O governo lançou novas regras para os planos de saúde, que tornam obrigatórios novos procedimentos, em benefício dos segurados, como a cobertura da mamografia digital para mulheres com menos de 50 anos, a colocação do dispositivo intra-uterino (DIU), a laqueadura de trompas e a vasectomia. Alguns exames de DNA passam a ser cobertos pelos planos. Assim como ressonância, tomografia e novas radioterapias, no tratamento contra o câncer. Até a possibilidade de um parto mais humanizado, inclusive com a presença de um acompanhante durante toda a estada da mulher no hospital, desde o momento do parto até a sua alta.
No entanto, reportagem de sábado do Jornal Nacional começava assim:
A Associação Brasileira de Planos de Saúde afirma que a inclusão de procedimentos anunciada esta semana vai aumentar os custos em mais de 8,5%. Já a classe médica diz que a ampliação da cobertura poderia ser maior.
Ou seja, pau por um lado e pelo outro. Em vez de informar ao distinto público o que a medida do governo vai trazer de benefício para sua saúde, o JN parte para informar que os planos podem ficar mais caros e que a cobertura não é lá nenhuma brastemp...
No final, a mesma coisa. A matéria cita a inclusão de tratamento com psicólogos, nutricionistas e fonoaudiólogos, com até 12 consultas por ano. E arremata com o depoimento de um psiquiatra, que afirma:
“A pessoa acaba tendo uma perspectiva de tratamento que é inviável. Na prática, não vai curar ninguém”.
É, doutor psiquiatra, e quantas consultas são necessárias para a cura? Aliás, que cura é essa? Cura-se uma diarréia, uma pneumonia. Mas é possível usar o conceito de cura em psiquiatria?
Aliás, por que escolheram um psiquiatra? Afinal, as novas regras incluem a possibilidade de tratamento com psicólogos, nutricionistas e fonoaudiólogos.
Será que algumas consultas com um nutricionista não podem fazer toda a diferença na vida de uma pessoa? O mesmo com um fonoaudiólogo? E até 12 consultas (uma por mês) com um bom psicólogo ou psicoterapeuta, que nos auxilie a digerir essa mídia racista, classista, elitista, raivosa e preconceituosa, que tal?
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