ATUALIZAÇÃO EM 3/10/2015
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Nessa mesma sexta, Civita havia organizado em mega-encontro,
com mais de mil empresários do Brasil e do exterior. Chamou o ilustre economista Paul Krugman e
também o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente do Brasil, Dilma
Rousseff. Ambos confirmaram presença. Mas, em cima da hora, a presidente
arranjou uma desculpa para não comparecer e o ministro abandonou a mesa de
debates, sem dar satisfações. "Ali, foi selado meu destino" - acredita Civita.
Pessoas próximas ao empresário afirmam que Civita teria
responsabilizado o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, pelo
vexame que deu em público. Meneando a cabeça, ele saiu exclamando para quem
quisesse ouvir: “Eu avisei ao Serra que ia dar merda! Eu avisei!”.
Apontado como o responsável pela engenharia que possibilitou
ao PSDB e até recentemente ao DEM montar o maior esquema de espionagem,
baixaria e calúnia da história, Civita enfrenta um dilema. Nos últimos dias,
ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto que havia firmado com os
tucanos. Para proteger os figurões, conta que assumiu a responsabilidade de
cometer crimes que não praticou sozinho, mas com a ajuda de Carlinhos Cachoeira
e seu grupo de arapongas, que faziam as “reportagens investigativas” de Veja,
para defender interesses dos demo-tucanos. Civita manteve em segredo histórias
comprometedoras que testemunhou quando era o "predileto" do poder,
relacionadas à privataria e aos escândalos da área de saúde do governo FHC,
comandada por José Serra. Em troca do silêncio, recebeu garantias. Primeiro, de
impunidade. Depois, quando o esquema teve suas entranhas expostas pela Policia
Federal, de que nada aconteceria a ele nem a Demóstenes Torres. Com a queda de
Demóstenes, logo após a prisão de Cachoeira, além de ter a equipe da revista
desfalcada, Civita tentou um último subterfúgio para não naufragar: mandou
fazer uma capa de destaque com a presidente Dilma.
Serra ficou enfurecido e o ameaçou. "Ele disse que abriria o jogo e
mostraria que por trás de Carlinhos Cachoeira estava Policarpo, e por
trás de Policarpo, eu".
Civita guarda segredos tão estarrecedores sobre o tucanoduto
que não consegue mais reter só para si — mesmo que agora, desiludido com a
falsa promessa de ajuda dos poderosos que ele ajudou, tenha um crescente temor
de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel. Os segredos de Civita,
se revelados, põem o ex-presidente FHC e José Serra no epicentro do maior
escândalo de corrupção da história, a privataria tucana. Puxado o fio da meada,
vêm juntos o caso Banestado, o Proer, a venda da Vale, o Fonte Cindam, a lista
de Furnas. Sim, e, no comando das operações, Serra. Sim. Serra, que, fiel a seu
estilo, fez de tudo para não se contagiar com a podridão à sua volta, mesmo que
isso significasse a morte moral e política de companheiros diletos. Civita
teme, e fala a pessoas próximas, que se contar tudo o que sabe estará assinando
a pior de todas as sentenças — a de sua morte: "Vão me matar. Tenho de
agradecer por estar vivo até hoje".
Com a segurança de quem transitava com desenvoltura pelos
gabinetes oficiais, inclusive os palacianos, e era considerado um parceiro preferencial
pela cúpula tucana, o presidente do Grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita
afirma que, primeiro FHC, mas, depois e até hoje, Serra “comandava tudo".
Em sua própria defesa, diz que como operador das reportagens encomendadas
contra o PT não passava de um “boy de luxo" de uma estrutura que tinha o
então presidente e seu candidato no topo da cadeia de comando. "FHC era o
chefe, hoje é Serra”, repete Civita às pessoas mais próximas.
A afirmação se choca com todas as versões apresentadas por
Serra desde que o livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro, foi lançado,
de que tudo era “lixo, lixo, lixo”.
