Parodiando Cazuza: - Abril, qual é o teu negócio? O nome do teu sócio?

Não posso cometer contra a Veja e o Grupo Abril - que a produz - aquilo que critico neles. Acho apenas que quem não tem Nada a esconder - que é o título de um mini-editorial da Veja desta semana - não deveria estrilar tanto contra a criação da CPI da TVA. Ainda mais em seu tratando da Veja, que sempre defendeu CPIs contra o governo Lula, sob qualquer pretexto.

Também não vou dizer aqui que a Veja mente quando afirma no editorial que tudo foi aprovado, quando não, dona Veja, não foi aprovado não. A Anatel solicitou à Telefônica que a companhia refizesse o acordo de acionistas para eliminar a possibilidade de poder de veto da empresa nas decisões da operadora em São Paulo.

E por que a Anatel fez essa solicitação? Por que há suspeitas da utilização de laranjas no negócio. Semelhantes àquela em que o senador Renan Calheiros apareceu sentado, em capa recente da Veja.

A preocupação do Grupo Abril com a criação da CPI é tão grande que ele está jogando pesado, não apenas em cima dos parlamentares, mas dos outros grandes grupos de comunicação. No mini-editorial, a Abril gasta 25% do texto para mostrar negócios semelhantes dos outros:

Em 2005, a Portugal Telecom adquiriu participação no Grupo Folha, dono do jornal Folha de S.Paulo e do provedor de acesso à internet UOL. Em 2004, a Globopar – controladora da Net – associou-se à mexicana Telmex (proprietária da Embratel e da Claro), passando a ela parte do controle da Net. A associação da TVA com a Telefônica é análoga àquela entre NET e Telmex. Ambas foram autorizadas pela Anatel.

Será essa a versão do grupo Abril para a famosa frase de Sérgio Porto (ou é do barão de Itararé?) “Ou se restaura a moralidade, ou locupletemo-nos todos”?

Como curiosidade, vale ressaltar que o Estadão – único dos grandes que não se meteu nesse tipo de negócios – é também, entre eles, o que faz a cobertura mais imparcial do caso.

Simples coincidência?

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