A aposta de Garotinho

O ex-governador do Rio Anthony Garotinho acredita (afinal ele é um homem de fé) que será o candidato do PMDB nas eleições presidenciais do ano que vem. Indagado por um repórter sobre sua opinião a respeito da possível filiação do vice-presidente, José Alencar, que estaria trocando o PL pelo PMDB, Garotinho disse que ele é muito bem-vindo e que têm idéias em comum.
Aparentemente, Garotinho aposta que José Alencar será candidato ao governo de Minas. Isto será ótimo para Garotinho, pois ganhará um excelente palanque no estado. Melhor ainda se José Alencar apoiá-lo diretamente.
Acontece que o vice-presidente anda assanhado com a possibilidade de um upgrade. Já declarou, em meio à crise, que assumiria tranqüilamente a presidência. Será que vai aceitar dar de mão beijada uma candidatura que ele pode reivindicar como de direito? Afinal, já ocupou a cadeira presidencial por algumas vezes...
Garotinho, que, segundo dizem, é o maior cliente do IBOPE, deve ter pesquisas e mais pesquisas indicando que o PMDB lhe dará o caminho para a sonhada disputa.
Mas as pesquisas são as pesquisas, elas indicam tendências, possibilidades, mas nada falam sobre a história do pesquisado – no caso, o PMDB. A gestalt há muito nos ensina que o todo é maior que a soma de suas partes, e, embora as pesquisas possam estar indicando a Garotinho que ele tem grandes chances de ser o escolhido do PMDB, é bom não esquecer que este é um partido que traiu um dos maiores – se não o maior – de seus nomes, o deputado Ulisses Guimarães, abandonado à própria sorte numa campanha.
Garotinho, segundo declarou, recusou uma oferta que o PTB lhe fez para ser o candidato do partido. Com isso, pode acabar chupando dedo, ou um pirulito – o que tem tudo a ver com um Garotinho.