A ira de Roberto Civita desafia a defesa clássica do
ex-presidente FHC de que não sabia do Tucanoduto e nada teve a ver com o
esquema arquitetado em seu primeiro mandato para sua reeleição. “Todo mundo
sabe que ele comprou a emenda de sua reeleição. Sem contar os escândalos na
área da saúde, comandada por Serra. E mais a lista de Furnas, a privataria, o
Banestado, o Proer”...
Amigos contam que o que mais deprime Civita é a situação
quase falimentar do Grupo Abril. A Veja se sustenta com anúncios. Para obtê-los
deve produzir edições com tiragens de mais de um milhão de exemplares, que não
se pagam com as assinaturas e vendas nas bancas. “Estamos queimando a casa
[Grupo Abril – Nota do Blog] para produzir lenha para a Veja. Até cópia xerox,
proibi na empresa”.
A rota de fuga de Serra evoluiu mais tarde para a negação
completa, com a tese nefelibata de que a privataria tucana nunca
existiu, tendo
sido apenas uma armação do PT para chegar ao poder. A narrativa de
Civita
coloca Serra não apenas como sabedor de tudo o que se passava -
Sanguessugas,
Vampiros, Proer, Banestado, Privataria -, mas no comando das
operações."Há até um vídeo na internet em que FHC confirma isso" [o
vídeo é
este aqui - Nota do Blog].
“O chefe é Serra. O objetivo era colocá-lo na presidência e
Demóstenes [ex-senador cassado Demóstenes Torres, que também foi expulso do DEM
– Nota do Blog] no Supremo. Com Demóstenes e Gilmar Mendes lá, o Brasil seria
nosso”. No entanto, Demóstenes foi derrubado por operação da PF e Serra mais
uma vez derrotado na luta pelo Planalto. “Agora, nem a prefeitura. Nossa
salvação seriam os livros didáticos que ele colocaria nas escolas. Mas, agora,
nem isso”...
Civita não esconde que se encontrou com Serra diversas vezes
no Palácio do Planalto. Ele faz outra revelação: “Do FHC ao Serra era só descer
a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá embaixo, vamos”. A frase
famosa e enigmática de José Serra — "Tudo que eu faço é do conhecimento de
FHC” — ganha contornos materiais depois das revelações de Civita sobre os
encontros em palácio. Roberto Civita reafirma que pode acabar nas barras do Supremo
Tribunal, mas faz uma sombria ressalva. “Não podem condenar apenas os
mequetrefes. Só não sobrou para o Serra porque eu, o Paulo Preto e o FHC não
falamos”, disse na semana passada a um dos únicos amigos do bar da periferia
que tem freqüentado anonimamente.
“Mas, se eu quebrar, não vou sozinho. Produzi um vídeo com
quatro cópias”... Nesse instante, o telefone de Civita tocou e ele se afastou. Foi
possível ouvir apenas “Diogo, já estamos promovendo seu livro na revista e
pagando os processos. Estou na lona. O dinheiro acabou”...
Dos tempos em que gozava das intimidades do poder em
Brasília, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Roberto Civita diz
guardar muitas lembranças. Algumas revelam a desenvoltura com que personagens
centrais do tucanoduto transitavam no coração do governo FHC, antes da eclosão
do maior escândalo de corrupção da história política do país – a privataria
tucana. Civita lembra das vezes em que José Serra, seu interlocutor frequente
até a descoberta do esquema, participava de animados encontros à noite no Palácio
da Alvorada, que não raro lhe servia de pernoite. "O Serra dormia (se é
que se pode usar a palavra em relação a ele) no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar
baralho com FHC à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando
você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro." Civita deixa
transparecer que ele próprio foi a uma dessas reuniões noturnas no Alvorada.
Sobre sua aproximação com Serra, Civita conta que,
diferentemente do que os petistas dizem, ele conheceu Serra durante a campanha
de 2002. Já o conhecia anteriormente, mas só a partir de sua campanha à
presidência tornaram-se mais íntimos. FHC lhe disse que Serra precisava de uma
imprensa que repercutisse o que os agentes da PF a serviço de Serra conseguiam sobre os
adversários. "Ele precisava da Veja para publicar o escândalo. Depois a
Globo repercutia e o Nove Dedos caía nas pesquisas”.
