Governo paulista faz acordo com PCC

“Deixamos todos cientes que as faculdades (presídios) que se encontram em nossas mãos estarão se normalizando a partir das 9 horas de amanhã, desde que nossos irmãos (líderes) já se encontrem em banho de sol em Venceslau.”

Com este comunicado lacônico, a liderança do PCC comunicou a seus comandados o acordo celebrado entre o líder da organização criminosa e representantes do governo paulista. Detalhe: este acordo foi fechado na noite de domingo e o cessar-fogo começaria a valer desde segunda-feira (ontem). A informação completa está na Agência Estado, e foi publicada à uma 1h10min desta terça.
"O Primeiro Comando da Capital (PCC) determinou o fim das rebeliões nos presídios do Estado e a suspensão dos atentados a quartéis, delegacias policiais, fóruns, agências bancárias e estações do metrô. A ordem foi dada após uma longa conversa entre o líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, três representantes do governo - um coronel da PM, um delegado e um corregedor - e uma advogada. A Secretaria da Administração Penitenciária nega o acordo, confirmado ao Estado por duas fontes do governo. "

"A ordem para o fim dos atentados começou a ser propagada na manhã desta segunda-feira, por telefone celular, menos de 12 horas depois do encontro nas dependências do Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, onde Marcola está detido desde o fim da tarde de Sábado."

Quem leu este blog ontem, já soube às 11h47min da manhã que a negociação entre governo e PCC estava ocorrendo.
"Provavelmente, eles estão negociando um acerto nos bastidores. É sempre assim. Após os ataques, ocorre um acordo do governo com a bandidagem e os ataques cessam. O acordo – óbvio – é secreto. Logo, o governador e o secretário de Segurança dirão que a polícia agiu com firmeza e a situação está controlada."

"Mas é mentira. Eles apenas deixam o vulcão quieto. Mais adiante, ele entra em erupção novamente. Vai acontecer assim, até que medidas efetivas sejam tomadas."


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2 comentários:

  1. Anônimo16.5.06

    Extra Extra : Agora a coisa anda.

    Podemos transferir os perigosos membros do PCC para presídio federal que o MULLA já construiu como prometeu.
    Aliás, onde fica mesmo??????

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  2. Anônimo17.5.06

    Mello: peço sua atenção para esse caso,noticiado pela FOLHA no dia 30.12.06, que mostra a ligaçào entre políticos do PSDB com o crime organizado em São Paulo:30/12/2005 - 09h17
    Deputada tucana fez lobby por presidiário
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    ALEXANDRE HISAYASU
    da Folha de S.Paulo

    A deputada federal Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB) encaminhou ofício ao secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, para que este verificasse a "possibilidade de transferência" de um preso condenado a 30 anos por latrocínio (roubo seguido de morte) e formação de quadrilha a um centro de ressocialização --onde ficam presos considerados de baixa periculosidade.

    O pedido, datado de 27 de janeiro deste ano, foi atendido e o preso foi transferido em 24 de maio para Mogi Mirim. Quatro dias depois, ele foi resgatado. A polícia investiga a suspeita de o preso ser ligado à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

    Zulaiê encaminhou o pedido cerca de dois meses depois de outro, feito pelo próprio preso Jean Francisco Iotti e que foi negado pela mesma Secretaria da Administração Penitenciária. Na época, a secretaria alegou que ele não tinha perfil para ficar no centro.

    A Procuradoria Geral de Justiça investigou Furukawa, que é subordinado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas decidiu arquivar o caso. A Procuradoria não tem competência de investigar uma deputada federal --isso só poderia ser feito pela Procuradoria Geral da República, que não foi acionada.

    Segundo o procurador Alvaro Busana, não foi constatado nenhum indício de que Furukawa e a deputada tenham tido participação, mesmo que indireta, no resgate do preso.

    "A deputada recebeu familiares do preso, que queriam que ele ficasse em uma penitenciária mais próxima deles. Ela encaminhou ofício ao secretário Furukawa, que repassou para a coordenaria dos presídios. O que ocorreu depois, no caso o resgate, não pode ser de responsabilidade do secretário nem da deputada, uma vez que eles nem sabiam e nem poderiam saber o grau de periculosidade do detento", afirmou Busana.

    Furukawa não foi ouvido pela investigação. Ele respondeu as perguntas da Procuradoria por ofício. Segundo Busana, o caso só será reaberto se aparecer indícios envolvendo o secretário.

    No ofício, a deputada justifica a transferência pelo "fato de o solicitante estar muito distante dos familiares". Ela sugeriu transferi-lo do presídio de Iperó (120 km a oeste de SP) para o Centro de Ressocialização de Sumaré (120 km a noroeste de SP). Também indicou os centros de ressocialização de Bragança Paulista, Limeira ou Mogi Mirim. Ele acabou em Mogi Mirim --a 162 km ao norte de SP.

    Resgate

    A transferência de Iotti foi assinada pelo coordenador dos presídios, João Batista Paschoal, preso nesta semana com uma advogada e mais duas pessoas, por suspeita de envolvimento em esquema de venda de transferências de detentos para presídios de menor segurança, onde era possível contato com outros criminosos ou até mesmo resgates
    Isso merece ser denunciado e investigado.O PFL teve inumeros deputados ligados ao crime : José Carlos Gratz no Espirito Santo,Hildebrando no Acre,aquele coronel da PM no Maranhào...Coisa pesada mesmo!

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