Brasil 247 insinua jogo sujo da Folha e da Abril, mas não abre o jogo. Por quê?

O Brasil 247 fez uma postagem que tem um título provocador, agressivo e sugestivo: "Folha-Abril: Um encontro perigoso para a democracia".

O texto faz referência a uma visita do presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa, à Folha, para um tête-à-tête com Otavinho Frias, a convite deste.

Onde estaria a tal ameaça à democracia? Não há declaração alguma dos dois grupos. Apenas uma consideração do Brasil 247, que fala da pressão dos grupos sobre a CPI do Cachoeira, especialmente para a não convocação do jornalista Policarpo Junior, diretor de Veja.

Mas, num pequeno parágrafo, pode estar a verdadeira fonte da reclamação do site (grifo meu):

O crescimento desses novos foros de debate e de jornalismo online tem incomodado os barões da velha mídia. A tal ponto que grandes grupos, como Folha e Abril, têm tentado intimidar potenciais anunciantes, e até potenciais investidores, ligados aos seus novos concorrentes.

Se é assim, vamos às denúncias. Por que apenas insinuar? Se não abrem o jogo, os tais anunciantes ou investidores vão continuar a ser pressionados, assim como já o são nossos congressistas, que - com raras exceções - se borram de medo da mídia corporativa.






I-Phone 5 e Apple vão bem. Mas funcionários da Foxconn, que os produzem, ameaçam se jogar do alto da fábrica

Nesta semana o pau quebrou na fábrica da Foxconn em Taiwan. Foram de dois a quatro mil (depende da fonte) funcionários envolvidos numa verdadeira guerra que deixou dezenas de feridos. A batalha aconteceu num dos dormitórios da fábrica, que funciona 24 horas por dia, os sete dias da semana para produzir por uma mixaria aquele celular pelo qual você paga uma fortuna, endossando as práticas da Apple, que vêm sendo denunciadas há anos.

Aqui mesmo no blog já publiquei:

Há também esta outra, que reproduzo a seguir:

O lado podre da maçã: Repórter consegue imagens do interior de fábrica de produtos da Apple, Foxconn



Um repórter da rede estadunidense ABC conseguiu entrar numa unidade da Foxconn, maior produtora de iPhones e iPads do mundo.

Reportagem da inglesa BBC (onde conseguimos o vídeo abaixo) afirma que o repórter teve acesso à fábrica dias após a Apple ter anunciado que um grupo de investigadores independentes iria inspecionar as fábricas que produzem 90% de seus produtos.

As condições são semelhantes àquelas em que vivem cobaias em caixas de Skinner. No entanto, Tim Cook - o sucessor de Steve Jobs - enviou e-mail a todos os seus empregados, onde defende os valores da empresa e afirma a preocupação da Apple com cada um dos empregados da cadeia de produção:

"A nosotros nos definen nuestros valores. Desafortunadamente algunas personas están cuestionando los valores de Apple hoy en día... Nosotros valoramos a cada trabajador en nuestra cadena de suministro global...Cualquier insinuación de que no nos interesa es claramente falsa y ofensiva para nosotros".

Que tal Tim Cook passar uma semana no lugar de um dos trabalhadores da Foxconn para sentir na pele "los valores da Apple"?

O vídeo da BBC na Foxconn:



Após propor legalização da maconha, presidente do Uruguai é a favor da despenalização do aborto

O presidente do Uruguai, José Mujica, não teme polêmica, muito menos navegar contra uma maré puritana que varre o planeta em momentos de crise como agora. Recentemente, Mujica defendeu a liberação da maconha em seu país e agora apoia outra proposta que coloca a direita religiosa estressada: a liberalização do aborto.

Segundo Mujica, a medida pode salvar a vida de muitas mulheres e, inclusive,  reduzir o número de abortos, estimado em 30 mil/ano no Uruguai.

O projeto de Lei foi aprovado com diferença de apenas um voto e agora vai ao Senado. Anteriormente, o Congresso aprovou um projeto nesse sentido, que foi vetado pelo presidente da época Tabaré Vásquez. Mujica garante que o assina, caso seja aprovado, porque o apoia.

O projeto que foi ao Senado permite a interrupção voluntária da gravidez até a 12ª semana.

Sin embargo, según Mujica una despenalización podría no sólo evitar muertes en interrupciones de embarazos de manera clandestina sino que ademas podría ocasionar una reducción en el número de abortos.
"Todo el mundo está contra el aborto. Pero si se le brinda apoyo a una mujer sola que toma esta decisión, hay quienes pensamos que muchas retrocederían", señaló a BBC Mundo.
"Por esa vía salvaríamos más vidas", agregó.
Organizaciones no gubernamentales uruguayas que respaldan la despenalización de este procedimiento quirúrgico calculan que pueden darse unos 30.000 abortos clandestinos cada año. Sin embargo, el carácter secreto de estas operaciones vuelve difícil cotejar su veracidad. [Fonte e reportagem completa da BBC, aqui]


Brindeiro, o engavetador-mor do governo FHC, não assina carteira de funcionários de seu escritório

O Procurador-Geral da República nos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Brindeiro, mais conhecido como engavetador-mor, aquele homem que não viu nada de errado nas privatizações, na lista de Furnas, no mensalão tucano nascido em Minas, nos Sanguessugas, nas ambulâncias superfaturadas, nos Vampiros, na compra de votos para a emenda da reeleição de FHC, esse mesmo Brindeiro que engavetou todos os pedidos de investigação no governo FHC simplesmente não assina a Carteira de Trabalho de funcionários de seu escritório de advocacia, segundo denúncia da Tribuna da Imprensa, que reproduzo a seguir:

Fora da lei: escritório de Brindeiro não assina carteira de seus funcionários

Carlos Newton
Esta é de estarrecer. Recebemos a denúncia de que o Escritório de Advocacia do ex-procurador-geral da República, Geraldo Antônio Brindeiro, que entre outros clientes, dá assistência à operadora de serviços telefônicos VIVO, não assina a Carteira de Trabalho de seus funcionários.
Quando aparece algum fiscal da Secretaria ou do Ministério do Trabalho na sede do escritório, os funcionários em situação irregular são “convenientemente” removidos para um local fora do alcance da fiscalização e só voltam ao trabalho após o fim da inspeção.
Uma vergonha que requer uma fiscalização imediata por parte da Delegacia Regional do Trabalho do Distrito Federal e uma nota de reprovação da Ordem dos Advogados do Brasil, tão ciosa em denunciar irregularidades em setores que nem lhe dizem respeito.
Como se sabe, Geraldo Antônio Brindeiro ficou famoso no governo FHC como “engavetador” da República.[Fonte]


Não se está dando devida atenção a crime praticado pelo COB, que roubou dados sigilosos dos Ingleses nas Olimpíadas

O caso é gravíssimo e está jogando o nome de nosso país na lama, graças a procedimento de funcionários do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), do Ricardo Teixeira olímpico, Carlos Nuzman.

Durante a Olimpíada de Londres, funcionários do COB que trabalhavam em cooperação com o Comitê Organizador britânico copiaram fraudulentamente dados sigilosos dos ingleses.

O COB afirma que demitiu funcionários (não diz quantos nem quais), mas não afirma quais dados eles furtaram dos ingleses.  O ministro do Esporte e o governo brasileiro não se pronunciaram a respeito.

Hoje, em seu blog, o jornalista Juca Kfouri denuncia que essa não é a primeira vez que isso ocorre e que se as autoridades do governo não entrarem de sola no COB, mais uma vez o escândalo que envolve o nome do Brasil não vai dar em nada.