Só que isso não aconteceu e Lula foi eleito. Manteve-se o
esquema, mas agora com o objetivo de derrubar o Nove Dedos e trazer os tucanos
de volta ao poder. A parceria deu certo e desaguou no chamado mensalão do PT,
uma parceria entre os arapongas de Serra e um bicheiro de Goiás, que hoje todos
conhecem como Carlinhos Cachoeira.
Mas, nem isso, nem a provável condenação de todos os
petistas pelo STF, parece servir de alguma coisa para José Serra. Por isso,
Civita não se assustou quando recebeu uma vista, às três da madrugada, do
candidato tucano à prefeitura de São Paulo. Com a “sutileza” que o caracteriza,
Serra ordenou a Civita que a Veja ligasse diretamente Lula ao mensalão, para
que ele não pudesse mais fazer campanha para Haddad. Tinha que ser uma matéria
agressiva, definitiva. “Você tem que dizer que Marcos Valério declarou à Veja
que Lula sabia de tudo e era o chefe do mensalão”.
Civita providenciou a reportagem e a enviou na terça-feira, para
aprovação. "Foi Serra quem me obrigou a fazer a reportagem do Valério
acusando Lula" - disse a amigos. Serra aprovou, mas fez uma ressalva:
“Tem que por aspas, tem que
colocar como se Valério estivesse afirmando aquilo”. Civita quis
argumentar que aquilo queimaria a
revista. Mas Serra foi intransigente: “Quem não pode se queimar sou eu.
Se eu não
me eleger, vocês perdem tudo da prefeitura e vão entregar o governo de
São Paulo
para o PT daqui a dois anos. Adeus, livros didáticos. Adeus, assinaturas
das
revistas. Adeus, parcerias. Nada de trololó. Bota aspas e depois se
virem para
dizer que ele declarou tudo aquilo. Vocês são especialistas nisso”.
Sem alternativa, Civita concordou. Pensou em ir falar com
Policarpo, seu diretor em Brasília, especialista nesse tipo de manobra. Mas se
conteve. Teria de falar com ele pessoalmente, pois o telefone poderia estar
grampeado. Mas guarda ainda fresca na memória a surpresa que teve ao fazer uma
visita inesperada ao diretor. Ao entrar na sala, encontrou Policarpo
sentado na cadeira, calça e cueca abaixadas até o tornozelo, com um homem quase
careca ajoelhado à sua frente, aparentemente... A palavra que lhe veio à cabeça foi "fellaccio"... Quem era o careca?
Ao chegar sem aviso à sala do diretor de Veja em Brasília, Policarpo
Júnior, Civita foi surpreendido com a cena insólita de vê-lo sentado na
cadeira, com calças e cuecas arriadas até o chão, e um homem quase
careca ajoelhado à sua frente, com a cabeça entre suas pernas, numa
posição de...
"Fechei a porta e saí dali. Não queria imaginar o que estaria
acontecendo. Ou melhor, não podia. Se o homem ajoelhado fosse quem eu
pensava, teria que demitir um de meus mais dedicados colaboradores",
disse Civita. Não chegou a declinar o nome, mas pistas que soltou aqui e
ali para alguns amigos indicam quem seja. "Como posso julgar um homem
de fidelidade canina, que escreve seus posts na madrugada e passa o dia
escrevendo centenas - às vezes, milhares - de comentários forjados no
seu blog?".
Civita se lembrou da cena, quando pensou em procurar Policarpo para
tentar uma solução para seu problema com a última edição de Veja. Temia
ter passado do limite e receber uma resposta agressiva do governo, logo
agora que o grupo Abril se encontra à beira da falência.
Não foi a Brasília, e Policarpo veio até ele com a solução. Mas, para
aplicar a ideia de Policarpo, Civita precisaria utilizar um jornalista
que não fosse de Veja nem da Abril, mas tivesse a mesma determinação de
caluniar o Nove Dedos. Pensou em O Globo e ligou para Kamel, seu
ex-empregado.
