Rio: as tropas na ruas, e depois?

Exército ocupa o RioA invasão de um quartel do Exército por traficantes armados, que roubaram armas sem disparar um único tiro, desmoralizou o argumento dos que defendem a presença do Exército nas ruas como solução para acabar com a insegurança pública no Estado do Rio.
Para quem estava farreando ou dormindo por conta do carnaval, o que aconteceu foi o seguinte: sete homens armados, com roupas de camuflagem e toucas ninjas, invadiram uma unidade do Exército, atravessaram todo o quartel a pé, dominaram os soldados que estavam na sala do corpo da guarda e arrombaram o armário em que estava o armamento. Levaram, segundo o Exército, dez fuzis e uma pistola.
O Exército sentiu o golpe. Para não se desmoralizar de vez, "botou a tropa na rua" - como ameaçavam fazer em época nem tão distante mas de triste memória. Com homens fortemente armados, carros de combate e toda a parafernália que os acompanha tomaram várias favelas atrás das armas. Já anunciam que mais 1600 homens podem ser deslocados de várias partes do Brasil para a missão.
Podem conseguir as armas de volta, ou não - mas a que custo?
E não me refiro apenas ao valor gasto com o deslocamento e manutenção das tropas. Mais dia menos dia o Exército volta para os quartéis, o que vai acontecer?
Os bandidos que ficaram sem poder vender drogas durante a ocupação terão que "correr atrás do prejuízo". Afinal, os que estão acima dos pés-de-chinelo dos morros não querem saber, querem o pagamento - e seus cobradores têm "dedos nervosos" nas armas. Como não podem recorrer à Justiça para cobrar o que lhes devem, costumam resolver suas diferenças colocando os devedores para "deitar eternamente em berço (nada) esplêndido".
Portanto, uma onda de violência é uma aposta certeira, após a saída das tropas.
Não seria mais fácil se o Exército tomasse conta ao menos das armas que mantém em seus quartéis?