Eis a postagem do Blog do Juca:

Rodrigo Hermida, hoje gerente de Voluntários do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, foi demitido, seis anos atrás, do Comitê dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro.
Motivo: copiou sem autorização, e com uma senha que não era dele, os dados da empresa multinacional Event Knowledge Services ( EKS) que, então, prestava serviços ao chamado Co-Rio, presidido por Carlos Nuzman, a exemplo do que se dá hoje no comitê da Olimpíada.
O pessoal do COB, por sinal, faz questão de separar-se dos comitês organizadores dos Jogos, tanto dos Pan-Americanos quanto dos Olímpicos, embora a associação seja inevitável.
Hermida foi a cabeça que rolou à época e jamais o caso foi revelado por Nuzman, como provavelmente aconteceria agora no vexame londrino.
A EKS vinha de experiências vitoriosas ao participar de Olimpíadas recentes e dos Jogos da Comunidade Britânica e, terceirizada, preferiu exigir apenas a punição do funcionário invasor e não dar publicidade ao caso, até porque fora escolhida a dedo por Nuzman e sem licitação de nenhuma espécie, coisa que se repetiu para 2016.
Hermida trabalhava em área subordinada a Mario Cilenti, hoje diretor do Co-Rio-16, e que, obviamente, sempre esteve ciente do episódio — e em silêncio.
Como brasileiro brinca com tudo, os funcionários que agora foram escolhidos como bodes expiatórios do escândalo londrino, estão sendo chamados, de “os hermidas” por quem conhece, no COB, o episódio às vésperas do Pan.
Cada vez fica mais claro que o assalto aos dados britânicos se deu basicamente pela ação de um dos demitidos, o “hermida” Bruno Olivieri, da área de TI (Tecnologia da Informação) do Rio-16.
Ele não apenas copiou uma quantidade abissal de informações, a ponto de chamar a atenção dos ingleses, como, não satisfeito, mandou um e-mail aos demais que tinham acesso aos arquivos, ensinando como ir além do que estavam autorizados.
O blog não conseguiu localizar Olivieri, mas ouviu, e gravou, a reação nervosa, apavorada, de Hermida, que em princípio negou.
Depois quis encaminhar o assunto para a assessoria de imprensa do COL, em seguida pôs a ligação no viva-voz e prometeu retornar em meia hora,  mais de uma hora atrás.
O blog voltou a ligar em seu celular que tocou até cair na caixa postal.

Será que vamos precisar de uma reportagem de Andrew Jennings, aquele jornalista do "Mr.Teixeira", que desmascarou Ricardo Teixeira na BBC, para que o governo brasileiro se mexa?



Será que estamos às vésperas de uma tentativa de golpe no Brasil ou é só a mídia golpista ferroando o sapo que a carregou?

Ultimamente se está falando muito em golpe no Brasil hoje, à moda de 1964.  Tem a ver? Quais as semelhanças (além de nossa mídia eternamente golpista) e diferenças entre o período em que vivemos hoje e aquele início dos anos 60?

A série que deveria ter virado filme (por que ainda não?) "O Dia que durou 21 anos", exibida na TV Brasil (nossa TV pública, e só nela, frise-se), a mais importante série documental produzida no Brasil nos últimos tempos, ajuda a mostrar os bastidores daquela época e do golpe de 1 de abril de 1964 para que possamos fazer uma comparação com o momento em que vivemos.





O que você acha, após assistir ao documentário? Estamos vivenciando uma tentativa de golpe ou é só a mídia golpista se assanhando com a derrota de Serra em São Paulo, que lhes vai tirar uma boa fonte de subsistência?

Nem a ditadura militar ousou dar o golpe constitucional do tucano FHC, que comprou a emenda de sua reeleição

A ditadura civil-militar governou nosso país de 1964 a 1985. Foram 21 anos de golpe, tortura, violência, censura, prisões arbitrárias, exílio, assassinatos. Judiciário, Legislativo, imprensa, movimentos sindicais, estudantis, tudo censurado, reprimido.

Mas uma coisa os militares não ousaram, rasgar a Constituição e impor a reeleição. Havia eleições, indiretas, impostas, mas saía um ditador, entrava outro.

Somente com o Príncipe dos Sociólogos, o ídolo dos ídolos de nossa mídia corporativa, o homem que vendeu o Brasil e não recebeu, Fernando Henrique Cardoso, é que o Brasil rasgou a Constituição e, através de uma emenda comprada, com dinheiro vivo, de corrupção, a reeleição passou a valer no Brasil, e já para Fernando Henrique.

Como disse, nem os militares, que torturaram, exilaram, assassinaram, ousaram tanto.

No Norte, nos estados do Amazonas, Acre, Roraima, deputados foram comprados por R$ 200 mil cada, segundo reportagem publicada pela Folha. Fernando Rodrigues teve acesso às gravações que mostraram todo o esquema.

Se foi assim no Norte, quanto não foi negociado no restante do país?

Confira aqui a reportagem de maio de 1997 de Fernando Rodrigues: Deputado diz que vendeu seu voto a favor da reeleição por R$ 200 mil.

A seguir, trecho incial da reportagem:

O deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) vendeu o seu voto a favor da emenda da reeleição por R$ 200 mil, segundo relatou a um amigo. A conversa foi gravada e a Folha teve acesso à fita.
Ronivon afirma que recebeu R$ 100 mil em dinheiro. O restante, outros R$ 100 mil, seriam pagos por uma empreiteira -a CM, que tinha pagamentos para receber do governo do Acre.
Os compradores do voto de Ronivon, segundo ele próprio, foram dois governadores: Orleir Cameli (sem partido), do Acre, e Amazonino Mendes (PFL), do Amazonas.
Todas essas informações constam de gravações de conversas entre o deputado Ronivon Santiago e uma pessoa que mantém contatos regulares com ele. As fitas originais estão em poder da Folha.
O interlocutor do deputado não quer que o seu nome seja revelado. Essas conversas gravadas com Ronivon aconteceram ao longo dos últimos meses, em diversas oportunidades.

Esse sim é o maior escândalo de corrupção de nosso país.

Pesquisas Datafolha e Vox Populi para a prefeitura de SP têm resultados não só diferentes mas opostos, no mesmo período

O Datafolha foi a campo nos dias 18 e 19 de setembro, ouviu 1820 eleitores e tem margem de erro de 2%. O Vox Populi pesquisou os dias 19, 20 e 21 de setembro, 2000 eleitores, margem de erro de 2,2%. No entanto, os institutos apontam resultados divergentes, fora da margem de erro das duas pesquisas, e tendências opostas em relação às candidaturas Haddad e Serra. Enquanto para o Datafolha Serra subiu e Haddad caiu, no Vox Populi ocorre o oposto, Serra cai e Haddad sobe.

No Datafolha, Serra está com 21% e Haddad com 15%. No Vox Populi, estão empatados com 17%.

Pela margem de erro, os dois não podem estar certos. As próximas pesquisas vão mostrar quem vai corrigir a de agora.

Pelos trackings das campanhas, que apontam um empate técnico entre Serra e Haddad, o erro está no Datafolha.

Isso fica ainda mais claro na atitude mais incisiva de Haddad em relação ao líder Russomanno no debate de ontem na TV Gazeta.  O foco deixou de ser Serra e passou a ser o candidatoi da Universal, o quer indica que Haddad já estaria em segundo lugar. Novas pesquisas internas devem ter mostrado Haddad à frente de Serra para além da margem de erro. O que também explicaria a parceria Serra-Soninha no ataque contra Haddad no mesmo debate.


Você assinaria um jornal diário de esquerda, que fosse um contraponto aos grandes grupos, ou acha que impresso já era?

O Jornalista Beto Almeida publicou alguns dias atrás um artigo (cuja leitura recomendo) e Rodrigo Vianna publicou outro ontem (leia, leia) sobre o mesmo tema, o que me motivou a voltar a um assunto que me intriga há muito tempo. Sugeri uma vez até ao Nassif uma discussão no blog dele sobre o assunto, mas que, até hoje, não aconteceu. Por isso volto ao tema:

O mundo vive hoje a chamada guerra de quarta geração, que se desenvolve não nos campos de batalha mas na cabeça e no coração das pessoas. A mídia corporativa é o braço avançado dessa guerra na luta para o Brasil voltar a se encaixar na ordem capitaneada pelos Estados Unidos.

O presidente da Venezuela Hugo Chávez conheceu essa força em 2002, quando foi derrubado do poder por um golpe idealizado, forjado, trabalhado, incitado e comandado pela mídia corporativa de lá, liderada pela cadeia RCTV (a RGTV de lá, à época).

A batalha da comunicação se desenrola como um roteiro cinematográfico, onde os lados opostos vão criando seus personagens, tramas, subtramas, com o objetivo de conseguir chegar ao seu final feliz.

