Elio Gaspari e o 'Risco Bevilaqua'

Da coluna de Elio Gaspari hoje:
Ao tempo em que os tucanos cantavam, espalhou-se a crença segundo a qual uma interferência do governo na ortodoxia do Banco Central dispararia uma sucessão de renúncias na sua diretoria, espalhando descrédito no
mercado.
Algo como os Mosqueteiros: Um por todos, todos por um.
Foram-se embora do BC dois legionários dos juros altos (Afonso Bevilaqua e Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Credit Suisse First Boston) e não aconteceu nada.
Se o comportamento do mercado reflete juízos políticos, a saída de Bevilaqua e Azevedo foi bem recebida. Quando Bevilaqua deixou o BC, o Risco Brasil estava em 196. No dia seguinte, caiu para 191. Na semana passada, depois da saída de Azevedo, foi a 156.
Essa fidelidade é uma fantasia do terrorismo financeiro. O mercado gosta de dinheiro, não de diretores do BC.
Na verdade, o tal comportamento do mercado, quando colocado para quarar ao sol da realidade, revela-se um fantasminha de lençol, feito menos para assustar do que para lucrar em cima dos temores que provoca.

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