domingo, 18 de novembro de 2007

FHC: ‘Esqueçam o que eu disse’... Depois paguem para lembrar

O Instituto Fernando Henrique Cardoso conseguiu a aprovação para captar quase R$ 6 milhões, via lei Rouanet. O ex-presidente que pediu para que esquecêssemos o que havia dito, agora quer que paguemos para recordar.

No site da Adital, a professora Maria Izabel Brunacci protesta, numa carta endereçada ao Ministro da Cultura, Gilberto Gil:

Prezado Sr. Ministro Gilberto Gil,

Escrevo-lhe para protestar contra a concessão de recurso da ordem de R$ 5.717.385,94 (cinco milhões, setecentos e dezessete mil, trezentos e oitenta e cinco reais e noventa e quatro centavos) ao Instituto Fernando Henrique Cardoso, por projeto de "Preservação, Catalogação, Digitalização e Acervo Presidente Fernando Henrique Cardoso", conforme informação colhida no sítio desse Ministério, referente ao PRONAC 045808.

É por todos conhecido o estardalhaço com que FHC criou o tal Instituto, com as vultosas contribuições da parcela mais reacionária do empresariado brasileiro. Os objetivos declarados do Instituto não são suficientes para sombrear os objetivos não declarados, quais sejam a promoção do liberalismo econômico no Brasil, a realização de "estudos" sob encomenda para uso dos defensores das doutrinas intervencionistas dos EUA e a autopromoção do fundador, a quem faltam a modéstia e o recolhimento que fazem a dignidade de um ex-presidente - principalmente quando este se sabe responsável pelo sucateamento do patrimônio do povo brasileiro.

Ademais, pergunto a Vossa Excelência: de que servirá aos brasileiros conhecerem o arquivo pessoal do ex-presidente, já que sabidamente nesse acervo não se encontrarão respostas para os escândalos financeiros que marcaram seus dois mandatos? Não será explicado o escândalo do PROER, nem o das privatizações das teles, nem o da compra de votos para garantir a reeleição...

Por isso, Sr. Ministro, registro meu protesto contra a destinação de recurso público para uma instituição privada, mormente em se tratando de um ex-presidente que tantos danos já causou ao Brasil e à grande parcela dos brasileiros que elegeu o Presidente Lula e dele espera austeridade no trato da coisa pública, não que alimente a frivolidade do Sr. Fernando Henrique Cardoso.

Respeitosamente,

- Maria Izabel Brunacci, Professora, cidadã brasileira, moradora de Brasília-DF

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4 comentários:

  1. Anônimo19.11.07

    Este ano foi marcado por uma série de críticas à Lei Rouanet, que pelo visto irá sofrer alterações mais cedo ou mais tarde. Em março, o produtor cultural Rodrigo Teixeira anunciou que o Ministério da Cultura iria financiar o projeto "Amores Expressos" - uma parceria dele com a Companhia das Letras. Dezesseis autores (escolhidos por Teixeira e um amigo seu) viajaram para 16 cidades do exterior, onde deveriam encontrar inspiração para escrever um romance a ser publicado pela Cia. das Letras. Parece mentira, mas não é: o projeto tem até um site próprio.
    Depois veio o projeto do Senador (carioca) Marcelo Crivella, que queria estender os benefícios da Lei Rouanet para entidades religiosas.
    A gravadora Sony obteve recentemente uma concessão para gravar um DVD da cantora Vanessa da Mata, com participação especial do americano Ben Harper. A Sony, convenhamos, tem seus próprios cofres para saquear. Por que corre atrás da Lei Rouanet?
    Em meio a essa discussão, outros dois episódios foram lembrados: o patrocínio milionário concedido ao "Cirque de Soleil" em 2006 para a realização de um espetáculo caro e de alto padrão. A divulgação do espetáculo incluía anúncios nos intervalos do "Jornal Nacional". Antes disso, um DVD dos cantores Bruno & Marrone havia sido financiado também pela Lei Rouanet.
    Por que raios o Instituto FHC recorre à lei Rouanet se pode prescindir inteiramente dela? Acho ótimo que se crie o tal arquivo: é uma pena que nao exista um arquivo Sarney ou um Geisel, ou ainda um arquivo Collor para os historiadores. Acho que a professora Maria Izabel se engana ao dizer que o arquivo nao ajudará a explicar o Proer ou as privatizações. O instituto FHC vai ordenar as pistas dos crimes cometidos pelo tucanato. E as pistas serão visíveis aos olhos mais treinados. Os historiadores do futuro agradecem pela iniciativa. Mas FHC que vá rodar sua xícara em outras paragens. Ele, a Sony, o Cirque de Soleil e a Companhia das Letras. Está na hora de modificar a Lei Rouanet (e também de fazer cumprir o seu texto), que foi pensada para suprir as necessidades do cinema brasileiro da década de noventa.