Por serem governo e oposição, é claro, o final feliz de um é a desgraça do outro, como experimenta agora a oposição quase esfacelada com o impressionante sucesso do governo do presidente Lula.

Grosso modo, a história que o governo pretende contar está resumida no discurso de posse da presidenta Dilma (que pode ser lido na íntegra aqui). É uma história de continuidade em relação ao govermo anterior, mas também de avanço e com um eixo central:

A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos.

Já a história que a oposição - há tempos subsidiada, mas hoje assumidamente liderada pela mídia corporativa - quer contar é a seguinte: Este é um governo demagógico, que se vale de bolsas e transferência de renda para vagabundos, numa compra indireta de votos; é um governo de petralhas, de cumpanheros enriquecendo como nunca; uma república sindicalista, com bolsa de estudo para pobre, tudo para os pobres, com o objetivo de continuar vencendo as eleições e poderem roubar ainda mais.

Já tentaram o golpe em 2005, com o mensalão. Em 2006, levaram a eleição para o segundo turno com o episódio da foto do dinheiro feita pelo delegado Bruno. Agora em 2010, a guerra do aborto, o episódio ridículo da bolinha de papel, o jogo sujo da ficha falsa de Dilma na primeira página da Folha.

Perderam mais uma vez. Mas, aos pouquinhos, na timeline da comunicação, vão construindo seu roteiro, deixando registrados os papéis que querem destinar ao governo: corrupto, antidemocrático, defensor da censura, populista.

No início do governo Dilma, voltaram ao ataque com o episódio Palocci. O ministro caiu. E aí, nada mudou? Mudou sim. Fica na mente das pessoas mais uma vez a mancha de que esse governo esconde coisas, de que há corrupção. Até tapioca eles já usaram para colar essa marca. Porque o importante para eles é continuarem montando seu roteiro.

Agora, no julgamento do tal mensalão, o jogo bruto da mídia corporativa recrudesceu. Colocaram a faca no pescoço do STF, que julga de acordo com o cronograma, a pauta e as direções apontadas pelo exército midiático.

Por isso, nada adianta fazermos o saneamento básico, levar educação e saúde de qualidade, diminuir desigualdades, combater a miséria, se não soubermos também comunicar o que estamos fazendo.

O presidente Lula sozinho conseguia fazer isso em seu governo. Por causa de seu carisma pessoal, de sua história de vida. Por causa das inúmeras campanhas majoritárias que disputou antes de vencer em 2002.

Lula talvez conheça o Brasil como ninguém ("nunca dantes"). Talvez tenha ido a mais municípios brasileiros que qualquer outro cidadão. A ponto de o povo mais humilde se identificar com ele e ver na sua luta e luta de cada um deles.

Além do mais, Lula foi um sindicalista, um líder metalúrgico. Tem liderança reconhecida na classe trabalhadora organizada.

A presidenta Dilma não tem essas características.

Por isso, o outro grande movimento da oposição é afastar os dois e fazer o povo esquecer que Lula é Dilma e Dilma é Lula. Se na mente das pessoas eles estiverem separados, nem Lula conseguirá uni-los novamente.

Enquanto pudermos continuar crescendo, gerando empregos e desenvolvimento social, eles terão dificuldades. Mas, tudo isso tem um gargalo. E há ainda a crise mundial, que, longe de ter passado, volta a se agravar.

Por isso a comunicação tem que ganhar a importância que parece ainda não ter nesse governo. Porque a comunicação democrática, o livre fluxo da informação, é um direito humano tão importante quanto o acesso à educação e à saúde.

Porque, como eu já escrevi aqui em O poder dos cartéis midiáticos não permite a informação livre e põe em risco a democracia no Brasil:


A implantação urgentíssima do PNBL e a consequente Ley de Medios são lutas que podem impedir que o país retroceda e acabe, por blablablás lacerdistas, nas mãos de quem vai entregar a Petrobras e nossas riquezas, na próxima oportunidade.

Parceria Serra-Globo em SP pode ir além do jingle que é da novela Avenida Brasil e chegar aos telejornais

Não sei se a campanha de Haddad entrou na Justiça (e se entrou não deu em nada), mas a campanha política em São Paulo entrou numa fase 2 das campanhas eleitorais no país, a do descaramento total. Música tema da novela de maior audiência da emissora ser usada como jingle de campanha do Serra impunemente é prova de que vieram para o tudo ou nada.

A novela entra em seguida ao horário eleitoral, e, toda vez que o incauto telespectador da novela ouve a musiquinha, linka imediatamente com a campanha do mais rejeitado de São Paulo, o candidato da continuidade do governo Kassab (o pior prefeito do Brasil, que diz que aprendeu a governar com Serra) , o candidato que não cumpre o que fala nem o que assina.

Se fosse apenas isso, já seria um escândalo. E só não é porque a mídia em peso apoia Serra, que além de defender o liberou geral do capitalismo tem sempre um pacote de bondades para a mídia corporariva, com assinaturas de jornais e revistas, doação de terrenos públicos para a Rede Globo, (terreno seu, paulistano, que além de ser doado à Globo ainda virou escolinha de porcalismo dela), e, agora, mais recentemente, pacotes de livros, apostilas e outros "materiais didáticos" comprados para os milhares de alunos da rede pública - as bondades PIGáticas.

Mas a parceria Rede Globo- José Serra vai além, segundo notícias que tenho recebido de amigos da capital paulista, e que me chegam também por e-mail, como o que republico abaixo, sem alterações:

A Globo vem fazendo coincidir, por exemplo, propaganda do estado sobre expansão do metro, em seguida a propaganda do Serra falando sobre o mesmo assunto, propaganda do TSE falando da ficha limpa, em seguida propaganda do serra vc vota, ele volta...não acha muita coincidência?
O SPTV, jornal nas duas edições, passa o Serra sempre cercado por muita gente, dá até pra duvidar da rejeição recorde, agora a noite, a reporte disse que ele foi recebido por 4000 professores, mostra o Chalita sempre muito simpático (pra tirar os votos q poderiam ir pro PT) e o Haddad sempre parecendo sozinho e abandonado, fora as matérias sempre enaltecendo São Paulo em em relação a prefeitura e ao estado, mas isso ela faz o tempo todo, até claro o PT ganhar a eleição.
Por favor observem e tomem as medidas cabíveis, se ela ficar a vontade, vai deitar e rolar.
Eu respeito muito o seu trabalho.
Obrigada!

Amigos de São Paulo confirmam essa denúncia?

Botafogo de camisa dourada ou rosa não é Botafogo. Somos alvinegros com a estrela solitária, ouviu, Market-Ching Ling?

Na ânsia de faturar algum, nossos clubes estão matando a galinha dos ovos de ouro. Santos de camisa azul. Palmeiras com uma amarela. Já vi o Flamengo com uma que parecia do Olaria. Vasco com uma das Cruzadas. E agora o meu Botafogo entra em campo hoje contra o Corinthians com uma camisa dourada.

PQP! Quero minha gloriosa camisa de listras verticais pretas e brancas, ou a reserva, totalmente branca, que vestiu nossos craques Mané Garrincha, Nilton Santos, Didi, e tantos outros, e que nos remete à nossa história e à opção que fizemos de um dia de virarmos torcedores do Glorioso.

Não sou contra as ações de marketing. Nem às camisetas, por mais estranhas que sejam. Mas, em jogos comemorativos. Em jogos oficiais, tem que entrar em campo a camisa que tem história, a nossa história.

Nesse ritmo, qualquer dia desses, o Itaú, por exemplo, põe uma merreca no Botafogo e nossa estrela passa a ser laranja.

Quero ter o direito de chegar ao estádio ou ligar a TV e saber qual dos times é o meu pela camisa que veste. É pedir muito?

