CPI do Tráfico de Armas sugere projeto de lei que proíbe advogado de receber honorário de origem ilícita

A CPI do Tráfico de Armas aprovou seu relatório final ontem, depois de quase dois anos de investigações. Não foi muito badalada, pois não continha nenhuma acusação ao presidente Lula nem ao PT. Além do mais, muito do que ficou apurado na Comissão bateu de frente com os defensores das armas de fogo, conforme já postei aqui.

No relatório, a CPI sugere a criação de 18 projetos de lei. Destaco dois, que acho que vão ao encontro dos interesses de toda a população, menos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Um, estabelece que os advogados têm que passar por detector de metais, quando de suas visitas aos presos. Coisa a que todos os advogados se submetem naturalmente nos aeroportos do país - e do exterior -, mas que não querem fazer nos presídios, porque isso violaria o sigilo profissional. O outro, mais importante ainda, proíbe o advogado de receber honorário de origem ilícita. Nota dez. É um absurdo esses bandidões roubarem, traficarem e ainda usarem o dinheiro para se defender na Justiça. O Fernandinho Beira-Mar é um caso típico. Nunca trabalhou na vida, sempre viveu do tráfico de drogas e de armas, e vive cercado por um batalhão de advogados.

A OAB, que tem um papel tão importante ao longo da história na defesa da democracia no país, está como os Ronaldos na Copa, devendo uma apresentação à altura de seu nome. Detector de metal não agride; dinheiro de bandido corrompe.

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