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  2. Anônimo19.11.07

    Este ano foi marcado por uma série de críticas à Lei Rouanet, que pelo visto irá sofrer alterações mais cedo ou mais tarde. Em março, o produtor cultural Rodrigo Teixeira anunciou que o Ministério da Cultura iria financiar o projeto "Amores Expressos" - uma parceria dele com a Companhia das Letras. Dezesseis autores (escolhidos por Teixeira e um amigo seu) viajaram para 16 cidades do exterior, onde deveriam encontrar inspiração para escrever um romance a ser publicado pela Cia. das Letras. Parece mentira, mas não é: o projeto tem até um site próprio.
    Depois veio o projeto do Senador (carioca) Marcelo Crivella, que queria estender os benefícios da Lei Rouanet para entidades religiosas.
    A gravadora Sony obteve recentemente uma concessão para gravar um DVD da cantora Vanessa da Mata, com participação especial do americano Ben Harper. A Sony, convenhamos, tem seus próprios cofres para saquear. Por que corre atrás da Lei Rouanet?
    Em meio a essa discussão, outros dois episódios foram lembrados: o patrocínio milionário concedido ao "Cirque de Soleil" em 2006 para a realização de um espetáculo caro e de alto padrão. A divulgação do espetáculo incluía anúncios nos intervalos do "Jornal Nacional". Antes disso, um DVD dos cantores Bruno & Marrone havia sido financiado também pela Lei Rouanet.
    Por que raios o Instituto FHC recorre à lei Rouanet se pode prescindir inteiramente dela? Acho ótimo que se crie o tal arquivo: é uma pena que nao exista um arquivo Sarney ou um Geisel, ou ainda um arquivo Collor para os historiadores. Acho que a professora Maria Izabel se engana ao dizer que o arquivo nao ajudará a explicar o Proer ou as privatizações. O instituto FHC vai ordenar as pistas dos crimes cometidos pelo tucanato. E as pistas serão visíveis aos olhos mais treinados. Os historiadores do futuro agradecem pela iniciativa. Mas FHC que vá rodar sua xícara em outras paragens. Ele, a Sony, o Cirque de Soleil e a Companhia das Letras. Está na hora de modificar a Lei Rouanet (e também de fazer cumprir o seu texto), que foi pensada para suprir as necessidades do cinema brasileiro da década de noventa.

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  3. Anônimo19.11.07

    Parece-me que a Lei Rouanet foi instituída para dar apoio às manifestações culturais que não se sustentam financeiramente, como, por exemplo, a produção cinematográfica.

    Cabe aqui uma pergunta: que manifestação cultural representa o tal Instituto FHC? No meu modo de entender, esse instituto não passa de uma promoção à execrável figura de FHC e de seu detestável PSDB.

    A ser verdade que o Instituto FHC será beneficiado com aquela vultosa quantia, retirada dos impostos pagos por milhões de brasileiros carentes, o Ministério Público tem que agir com toda a urgência possível, para impedir tal indecência.

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  4. Anônimo6.2.10

    Morrendo de amor
    Selvo


    Eu vou chegando de mansinho nessa roda
    eu pego um verso dou a nota e canto a moda
    Quero esquecer a força bruta do dinheiro
    Viver com pouco faz de mim um brasileiro...
    morrendo de amor

    Morrendo de amor eu sou feliz
    Eu amo esse país

    Eu vivo a margem de uma terra continente
    Em multicores, multi-raças, muita gente
    tão mutilada entre secas e enchentes
    se multiplica, mete a cara e segue em frente...
    morrendo de amor

    Morrendo de amor eu sou feliz
    Eu amo esse país

    No apagar das luzes nasce o outro dia
    Na escuridão é que se enxerga a folia
    Faz esquecer do episódio na favela
    Para entender essa menina da novela...
    morrendo de amor

    Morrendo de amor eu sou feliz
    Eu amo esse país

    Em cada rosto vive um sonho recorrente
    pra mesma historia um endereço diferente
    e a estatistica que tarda mas não falha
    Não toma o trem, não passa fome e nem trabalha...
    morrendo de amor

    Morrendo de amor eu sou feliz
    Eu amo esse país

    Não to bem certo se o que faço ta bem feito
    mas tenho um coração batendo em meu peito
    que encorajado de esperança , de repente
    me faz sentir que vale pena, simplesmente ...
    morrendo de amor

    Morrendo de amor eu sou feliz
    Eu amo esse país

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