Os Segredos do Tucanoduto e sua relação com a mídia. Civita desabafa: 'Serra é o chefe de tudo'. Versão completa

  ATUALIZAÇÃO EM 3/10/2015

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Os segredos do tucanoduto. Civita acusa: 'Serra me usou como um boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo'

 Faltavam catorze minutos para as 2 da tarde da última sexta-feira quando o empresário Roberto Civita, presidente da revista Veja e do Grupo Abril, parou seu carro em frente a um bar, em São Paulo. Responsável pelas mais infames acusações aos governos dos presidentes Lula e Dilma, ele tem cumprido religiosamente a tarefa de ir até esse modesto bar numa região pobre da grande São Paulo. Desce do carro, vai até o balcão e é servido com sua bebida preferida, que sorve numa talagada. Chega mais cedo para evitar ser visto pelos outros bebuns e vai embora depressa, cabisbaixo. "O PSDB me transformou em bandido”, desabafa. Civita sabe que essa rotina em breve será interrompida. Ele não tem um átimo de dúvida sobre seu futuro.

Nessa mesma sexta, Civita havia organizado em mega-encontro, com mais de mil empresários do Brasil e do exterior.  Chamou o ilustre economista Paul Krugman e também o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Ambos confirmaram presença. Mas, em cima da hora, a presidente arranjou uma desculpa para não comparecer e o ministro abandonou a mesa de debates, sem dar satisfações. "Ali, foi selado meu destino" - acredita Civita.

Pessoas próximas ao empresário afirmam que Civita teria responsabilizado o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, pelo vexame que deu em público. Meneando a cabeça, ele saiu exclamando para quem quisesse ouvir: “Eu avisei ao Serra que ia dar merda! Eu avisei!”.

Apontado como o responsável pela engenharia que possibilitou ao PSDB e até recentemente ao DEM montar o maior esquema de espionagem, baixaria e calúnia da história, Civita enfrenta um dilema. Nos últimos dias, ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto que havia firmado com os tucanos. Para proteger os figurões, conta que assumiu a responsabilidade de cometer crimes que não praticou sozinho, mas com a ajuda de Carlinhos Cachoeira e seu grupo de arapongas, que faziam as “reportagens investigativas” de Veja, para defender interesses dos demo-tucanos. Civita manteve em segredo histórias comprometedoras que testemunhou quando era o "predileto" do poder, relacionadas à privataria e aos escândalos da área de saúde do governo FHC, comandada por José Serra. Em troca do silêncio, recebeu garantias. Primeiro, de impunidade. Depois, quando o esquema teve suas entranhas expostas pela Policia Federal, de que nada aconteceria a ele nem a Demóstenes Torres. Com a queda de Demóstenes, logo após a prisão de Cachoeira, além de ter a equipe da revista desfalcada, Civita tentou um último subterfúgio para não naufragar: mandou fazer uma capa de destaque com a presidente Dilma.

Serra ficou enfurecido e o ameaçou. "Ele disse que abriria o jogo e mostraria que por trás de Carlinhos Cachoeira estava Policarpo, e por trás de Policarpo, eu".

Civita guarda segredos tão estarrecedores sobre o tucanoduto que não consegue mais reter só para si — mesmo que agora, desiludido com a falsa promessa de ajuda dos poderosos que ele ajudou, tenha um crescente temor de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel. Os segredos de Civita, se revelados, põem o ex-presidente FHC e José Serra no epicentro do maior escândalo de corrupção da história, a privataria tucana. Puxado o fio da meada, vêm juntos o caso Banestado, o Proer, a venda da Vale, o Fonte Cindam, a lista de Furnas. Sim, e, no comando das operações, Serra. Sim. Serra, que, fiel a seu estilo, fez de tudo para não se contagiar com a podridão à sua volta, mesmo que isso significasse a morte moral e política de companheiros diletos. Civita teme, e fala a pessoas próximas, que se contar tudo o que sabe estará assinando a pior de todas as sentenças — a de sua morte: "Vão me matar. Tenho de agradecer por estar vivo até hoje".


Os Segredos de Civita, parte 2. Os planos da quadrilha incluíam Serra no Planalto e Demóstenes no STF


Com a segurança de quem transitava com desenvoltura pelos gabinetes oficiais, inclusive os palacianos, e era considerado um parceiro preferencial pela cúpula tucana, o presidente do Grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita afirma que, primeiro FHC, mas, depois e até hoje, Serra “comandava tudo". Em sua própria defesa, diz que como operador das reportagens encomendadas contra o PT não passava de um “boy de luxo" de uma estrutura que tinha o então presidente e seu candidato no topo da cadeia de comando. "FHC era o chefe, hoje é Serra”, repete Civita às pessoas mais próximas.

A afirmação se choca com todas as versões apresentadas por Serra desde que o livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro, foi lançado, de que tudo era “lixo, lixo, lixo”.

A ira de Roberto Civita desafia a defesa clássica do ex-presidente FHC de que não sabia do Tucanoduto e nada teve a ver com o esquema arquitetado em seu primeiro mandato para sua reeleição. “Todo mundo sabe que ele comprou a emenda de sua reeleição. Sem contar os escândalos na área da saúde, comandada por Serra. E mais a lista de Furnas, a privataria, o Banestado, o Proer”...

Amigos contam que o que mais deprime Civita é a situação quase falimentar do Grupo Abril. A Veja se sustenta com anúncios. Para obtê-los deve produzir edições com tiragens de mais de um milhão de exemplares, que não se pagam com as assinaturas e vendas nas bancas. “Estamos queimando a casa [Grupo Abril – Nota do Blog] para produzir lenha para a Veja. Até cópia xerox, proibi na empresa”.
A rota de fuga de Serra evoluiu mais tarde para a negação completa, com a tese nefelibata de que a privataria tucana nunca existiu, tendo sido apenas uma armação do PT para chegar ao poder. A narrativa de Civita coloca Serra não apenas como sabedor de tudo o que se passava - Sanguessugas, Vampiros, Proer, Banestado, Privataria -, mas no comando das operações."Há até um vídeo na internet em que FHC confirma isso" [o vídeo é este aqui - Nota do Blog].

“O chefe é Serra. O objetivo era colocá-lo na presidência e Demóstenes [ex-senador cassado Demóstenes Torres, que também foi expulso do DEM – Nota do Blog] no Supremo. Com Demóstenes e Gilmar Mendes lá, o Brasil seria nosso”. No entanto, Demóstenes foi derrubado por operação da PF e Serra mais uma vez derrotado na luta pelo Planalto. “Agora, nem a prefeitura. Nossa salvação seriam os livros didáticos que ele colocaria nas escolas. Mas, agora, nem isso”...

Civita não esconde que se encontrou com Serra diversas vezes no Palácio do Planalto. Ele faz outra revelação: “Do FHC ao Serra era só descer a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá embaixo, vamos”. A frase famosa e enigmática de José Serra — "Tudo que eu faço é do conhecimento de FHC” — ganha contornos materiais depois das revelações de Civita sobre os encontros em palácio. Roberto Civita reafirma que pode acabar nas barras do Supremo Tribunal, mas faz uma sombria ressalva. “Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Serra porque eu, o Paulo Preto e o FHC não falamos”, disse na semana passada a um dos únicos amigos do bar da periferia que tem freqüentado anonimamente.

“Mas, se eu quebrar, não vou sozinho. Produzi um vídeo com quatro cópias”... Nesse instante, o telefone de Civita tocou e ele se afastou. Foi possível ouvir apenas “Diogo, já estamos promovendo seu livro na revista e pagando os processos. Estou na lona. O dinheiro acabou”...


Segredos de Civita, parte 3. Civita: 'Foi Serra quem me obrigou a fazer a reportagem do Valério acusando Lula'



Dos tempos em que gozava das intimidades do poder em Brasília, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Roberto Civita diz guardar muitas lembranças. Algumas revelam a desenvoltura com que personagens centrais do tucanoduto transitavam no coração do governo FHC, antes da eclosão do maior escândalo de corrupção da história política do país – a privataria tucana. Civita lembra das vezes em que José Serra, seu interlocutor frequente até a descoberta do esquema, participava de animados encontros à noite no Palácio da Alvorada, que não raro lhe servia de pernoite. "O Serra dormia (se é que se pode usar a palavra em relação a ele)  no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com FHC à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro." Civita deixa transparecer que ele próprio foi a uma dessas reuniões noturnas no Alvorada.

Sobre sua aproximação com Serra, Civita conta que, diferentemente do que os petistas dizem, ele conheceu Serra durante a campanha de 2002. Já o conhecia anteriormente, mas só a partir de sua campanha à presidência tornaram-se mais íntimos. FHC lhe disse que Serra precisava de uma imprensa que repercutisse o que os agentes da PF a serviço de Serra conseguiam sobre os adversários. "Ele precisava da Veja para publicar o escândalo. Depois a Globo repercutia e o Nove Dedos caía nas pesquisas”.

