Coronel Brilhante Ustra, que sofre processo como torturador, convoca ‘cães raivosos’ contra ministro Jobim

O lançamento do livro Direito à Memória e à Verdade, no último dia 29, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, provocou insatisfação nas Forças Armadas. Especialmente após a declaração estapafúrdia do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que soltou mais uma de suas frases, que são típicas de quem só se permite fazer algo (inclusive assumir um ministério) com a permissão da esposa...

Na condição de ministro de Estado da Defesa, afirmo, com absoluta tranqüilidade, que estamos num processo efetivo de conciliação. E que as Forças Armadas brasileiras recebem este ato como um ato absolutamente natural. Não haverá indivíduo que possa a isso reagir e, se houver, terá resposta — disse Jobim, na cerimônia de lançamento do livro.

Esqueceu-se o ministro de que o comando supremo das Forças Armadas é do Presidente da República e não do ministro da Defesa. Mas disso não se esqueceram os militares da ativa e da reserva. Inclusive os que participam do livro como personagens, caso do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-Codi em São Paulo entre 1970 e 1974. Ustra está sendo julgado em processo movido pela família Telles, sob acusação de ser o responsável pelas torturas de Maria Amélia Telles e seu marido César Telles, Criméia, irmã de Maria Amélia, e os dois filhos do casal, Janaína e Edson, à época com 5 e 4 anos de idade.

Em seu site, o coronel tem um gif animado que serve de link para os que desejam se manifestar contra a declaração do ministro Jobim. Curioso é como o gif, que publico a seguir, retrata os dois lados.

Será que o coronel não teme prejudicar seu julgamento ao assumir-se como um cão raivoso?



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