CPI dos Sanguessugas começa a vazar

A CPI dos Sanguessugas estava seguindo à risca uma decisão do STF de não divulgar nomes de parlamentares envolvidos no escândalo das ambulâncias superfaturadas, a menos que houvesse um processo investigatório aberto pela própria CPI. Isto valeu até anteontem, quando foram listados 57 parlamentares.

Mas a regra parece não valer mais. Com seus integrantes pressionados por partidos de oposição, que não se conformavam com o fato de não constar nenhum nome do PT na lista, a CPI não resistiu e vazou o nome do deputado João Grandão (PT-MS). Para não dar na pinta, divulgaram também o nome de um deputado do PMDB, Adelor Vieira (SC). Os dois - segundo a Folha, que publicou o vazamento - foram citados no depoimento de Luiz Carlos Vedoin, o empresário líder da quadrilha.

Mas, segundo outros integrantes da CPI, muitos outros parlamentares foram citados pelo empresário. O total já está em 105. Por que quebrar a regra que estabelecia que a divulgação seria feita apenas quando do início do processo de investigação pela CPI? E, já que foi quebrada, por que, então, somente os nomes dos dois? Quem serão os outros 46 que o responsável pelo vazamento preferiu omitir? De que partidos? A CPI agora tem que abrir a lista com os nomes dos 105. E descobrir o responsável pelo vazamento e expulsá-lo da Comissão. Segundo a reportagem, o deputado do PMDB "Adelor atribuiu o vazamento das informações referentes a ele a [Fernando] Gabeira [PV-RJ]".

(Ainda hoje: Kafka e os 'indignados úteis')

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