Nota do Blog do Mello: Como estes acontecimentos são recentes, não
pudemos confirmar com Civita nem seus amigos e interlocutores se o
jornalista escolhido foi o blogueiro de O Globo Ricardo Noblat. Também
não consegui falar com Noblat, mas ele não negou nada. E tudo indica que
foi ele o escolhido sim, porque Noblat começou a disparar postagens em
seu blog e no Twitter utilizando informação que já constava de uma
reportagem do mesmo Rodrigo Rangel que editou a dessa última semana, a
mando de Serra. Confira:
Para mostrar que não estava blefando, como já fizera em outras ocasiões,
o empresário [Marcos Valério] disse que enviaria às autoridades um vídeo com um
depoimento bombástico, gravado por ele em três cópias e escondido em
lugares seguros. Seria parte do acordo de delação premiada com os
procuradores. Seu arsenal também incluiria mensagens e documentos que
provariam suas acusações. [íntegra aqui, em reportagem de 22 de julho, há quase dois meses]
Não é muito semelhante à história dos quatro vídeos espalhada por Noblat?
Mas, nosso blog não especula. Trabalhamos apenas com fontes confiáveis,
pessoas ligadas ao presidente do Grupo Abril e da revista Veja, Roberto
Civita. E o que elas nos contaram, além do que até aqui relatamos, fala
também de um pesadelo recorrente de Civita.
Rainha de Espadas
O pesadelo com a Rainha de Espadas perturba Roberto Civita desde sempre.
Nunca procurou um psicanalista para ajudá-lo a decifrar o mistério por
um motivo que diz muito de sua personalidade: "As pessoas pagam para me
ouvir falar. É um absurdo que eu tenha de pagar a alguém para que me
ouça".
Por isso, o pesadelo o atormenta, sem que ele consiga decifrá-lo. Sempre
surge num momento de crise. E surgiu mais uma vez agora, naquela
sexta-feira em que a presidenta Dilma desmarcou sua ida ao seminário
para mais de mil empresários que ele patrocinava e o ministro da Fazenda
Guido Mantega abandonou a mesa de debates sem justificativa.
Civita saiu meneando a cabeça, com a sensação de que o chão se abria a
seus pés. A reportagem encomendada por Serra ("com aspas, com aspas")
acusando o Nove Dedos de chefe do mensalão pode ter sido a gota que
faltava para transbordar o ressentimento do governo com a revista e, com
a rejeição recorde de Serra em São Paulo, esse poderia ser o mais largo
passo do Grupo Abril em direção ao abismo.
Civita tomou a decisão costumeira: engoliu alguns comprimidos de
tranquilizante e pediu ao motorista para dirigir sem destino pela
capital paulista. Logo, ele estaria dormindo, como de outras vezes, um
sono profundo, sem sonhos, que poderia durar um dia inteiro.
Surpreendentemente, isso não aconteceu. Ele mais uma vez sonhou que
estava num lugar enevoado, sem saber onde e por que estava ali, e era
direcionado a uma sala, com uma mesa oval no centro. Nela, uma toalha de
renda branca, com vários objetos misturados e espalhados - búzios,
baralhos diversos, cordões - até que uma mão - sempre aquela mão -, uma
mão de mulher, com muitas pulseiras, jogava à sua frente uma carta. E
depois virava a carta e revelava a Rainha de Espadas. Mais uma vez,
tomado de intenso pavor diante da carta, Civita acordou. Como das outras
vezes em que tinha o pesadelo.
Com uma diferença. Dessa vez, algo lhe chamou a atenção: o olhar da
Rainha de Espadas, que o aterrorizara a vida inteira, lhe pareceu, pela
primeira vez, subitamente familiar. Conhecia aquele olhar. Mas, de onde?
Puxou pela memória. Pesquisou. E quando descobriu de quem era o olhar da Rainha de Espadas Civita ficou mais aterrorizado ainda.