Só que isso não aconteceu e Lula foi eleito. Manteve-se o esquema, mas agora com o objetivo de derrubar o Nove Dedos e trazer os tucanos de volta ao poder. A parceria deu certo e desaguou no chamado mensalão do PT, uma parceria entre os arapongas de Serra e um bicheiro de Goiás, que hoje todos conhecem como Carlinhos Cachoeira.

Mas, nem isso, nem a provável condenação de todos os petistas pelo STF, parece servir de alguma coisa para José Serra. Por isso, Civita não se assustou quando recebeu uma vista, às três da madrugada, do candidato tucano à prefeitura de São Paulo. Com a “sutileza” que o caracteriza, Serra ordenou a Civita que a Veja ligasse diretamente Lula ao mensalão, para que ele não pudesse mais fazer campanha para Haddad. Tinha que ser uma matéria agressiva, definitiva. “Você tem que dizer que Marcos Valério declarou à Veja que Lula sabia de tudo e era o chefe do mensalão”.

Civita providenciou a reportagem e a enviou na terça-feira, para aprovação. "Foi Serra quem me obrigou a fazer a reportagem do Valério acusando Lula" - disse a amigos. Serra aprovou, mas fez uma ressalva: “Tem que por aspas, tem que colocar como se Valério estivesse afirmando aquilo”. Civita quis argumentar que aquilo queimaria a revista. Mas Serra foi intransigente: “Quem não pode se queimar sou eu. Se eu não me eleger, vocês perdem tudo da prefeitura e vão entregar o governo de São Paulo para o PT daqui a dois anos. Adeus, livros didáticos. Adeus, assinaturas das revistas. Adeus, parcerias. Nada de trololó. Bota aspas e depois se virem para dizer que ele declarou tudo aquilo. Vocês são especialistas nisso”.

Sem alternativa, Civita concordou. Pensou em ir falar com Policarpo, seu diretor em Brasília, especialista nesse tipo de manobra. Mas se conteve. Teria de falar com ele pessoalmente, pois o telefone poderia estar grampeado. Mas guarda ainda fresca na memória a surpresa que teve ao fazer uma visita inesperada ao diretor. Ao entrar na sala, encontrou Policarpo sentado na cadeira, calça e cueca abaixadas até o tornozelo, com um homem quase careca ajoelhado à sua frente, aparentemente... A palavra que lhe veio à cabeça foi "fellaccio"... Quem era o careca?




Segredos de Civita, parte 4. Como a reportagem caluniosa encomendada por Serra pode levar o Grupo Abril ao abismo

Ao chegar sem aviso à sala do diretor de Veja em Brasília, Policarpo Júnior, Civita foi surpreendido com a cena insólita de vê-lo sentado na cadeira, com calças e cuecas arriadas até o chão, e um homem quase careca ajoelhado à sua frente, com a cabeça entre suas pernas, numa posição de...

"Fechei a porta e saí dali. Não queria imaginar o que estaria acontecendo. Ou melhor, não podia. Se o homem ajoelhado fosse quem eu pensava, teria que demitir um de meus mais dedicados colaboradores", disse Civita. Não chegou a declinar o nome, mas pistas que soltou aqui e ali para alguns amigos indicam quem seja.  "Como posso julgar um homem de fidelidade canina, que escreve seus posts na madrugada e passa o dia escrevendo centenas - às vezes, milhares - de comentários forjados no seu blog?".

Civita se lembrou da cena, quando pensou em procurar Policarpo para tentar uma solução para seu problema com a última edição de Veja. Temia ter passado do limite e receber uma resposta agressiva do governo, logo agora que o grupo Abril se encontra à beira da falência.

Não foi a Brasília, e Policarpo veio até ele com a solução. Mas, para aplicar a ideia de Policarpo, Civita precisaria utilizar um jornalista que não fosse de Veja nem da Abril, mas tivesse a mesma determinação de caluniar o Nove Dedos. Pensou em O Globo e ligou para Kamel, seu ex-empregado.

Nota do Blog do Mello: Como estes acontecimentos são recentes, não pudemos confirmar com Civita nem seus amigos e interlocutores se o jornalista escolhido foi o blogueiro de O Globo Ricardo Noblat. Também não consegui falar com Noblat, mas ele não negou nada. E tudo indica que foi ele o escolhido sim, porque Noblat começou a disparar postagens em seu blog e no Twitter utilizando informação que já constava de uma reportagem do mesmo Rodrigo Rangel que editou a dessa última semana, a mando de Serra. Confira:

Para mostrar que não estava blefando, como já fizera em outras ocasiões, o empresário [Marcos Valério] disse que enviaria às autoridades um vídeo com um depoimento bombástico, gravado por ele em três cópias e escondido em lugares seguros. Seria parte do acordo de delação premiada com os procuradores. Seu arsenal também incluiria mensagens e documentos que provariam suas acusações. [íntegra aqui, em reportagem de 22 de julho, há quase dois meses]

Não é muito semelhante à história dos quatro vídeos espalhada por Noblat?

Mas, nosso blog não especula. Trabalhamos apenas com fontes confiáveis, pessoas ligadas ao presidente do Grupo Abril e da revista Veja, Roberto Civita. E o que elas nos contaram, além do que até aqui relatamos, fala também de um pesadelo recorrente de Civita.

Rainha de Espadas

O pesadelo com a Rainha de Espadas perturba Roberto Civita desde sempre. Nunca procurou um psicanalista para ajudá-lo a decifrar o mistério por um motivo que diz muito de sua personalidade: "As pessoas pagam para me ouvir falar. É um absurdo que eu tenha de pagar a alguém para que me ouça".

Por isso, o pesadelo o atormenta, sem que ele consiga decifrá-lo. Sempre surge num momento de crise. E surgiu mais uma vez agora, naquela sexta-feira em que a presidenta Dilma desmarcou sua ida ao seminário para mais de mil empresários que ele patrocinava e o ministro da Fazenda Guido Mantega abandonou a mesa de debates sem justificativa.

Civita saiu meneando a cabeça, com a sensação de que o chão se abria a seus pés. A reportagem encomendada por Serra ("com aspas, com aspas") acusando o Nove Dedos de chefe do mensalão pode ter sido a gota que faltava para transbordar o ressentimento do governo com a revista e, com a rejeição recorde de Serra em São Paulo, esse poderia ser o mais largo passo do Grupo Abril em direção ao abismo.

Civita tomou a decisão costumeira: engoliu alguns comprimidos de tranquilizante e pediu ao motorista para dirigir sem destino pela capital paulista. Logo, ele estaria dormindo, como de outras vezes, um sono profundo, sem sonhos, que poderia durar um dia inteiro.

Surpreendentemente, isso não aconteceu. Ele mais uma vez sonhou que estava num lugar enevoado, sem saber onde e por que estava ali, e era direcionado a uma sala, com uma mesa oval no centro. Nela, uma toalha de renda branca, com vários objetos misturados e espalhados - búzios, baralhos diversos, cordões - até que uma mão - sempre aquela mão -, uma mão de mulher, com muitas pulseiras, jogava à sua frente uma carta. E depois virava a carta e revelava a Rainha de Espadas. Mais uma vez, tomado de intenso pavor diante da carta, Civita acordou. Como das outras vezes em que tinha o pesadelo.

Com uma diferença. Dessa vez, algo lhe chamou a atenção: o olhar da Rainha de Espadas, que o aterrorizara a vida inteira, lhe pareceu, pela primeira vez, subitamente familiar. Conhecia aquele olhar. Mas, de onde?

Puxou pela memória. Pesquisou. E quando descobriu de quem era o olhar da Rainha de Espadas Civita ficou mais aterrorizado ainda.

Segredos de Civita, parte 5. Serra, os números do Datafolha e a revelação de quem é a Rainha de Espadas dos pesadelos de Civita

Os pesadelos com a Rainha de Espadas sempre atormentaram o presidente do grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita, desde que era uma criança em Milão, onde nasceu. A princípio, a imagem que lhe vinha dela era a da Madrasta Má, da Branca de Neve.

