Terra Magazine: Bolsonaro ironiza torturados pela ditadura

Não satisfeito com o papelão que fez anteontem diante do ministro Tarso Genro, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) continua a jogar para sua platéia, os saudosos da ditadura militar.

Numa entrevista a Diego Salmen, no Terra Megazine, Bolsonaro conseguiu novamente espaço para divulgar pérolas de seu (ahan) pensamento político. Ao repórter, ele afirmou:

O pessoal da esquerda todo diz que foi torturado, mas você não encontra ninguém com uma marquinha na pele.

Não é de se estranhar que o deputado faça semelhante declaração. Na coluna Painel, da Folha, de 13 de agosto de 2006 foi publicada a seguinte nota:

Barra pesada. Cartazes expostos na entrada do gabinete do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ): "Araguaia: quem procura osso é cachorro" e "Direitos humanos: o esterco da vagabundagem".

A explicação para o comportamento do deputado só pode ser uma. Como ele só se tornou oficial em 1977, portanto dois anos antes da anistia, perdeu a oportunidade de torturar, que alguns de seus colegas de farda tiveram durante a ditadura. Talvez tenha saudades do que não fez, e gostaria que aqueles velhos tempos voltassem para que pudesse dar vazão a seu instinto.

Tenho certeza de que a imensa maioria das Forças Armadas discorda das palavras do deputado, que se elege não por defender suas (ahan) idéias, mas melhores salários e mais verbas para Exército, Marinha e Aeronáutica – o que já está sendo feito pelo governo.

A tortura é uma ignomínia. No caso do deputado, à ignomínia soma-se o escárnio com os torturados e desaparecidos.

O que espera a Câmara dos Deputados para instaurar um processo da Comissão de Ética contra ele?

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