sobe entre Rodrigo Maia e Aspasia Camargo.
Se a diferença entre Paes e os demais candidatos, antes do início do horário eleitoral, era de 30 pontos, agora, três semanas depois, é de 26.
Se, em três semanas, a redução da diferença foi de apenas quatro pontos, como pensar que nas três semanas que restam (horário eleitoral termina em 4 de outubro) a situação vai se reverter?
Como disse aqui, quem quer um Rio ainda melhor tem que moderar o poder de Paes. Para isso a eleição dos vereadores é a mais importante neste momento.
É preciso que todos os que não gostariam de Paes novamente à frente da prefeitura (especialmente os eleitores de Freixo, o mais citado, mas por apenas 18%) se convençam de que é fundamental trabalhar por vereadores identificados com as causas sociais, ecológicas e que olhem para um Rio além da Copa e das Olimpíadas.
Só uma Câmara Municipal equilibrada poderá balancear a vitória de Paes, que se desenha avassaladora.
Se a diferença entre Paes e os demais candidatos, antes do início do horário eleitoral, era de 30 pontos, agora, três semanas depois, é de 26.
Se, em três semanas, a redução da diferença foi de apenas quatro pontos, como pensar que nas três semanas que restam (horário eleitoral termina em 4 de outubro) a situação vai se reverter?
Como disse aqui, quem quer um Rio ainda melhor tem que moderar o poder de Paes. Para isso a eleição dos vereadores é a mais importante neste momento.
É preciso que todos os que não gostariam de Paes novamente à frente da prefeitura (especialmente os eleitores de Freixo, o mais citado, mas por apenas 18%) se convençam de que é fundamental trabalhar por vereadores identificados com as causas sociais, ecológicas e que olhem para um Rio além da Copa e das Olimpíadas.
Só uma Câmara Municipal equilibrada poderá balancear a vitória de Paes, que se desenha avassaladora.
Rejeição a Serra sobe para 46% e tucano se aproxima do vexame de ser rejeitado por metade da cidade
Segundo pesquisa Datafolha divulgada hoje pela Folha (aqui), a rejeição a José Serra subiu mais quatro pontos. Agora 46% dos paulistanos não querem saber de Serra, e o tucano se aproxima do vexame de ser rejeitado por metade da cidade que quer administrar.
Serra está mais próximo do índice de rejeição a Paulo Maluf na eleição passada, 57%, do que de Russomano, quando se trata de intenção de votos: Russomano caiu três pontos e agora está com 32, enquando Serra caiu um, ficando com 20. São doze pontos atrás de Russomano na intenção de votos contra apenas 11 na disputa com Maluf pelo título de mais rejeitado da história de São Paulo.
Força, Serra, de quatro em quatro, em três semanas você chega lá e passa Paulo Maluf. Você merece.
Serra está mais próximo do índice de rejeição a Paulo Maluf na eleição passada, 57%, do que de Russomano, quando se trata de intenção de votos: Russomano caiu três pontos e agora está com 32, enquando Serra caiu um, ficando com 20. São doze pontos atrás de Russomano na intenção de votos contra apenas 11 na disputa com Maluf pelo título de mais rejeitado da história de São Paulo.
Força, Serra, de quatro em quatro, em três semanas você chega lá e passa Paulo Maluf. Você merece.
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