Com o passar dos anos, a imagem se escanesceu, mas não sumiu de todo. Quando sonha com a Rainha de Espadas, acorda sempre apavorado, como o menino que foi. E sente que alguma coisa de muito ruim está por lhe acontecer, sem saber exatamente o quê.

Por isso, pesquisou o significado da Rainha de Espadas em vários livros místicos, à procura de algo que lhe ajudasse a desvendar quem era e por que o aterrorizava tanto.

Resumidamente, destacou algumas qualidades comuns à Rainha de Espadas em vários místicos:

A Rainha de Espadas é a mais racional de todas as Rainhas. É aquela mulher intelectual, para quem o conhecimento é importante. Assim, está sempre estudando e querendo saber mais coisas, para se manter sempre atualizada e estimular sua inteligência. Seu contato com o mundo é mais racional e por isso está sempre querendo compreender tudo pela razão. O risco dessa mulher é se tornar alguém pragmática demais, com dificuldade de entrar em contato com suas emoções. A Rainha de Espadas pode se tornar uma mulher mais fria e calculista, sempre preocupada e muito distante de seus sentimentos.

Quando acordou mais uma vez do pesadelo com a Rainha de Espadas, após a desfeita que julga ter sofrido da presidenta Dilma e do ministro Mantega, o que deixou Civita intrigado é que, pela primeira vez, ele sentiu que conhecia aquele olhar. Precisava pesquisar, puxar pela memória para descobrir onde o teria visto e a quem pertenceria.

No entanto, pressionado pela repercussão altamente negativa da reportagem da revista Veja em que um suposto Marcos Valério teria afirmado que o ex-presidente Lula era o chefe do mensalão do PT, Civita deixou o assunto de lado.

Felizmente, com os contatos certos, a maré, ao final da semana, parecia estar virando a seu favor. Seu ex-empregado Kamel foi alçado ao posto mais alto do Jornalismo da Rede Globo. Com uma manobra engendrada por Serra, o Datafolha, do Grupo Folha, trabalhou com a margem de erro e, contrariando todos os demais institutos, apontou uma subida na intenção de votos de seu candidato e uma queda na do adversário a ser batido, Haddad, para derrotar o Nove Dedos.

O objetivo é desconcentrar a campanha do petista e induzi-los a erros e a brigas internas por poder - no que o PT é especialista.

Um segundo turno entre Serra é Russomanno é o sonho de Civita. Com seus repórteres investigativos na Papuda, ele conta com os policiais federais e demais arapongas que sempre trabalharam para Serra. Há material para desconstruir Russomanno e não deixar pedra sobre pedra. Policarpo Junior trabalha nisso e lhe afirmou que o candidato de Edir Macedo não resiste a uma capa de Veja.

"Vai ser minha salvação. Com Serra na prefeitura, o Grupo Abril pode continuar investindo em livros didáticos, com a revista Veja fazendo o mesmo papel de derrubar as pretensões do Nove Dedos de se perpetuar e a seu grupo no poder."

Para quem chegou a pensar que a sexta-feira da semana passada era a do seu fim, Civita está tão feliz hoje que resolveu fazer uma limpeza em sua mesa, que há muito estava entulhada com vários papéis, folhas avulsas, provas de revistas.

Foi quando, em meio ao amontoado, surgiu a foto daquele olhar que reconhecera como o da Rainha de Espadas.

Sim, era ela, aquele olhar dela, e o menino que ele foi entrou imediatamente em sua sala, sentou-se em sua cadeira e, com as mãos trêmulas de terror, segurou a foto dela, a Rainha de Espadas.  

(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações)


Segredos de Civita, parte 5. Serra, os números do Datafolha e a revelação de quem é a Rainha de Espadas dos pesadelos de Civita

Se você não leu as partes I, II, III e IV, clique aqui e confira:

Ou então, prossiga:

Os pesadelos com a Rainha de Espadas sempre atormentaram o presidente do grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita, desde que era uma criança em Milão, onde nasceu. A princípio, a imagem que lhe vinha dela era a da Madrasta Má, da Branca de Neve.

Com o passar dos anos, a imagem se escanesceu, mas não sumiu de todo. Quando sonha com a Rainha de Espadas, acorda sempre apavorado, como o menino que foi. E sente que alguma coisa de muito ruim está por lhe acontecer, sem saber exatamente o quê.

Por isso, pesquisou o significado da Rainha de Espadas em vários livros místicos, à procura de algo que lhe ajudasse a desvendar quem era e por que o aterrorizava tanto.

Resumidamente, destacou algumas qualidades comuns à Rainha de Espadas em vários místicos:

A Rainha de Espadas é a mais racional de todas as Rainhas. É aquela mulher intelectual, para quem o conhecimento é importante. Assim, está sempre estudando e querendo saber mais coisas, para se manter sempre atualizada e estimular sua inteligência. Seu contato com o mundo é mais racional e por isso está sempre querendo compreender tudo pela razão. O risco dessa mulher é se tornar alguém pragmática demais, com dificuldade de entrar em contato com suas emoções. A Rainha de Espadas pode se tornar uma mulher mais fria e calculista, sempre preocupada e muito distante de seus sentimentos.

Quando acordou mais uma vez do pesadelo com a Rainha de Espadas, após a desfeita que julga ter sofrido da presidenta Dilma e do ministro Mantega, o que deixou Civita intrigado é que, pela primeira vez, ele sentiu que conhecia aquele olhar. Precisava pesquisar, puxar pela memória para descobrir onde o teria visto e a quem pertenceria.

No entanto, pressionado pela repercussão altamente negativa da reportagem da revista Veja em que um suposto Marcos Valério teria afirmado que o ex-presidente Lula era o chefe do mensalão do PT, Civita deixou o assunto de lado.

Felizmente, com os contatos certos, a maré, ao final da semana, parecia estar virando a seu favor. Seu ex-empregado Kamel foi alçado ao posto mais alto do Jornalismo da Rede Globo. Com uma manobra engendrada por Serra, o Datafolha, do Grupo Folha, trabalhou com a margem de erro e, contrariando todos os demais institutos, apontou uma subida na intenção de votos de seu candidato e uma queda na do adversário a ser batido, Haddad, para derrotar o Nove Dedos.

O objetivo é desconcentrar a campanha do petista e induzi-los a erros e a brigas internas por poder - no que o PT é especialista.

Um segundo turno entre Serra é Russomanno é o sonho de Civita. Com seus repórteres investigativos na Papuda, ele conta com os policiais federais e demais arapongas que sempre trabalharam para Serra. Há material para desconstruir Russomanno e não deixar pedra sobre pedra. Policarpo Junior trabalha nisso e lhe afirmou que o candidato de Edir Macedo não resiste a uma capa de Veja.

"Vai ser minha salvação. Com Serra na prefeitura, o Grupo Abril pode continuar investindo em livros didáticos, com a revista Veja fazendo o mesmo papel de derrubar as pretensões do Nove Dedos de se perpetuar e a seu grupo no poder."

Para quem chegou a pensar que a sexta-feira da semana passada era a do seu fim, Civita está tão feliz hoje que resolveu fazer uma limpeza em sua mesa, que há muito estava entulhada com vários papéis, folhas avulsas, provas de revistas.

Foi quando, em meio ao amontoado, surgiu a foto daquele olhar que reconhecera como o da Rainha de Espadas.

Sim, era ela, aquele olhar dela, e o menino que ele foi entrou imediatamente em sua sala, sentou-se em sua cadeira e, com as mãos trêmulas de terror, segurou a foto dela, a Rainha de Espadas.

Datafolha e a campanha de Haddad em SP. Não dispersar energias, precisamos derrotar Serra e depois Russomanno

A última pesquisa Datafolha aponta subida de Russomanno e Serra (este, de um ponto) e uma queda de Haddad (dois pontos).

Discutir a veracidade da pesquisa é abobrinha. A verdade é que Serra e Haddad disputam palmo a palmo quem vai enfrentar Russomanno no segundo turno.

Nos últimos dias, a campanha de Haddad (e aqui não falo das de rádio e TV, mas no geral) perdeu um pouco o foco. Ela havia pegado o pescoço de Serra, que saiu declarando aos quatro ventos que sua rejeição era fruto de uma campanha do PT que dizia que ele abandonaria mais uma vez a prefeitura, caso eleito.

