Crimes, polícia e imprensa

Mais uma reviravolta no caso do ônibus 350, que no dia 29 de novembro do ano passado foi incendiado por um grupo, a mando de um traficante. Cinco pessoas morreram, inclusive uma criança de um ano e sua mãe.
Para quem não se lembra, ou não vem acompanhando o caso que chocou o país, logo após o crime foi presa uma menor de 13 anos, que confessou sua participação e reconheceu uma namorada do traficante como chefe da ação. Embora sobreviventes do incêndio não tenham reconhecido a tal namorada acusada pela menor, ela foi presa, teve seu rosto exposto nos principais jornais e telejornais do país, foi chamada de monstro e ameaçada de morte.
Um mês depois, a menor voltou atrás e disse que a namorada do traficante não era aquela mas uma outra. Solta-se essa e corre-se atrás da outra.
Ontem a menor voltou atrás novamente. Não mais reconhece as duas namoradas. Pior: nega ter participado da ação ou ter qualquer conhecimento do caso.
Mais uma vez, assim como no episódio da Escola de Base em São Paulo, a imprensa repercute a polícia. Ambas apressadas, querendo “mostrar trabalho”, desinformam a população e estragam a vida de pessoas inocentes.