Disputa pelo governo do Rio

Bandeira do Estado do Rio de JaneiroPesquisa feita pelo Instituto GPP nos dias 20, 21 e 22 de janeiro quis saber quem o eleitorado fluminense quer colocar na cadeira ocupada atualmente pela governadora Rosinha Garotinho. Foram entrevistadas 1.033 pessoas em 29 municípios do Estado do Rio. A margem de erro é de 2,7 pontos percentuais.
O senador Sérgio Cabral (PMDB) lidera com 31,5% das intenções de voto. O bispo Crivella (PRB) vem em segundo lugar, com 17,2%, e Denise Frossard (PPS), em terceiro, com 11,6%. Já o pré-candidato do PT, Vladimir Palmeira, figura apenas em sexto lugar. O que se pode esperar deles?
Cabral não tem perfil executivo. É um proporcional, com seus nichos – primeiro foi a juventude, nos albergues, depois ele se voltou para os idosos.
Neste ano de 2006, completa-se o 10° aniversário da morte criminosa de 112 idosos na clínica Santa Genoveva. Cabral era muito ligado ao doutor Eduardo Spínola, um dos sócios da clínica, que foi inclusive cogitado para fazer parte de seu secretariado em eleição passada. Será cobrado por isso. Afinal, juntar idosos com clínica Santa Genoveva acaba em morte. Como se não bastasse, ainda há o fato de que ele é o candidato do casal Garotinho, que governa o estado há longos oito anos...
O senador Crivella é sobrinho do bispo Macedo, aquele que tem como lema “Templo é dinheiro”. (Aliás, quem quiser ver o vídeo da pregação do bispo, ensinando os pastores a “captar recursos”, é só clicar aqui.) Na última eleição, ele teve que recolher o time, quando se viu confrontado com o fato de ser, ao mesmo tempo, dono de uma estação de TV e senador – o que a lei proíbe. É um candidato que tem a seu favor a estrutura da igreja Universal e pode contar com mais apoios, dependendo do desenrolar das campanhas para o Senado e a presidência da República.
A juíza Denise Frossard cometeu haraquiri político com o parecer que emitiu ao projeto de lei que considera crime discriminar deficientes físicos. Nele, a juíza afirma que: “A deformidade física fere o senso estético do ser humano. A exposição em público de chagas e aleijões produz asco no espírito dos outros, uma rejeição natural ao que é disforme e repugnante, ainda que o suporte seja uma criatura humana” . Sem comentários.
O candidato do PT está lá atrás. E, pelo que se viu no último programa do partido, pode ficar por lá. Desanimado, abatido, procurando justificar-se o tempo todo, nem parecia aquele líder da histórica passeata dos 100 mil, em 1968, no Rio. Se sair da defensiva e resolver abraçar a campanha, pode surpreender, pois sempre foi oposição dentro do PT à direção nacional, que caiu em desgraça com o escândalo do “mensalão”.


(O ex-prefeito Paulo Maluf disse que está em dúvida se concorre ao governo do Estado de São Paulo ou à Câmara dos Deputados. Para auxiliá-lo, não deixe de votar na enquete aqui à direita)