Acusou o golpe? Então, não se pode desgrudar do pescoço dele e continuar batendo na tecla de que ele não cumpre mandatos, não cumpre palavra, que a candidatura à prefeitura de São Paulo é só um degrau para que ele daqui a dois anos se lance novamente candidato à presidência ou ao governo do estado de SP.

Também a campanha não pode parar de bater em outra tecla: Kassab é Serra, e vice-versa. A rejeição a Kassab é imensa. 80% dos paulistanos anseiam por mudança. E Kassab só está na prefeitura graças a Serra. Foi seu vice e teve seu apoio na eleição passada.

Do nosso lado, a excelente campanha de Haddad já o tornou conhecido. Agora é hora de emoção Parar com a campanha tipo Nextel e passar para o povão. Mostrar a cidade abandonada pelo prefeito Kassab e por Serra, que a trocou por objetivos próprios.

É hora também de consertar a burrice de ter nomeado Marta Ministra da Cultura agora (friso o agora), no meio da campanha em que ela foi chamada para ajudar Haddad em áreas em que é bem avaliada.

O MinC é importantíssimo, mas, no momento, a prefeitura de São Paulo é mais. É preciso tirar o PSDB e seus aliados dali, cortar um dos mais importantes braços financeiros da mídia corporativa.

Marta tem que ir para as ruas, gastar sapato, e, junto com ela, nossa brava Erundina. Cadê Erundina?

A hora é de somarnos forças para derrotar Serra e forçarmos a nova eleição contra Russomanno no segundo turno.

Os pontos são: Lembrar que Kassab é Serra. Que Serra não tem palavra. Colocar Marta e Erundina no coração da campanha e nas ruas. O resto é com a militância. Quem tem uma igual ao PT?


Segredos de Civita, parte 4. Como a reportagem caluniosa encomendada por Serra pode levar o Grupo Abril ao abismo

Se você não leu as partes I, II e III, clique aqui e confira:
Ou então, prossiga:

Ao chegar sem aviso à sala do diretor de Veja em Brasília, Policarpo Júnior, Civita foi surpreendido com a cena insólita de vê-lo sentado na cadeira, com calças e cuecas arriadas até o chão, e um homem quase careca ajoelhado à sua frente, com a cabeça entre suas pernas, numa posição de...

"Fechei a porta e saí dali. Não queria imaginar o que estaria acontecendo. Ou melhor, não podia. Se o homem ajoelhado fosse quem eu pensava, teria que demitir um de meus mais dedicados colaboradores", disse Civita. Não chegou a declinar o nome, mas pistas que soltou aqui e ali para alguns amigos indicam quem seja.  "Como posso julgar um homem de fidelidade canina, que escreve seus posts na madrugada e passa o dia escrevendo centenas - às vezes, milhares - de comentários forjados no seu blog?".

Civita se lembrou da cena, quando pensou em procurar Policarpo para tentar uma solução para seu problema com a última edição de Veja. Temia ter passado do limite e receber uma resposta agressiva do governo, logo agora que o grupo Abril se encontra à beira da falência.

Não foi a Brasília, e Policarpo veio até ele com a solução. Mas, para aplicar a ideia de Policarpo, Civita precisaria utilizar um jornalista que não fosse de Veja nem da Abril, mas tivesse a mesma determinação de caluniar o Nove Dedos. Pensou em O Globo e ligou para Kamel, seu ex-empregado.

Nota do Blog do Mello: Como estes acontecimentos são recentes, não pudemos confirmar com Civita nem seus amigos e interlocutores se o jornalista escolhido foi o blogueiro de O Globo Ricardo Noblat. Também não consegui falar com Noblat, mas ele não negou nada. E tudo indica que foi ele o escolhido sim, porque Noblat começou a disparar postagens em seu blog e no Twitter utilizando informação que já constava de uma reportagem do mesmo Rodrigo Rangel que editou a dessa última semana, a mando de Serra. Confira:

Para mostrar que não estava blefando, como já fizera em outras ocasiões, o empresário [Marcos Valério] disse que enviaria às autoridades um vídeo com um depoimento bombástico, gravado por ele em três cópias e escondido em lugares seguros. Seria parte do acordo de delação premiada com os procuradores. Seu arsenal também incluiria mensagens e documentos que provariam suas acusações. [íntegra aqui, em reportagem de 22 de julho, há quase dois meses]

Não é muito semelhante à história dos quatro vídeos espalhada por Noblat?

Mas, nosso blog não especula. Trabalhamos apenas com fontes confiáveis, pessoas ligadas ao presidente do Grupo Abril e da revista Veja, Roberto Civita. E o que elas nos contaram, além do que até aqui relatamos, fala também de um pesadelo recorrente de Civita.

Rainha de Espadas

O pesadelo com a Rainha de Espadas perturba Roberto Civita desde sempre. Nunca procurou um psicanalista para ajudá-lo a decifrar o mistério por um motivo que diz muito de sua personalidade: "As pessoas pagam para me ouvir falar. É um absurdo que eu tenha de pagar a alguém para que me ouça".

Por isso, o pesadelo o atormenta, sem que ele consiga decifrá-lo. Sempre surge num momento de crise. E surgiu mais uma vez agora, naquela sexta-feira em que a presidenta Dilma desmarcou sua ida ao seminário para mais de mil empresários que ele patrocinava e o ministro da Fazenda Guido Mantega abandonou a mesa de debates sem justificativa.

Civita saiu meneando a cabeça, com a sensação de que o chão se abria a seus pés. A reportagem encomendada por Serra ("com aspas, com aspas") acusando o Nove Dedos de chefe do mensalão pode ter sido a gota que faltava para transbordar o ressentimento do governo com a revista e, com a rejeição recorde de Serra em São Paulo, esse poderia ser o mais largo passo do Grupo Abril em direção ao abismo.

Civita tomou a decisão costumeira: engoliu alguns comprimidos de tranquilizante e pediu ao motorista para dirigir sem destino pela capital paulista. Logo, ele estaria dormindo, como de outras vezes, um sono profundo, sem sonhos, que poderia durar um dia inteiro.

Surpreendentemente, isso não aconteceu. Ele mais uma vez sonhou que estava num lugar enevoado, sem saber onde e por que estava ali, e era direcionado a uma sala, com uma mesa oval no centro. Nela, uma toalha de renda branca, com vários objetos misturados e espalhados - búzios, baralhos diversos, cordões - até que uma mão - sempre aquela mão -, uma mão de mulher, com muitas pulseiras, jogava à sua frente uma carta. E depois virava a carta e revelava a Rainha de Espadas. Mais uma vez, tomado de intenso pavor diante da carta, Civita acordou. Como das outras vezes em que tinha o pesadelo.

Com uma diferença. Dessa vez, algo lhe chamou a atenção: o olhar da Rainha de Espadas, que o aterrozara a vida inteira, lhe pareceu, pela primeira vez, subitamente familiar. Conhecia aquele olhar. Mas, de onde?

Puxou pela memória. Pesquisou. E quando descobriu de quem era o olhar da Rainha de Espadas Civita ficou mais aterrorizado ainda (continua amanhã)

(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações. Tentamos também contacto através de nosso celular. Mas nosso plano Infinity da Tim não permitiu que nenhuma ligação se completasse.Por isso não conseguimos entrevista com Civita, Serra ou FHC, mas, frisamos, nenhum deles desmentiu nada. E, por favor, ministro Paulo Bernardo e Anatel, vamos dar um jeito nessa pouca vergonha das operadoras, ou aumente a nossa Bolsa-Twitter)

Leia também:



Segredos de Civita, parte 3. Civita: 'Foi Serra quem me obrigou a fazer a reportagem do Valério acusando Lula'

Se você não leu as partes I e II, clique aqui e confira Os segredos do tucanoduto. Civita acusa: 'Serra me usou como um boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo' e Os Segredos de Civita, parte 2. Os planos da quadrilha incluíam Serra no Planalto e Demóstenes no STF. Ou então, prossiga:

Dos tempos em que gozava das intimidades do poder em Brasília, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Roberto Civita diz guardar muitas lembranças. Algumas revelam a desenvoltura com que personagens centrais do tucanoduto transitavam no coração do governo FHC, antes da eclosão do maior escândalo de corrupção da história política do país – a privataria tucana. Civita lembra das vezes em que José Serra, seu interlocutor frequente até a descoberta do esquema, participava de animados encontros à noite no Palácio da Alvorada, que não raro lhe servia de pernoite. "O Serra dormia (se é que se pode usar a palavra em relação a ele)  no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com FHC à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro." Civita deixa transparecer que ele próprio foi a uma dessas reuniões noturnas no Alvorada.