Os pesadelos com a Rainha de Espadas sempre atormentaram o presidente do
grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita, desde que era uma criança
em Milão, onde nasceu. A princípio, a imagem que lhe vinha dela era a
da Madrasta Má, da Branca de Neve.
Com o passar dos anos, a imagem se escanesceu, mas não sumiu de todo.
Quando sonha com a Rainha de Espadas, acorda sempre apavorado, como o
menino que foi. E sente que alguma coisa de muito ruim está por lhe
acontecer, sem saber exatamente o quê.
Por isso, pesquisou o significado da Rainha de Espadas em vários livros
místicos, à procura de algo que lhe ajudasse a desvendar quem era e por
que o aterrorizava tanto.
Resumidamente, destacou algumas qualidades comuns à Rainha de Espadas em vários místicos:
A Rainha de Espadas é a mais racional de todas as Rainhas. É aquela
mulher intelectual, para quem o conhecimento é importante. Assim, está
sempre estudando e querendo saber mais coisas, para se manter sempre
atualizada e estimular sua inteligência. Seu contato com o mundo é mais
racional e por isso está sempre querendo compreender tudo pela razão. O
risco dessa mulher é se tornar alguém pragmática demais, com dificuldade
de entrar em contato com suas emoções. A Rainha de Espadas pode se
tornar uma mulher mais fria e calculista, sempre preocupada e muito
distante de seus sentimentos.
Quando acordou mais uma vez do pesadelo com a Rainha de Espadas, após a
desfeita que julga ter sofrido da presidenta Dilma e do ministro
Mantega, o que deixou Civita intrigado é que, pela primeira vez, ele
sentiu que conhecia aquele olhar. Precisava pesquisar, puxar pela
memória para descobrir onde o teria visto e a quem pertenceria.
No entanto, pressionado pela repercussão altamente negativa da
reportagem da revista Veja em que um suposto Marcos Valério teria
afirmado que o ex-presidente Lula era o chefe do mensalão do PT, Civita
deixou o assunto de lado.
Felizmente, com os contatos certos, a maré, ao final da semana, parecia
estar virando a seu favor. Seu ex-empregado Kamel foi alçado ao posto
mais alto do Jornalismo da Rede Globo. Com uma manobra engendrada por
Serra, o Datafolha, do Grupo Folha, trabalhou com a margem de erro e,
contrariando todos os demais institutos, apontou uma subida na intenção
de votos de seu candidato e uma queda na do adversário a ser batido,
Haddad, para derrotar o Nove Dedos.
O objetivo é desconcentrar a campanha do petista e induzi-los a erros e a
brigas internas por poder - no que o PT é especialista.
Um segundo turno entre Serra é Russomanno é o sonho de Civita. Com seus
repórteres investigativos na Papuda, ele conta com os policiais federais
e demais arapongas que sempre trabalharam para Serra. Há material para
desconstruir Russomanno e não deixar pedra sobre pedra. Policarpo Junior
trabalha nisso e lhe afirmou que o candidato de Edir Macedo não resiste
a uma capa de Veja.
"Vai ser minha salvação. Com Serra na prefeitura, o Grupo Abril pode
continuar investindo em livros didáticos, com a revista Veja fazendo o
mesmo papel de derrubar as pretensões do Nove Dedos de se perpetuar e a
seu grupo no poder."
Para quem chegou a pensar que a sexta-feira da semana passada era a do
seu fim, Civita está tão feliz hoje que resolveu fazer uma limpeza em
sua mesa, que há muito estava entulhada com vários papéis, folhas
avulsas, provas de revistas.
Foi quando, em meio ao amontoado, surgiu a foto daquele olhar que reconhecera como o da Rainha de Espadas.
Sim, era ela, aquele olhar dela, e o menino que ele foi entrou
imediatamente em sua sala, sentou-se em sua cadeira e, com as mãos
trêmulas de terror, segurou
a foto dela, a Rainha de Espadas.
(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores.
Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada
com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista,
mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da
própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade
às informações)