Exposta a doses maciças de informações manipuladas pela ‘grande imprensa’, parte dos brasileiros vive do ódio, do preconceito e do ressentimento

Não sei se vocês leram sobre o documentário Super Size Me. Indicado ao Oscar em 2004, foi dirigido e estrelado por Morgan Spurlock. Ele partiu de um experimento simples. Ficou 30 dias alimentando-se exclusivamente no Mc Donald's. Três refeições diárias na lanchonete. No final daquele mês, estava mais pesado, seu colesterol tinha ultrapassado os limites e seu fígado ficou maior. Ele também sofreu dor de cabeça, depressão e problemas sexuais, de acordo com o site do jornal The Sun. A íntegra do filme está aí em cima.

Experimento semelhante parece que está sendo desenvolvido secretamente no Brasil. Pessoas das classes média e alta são expostas exclusivamente às informações sobre o governo Lula reproduzidas na "grande imprensa" de Kamel. Todos os dias eles só lêem e se informam em O Globo, Folha, Estadão, Veja, Rede Globo e nos pitblogs.

O estrago causado pelo acúmulo de informações manipuladas pode ser constatado na área de comentários dos pitblogs.

Não sabe o que são pitblogs? Leia esta postagem aqui do Blog do Mello de 26 de junho:

Os pitboys e os pitblogs

Os cinco pitboys que agrediram barbaramente a empregada doméstica Sirley Dias de Carvalho Pinto chocaram e indignaram o país. Da mesma maneira que chocaram e indignaram o país os jovens que há 10 anos incendiaram o índio Galdino, em Brasília.

São semelhantes até nas justificativas. Os de hoje, alegam que pensavam que Sirley fosse uma prostituta. Os de Brasília alegaram que pensavam que o índio fosse um mendigo. Como se agredir – ou mesmo matar – um mendigo ou uma prostituta não fosse igualmente crime.

Na internet Brasil também temos a contrapartida dos pitboys: são os pitblogs. Em comum, a violência gratuita dos ressentidos. Eles têm absoluto desprezo pelos que lhes são diferentes. Se uns socam e chutam, os outros agridem verbalmente.

É fácil identificar os pitblogs. Seus responsáveis se acham donos da verdade. Não abrem espaço para o contraditório, e cultivam nos comentários uma legião de seguidores (em geral, indignados úteis) que aplaudem e imploram por sua agressividade, numa relação sadomasoquista.

Os mendigos e prostitutas dos pitblogs são os petistas, os lulistas e agora também os chavistas.

O que os ataca é uma doença infantil, o sentimento de onipotência de uma criança de cinco anos. Quando acontece um crime como o de agora, contra a empregada Sirley, os pitboys se dão conta de que não podem tudo, e se apavoram.

Já os pitblogs se escandalizam com a violência dos pitboys (embora seus blogs preguem a violência e sejam tão violentos quanto) e acham que os pitboys só agiram assim, porque não levaram umas boas porradas dos pais...

Pitblogs e pitboys podem até não freqüentar os mesmos ambientes. Mas agem na mesma freqüência. São como a Inquisição e a fogueira.

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