Sobre sua aproximação com Serra, Civita conta que, diferentemente do que os petistas dizem, ele conheceu Serra durante a campanha de 2002. Já o conhecia anteriormente, mas só a partir de sua campanha à presidência tornaram-se mais íntimos. FHC lhe disse que Serra precisava de uma imprensa que repercutisse o que os agentes da PF a serviço de Serra conseguiam sobre os adversários. "Ele precisava da Veja para publicar o escândalo. Depois a Globo repercutia e o Nove Dedos caía nas pesquisas”.

Só que isso não aconteceu e Lula foi eleito. Manteve-se o esquema, mas agora com o objetivo de derrubar o Nove Dedos e trazer os tucanos de volta ao poder. A parceria deu certo e desaguou no chamado mensalão do PT, uma parceria entre os arapongas de Serra e um bicheiro de Goiás, que hoje todos conhecem como Carlinhos Cachoeira.

Mas, nem isso, nem a provável condenação de todos os petistas pelo STF, parece servir de alguma coisa para José Serra. Por isso, Civita não se assustou quando recebeu uma vista, às três da madrugada, do candidato tucano à prefeitura de São Paulo. Com a “sutileza” que o caracteriza, Serra ordenou a Civita que a Veja ligasse diretamente Lula ao mensalão, para que ele não pudesse mais fazer campanha para Haddad. Tinha que ser uma matéria agressiva, definitiva. “Você tem que dizer que Marcos Valério declarou à Veja que Lula sabia de tudo e era o chefe do mensalão”.

Civita providenciou a reportagem e a enviou na terça-feira, para aprovação. "Foi Serra quem me obrigou a fazer a reportagem do Valério acusando Lula" - disse a amigos. Serra aprovou, mas fez uma ressalva: “Tem que por aspas, tem que colocar como se Valério estivesse afirmando aquilo”. Civita quis argumentar que aquilo queimaria a revista. Mas Serra foi intransigente: “Quem não pode se queimar sou eu. Se eu não me eleger, vocês perdem tudo da prefeitura e vão entregar o governo de São Paulo para o PT daqui a dois anos. Adeus, livros didáticos. Adeus, assinaturas das revistas. Adeus, parcerias. Nada de trololó. Bota aspas e depois se virem para dizer que ele declarou tudo aquilo. Vocês são especialistas nisso”.

Sem alternativa, Civita concordou. Pensou em ir falar com Policarpo, seu diretor em Brasília, especialista nesse tipo de manobra. Mas se conteve. Teria de falar com ele pessoalmente, pois o telefone poderia estar grampeado. Mas guarda ainda fresca na memória a surpresa que teve ao fazer uma visita inesperada ao diretor. Ao entrar na sala, encontrou Policarpo sentado na cadeira, calça e cueca abaixadas até o tornozelo, com um homem quase careca ajoelhado à sua frente, aparentemente... A palavra que lhe veio à cabeça foi "fellaccio"... Quem era o careca? (continua amanhã)

(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações. Tentamos também contacto através de nosso celular. Mas nosso plano Infinity da Tim não permitiu que nenhuma ligação se completasse.Por isso não conseguimos entrevista com Civita, Serra ou FHC, mas, frisamos, nenhum deles desmentiu nada. E, por favor, ministro Paulo Bernardo e Anatel, vamos dar um jeito nessa pouca vergonha das operadoras, ou aumente a nossa Bolsa-Twitter)

Leia também:

Os Segredos de Civita, parte 2. Os planos da quadrilha incluíam Serra no Planalto e Demóstenes no STF

Se você não leu a parte I, clique aqui e confira Os segredos do tucanoduto. Civita acusa: 'Serra me usou como um boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo'. Ou então, prossiga:

Com a segurança de quem transitava com desenvoltura pelos gabinetes oficiais, inclusive os palacianos, e era considerado um parceiro preferencial pela cúpula tucana, o presidente do Grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita afirma que, primeiro FHC, mas, depois e até hoje, Serra “comandava tudo". Em sua própria defesa, diz que como operador das reportagens encomendadas contra o PT não passava de um “boy de luxo" de uma estrutura que tinha o então presidente e seu candidato no topo da cadeia de comando. "FHC era o chefe, hoje é Serra”, repete Civita às pessoas mais próximas.

A afirmação se choca com todas as versões apresentadas por Serra desde que o livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro, foi lançado, de que tudo era “lixo, lixo, lixo”.

A ira de Roberto Civita desafia a defesa clássica do ex-presidente FHC de que não sabia do Tucanoduto e nada teve a ver com o esquema arquitetado em seu primeiro mandato para sua reeleição. “Todo mundo sabe que ele comprou a emenda de sua reeleição. Sem contar os escândalos na área da saúde, comandada por Serra. E mais a lista de Furnas, a privataria, o Banestado, o Proer”...

Amigos contam que o que mais deprime Civita é a situação quase falimentar do Grupo Abril. A Veja se sustenta com anúncios. Para obtê-los deve produzir edições com tiragens de mais de um milhão de exemplares, que não se pagam com as assinaturas e vendas nas bancas. “Estamos queimando a casa [Grupo Abril – Nota do Blog] para produzir lenha para a Veja. Até cópia xerox, proibi na empresa”.

A rota de fuga de Serra evoluiu mais tarde para a negação completa, com a tese nefelibata de que a privataria tucana nunca existiu, tendo sido apenas uma armação do PT para chegar ao poder. A narrativa de Civita coloca Serra não apenas como sabedor de tudo o que se passava - Sanguessugas, Vampiros, Proer, Banestado, Privataria -, mas no comando das operações."Há até um vídeo na internet em que FHC confirma isso" [o vídeo é este aqui - Nota do Blog].

“O chefe é Serra. O objetivo era colocá-lo na presidência e Demóstenes [ex-senador cassado Demóstenes Torres, que também foi expulso do DEM – Nota do Blog] no Supremo. Com Demóstenes e Gilmar Mendes lá, o Brasil seria nosso”. No entanto, Demóstenes foi derrubado por operação da PF e Serra mais uma vez derrotado na luta pelo Planalto. “Agora, nem a prefeitura. Nossa salvação seriam os livros didáticos que ele colocaria nas escolas. Mas, agora, nem isso”...

Civita não esconde que se encontrou com Serra diversas vezes no Palácio do Planalto. Ele faz outra revelação: “Do FHC ao Serra era só descer a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá embaixo, vamos”. A frase famosa e enigmática de José Serra — "Tudo que eu faço é do conhecimento de FHC” — ganha contornos materiais depois das revelações de Civita sobre os encontros em palácio. Roberto Civita reafirma que pode acabar nas barras do Supremo Tribunal, mas faz uma sombria ressalva. “Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Serra porque eu, o Paulo Preto e o FHC não falamos”, disse na semana passada a um dos únicos amigos do bar da periferia que tem freqüentado anonimamente.

“Mas, se eu quebrar, não vou sozinho. Produzi um vídeo com quatro cópias”... Nesse instante, o telefone de Civita tocou e ele se afastou. Foi possível ouvir apenas “Diogo, já estamos promovendo seu livro na revista e pagando os processos. Estou na lona. O dinheiro acabou”... (continua amanhã)

 (O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações. Tentamos também contacto através de nosso celular. Mas nosso plano Infinity da Tim não permitiu que nenhuma ligação se completasse.Por isso não conseguimos entrevista com Civita, Serra ou FHC, mas, frisamos, nenhum deles desmentiu nada)
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Os segredos do tucanoduto. Civita acusa: 'Serra me usou como um boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo'

Faltavam catorze minutos para as 2 da tarde da última sexta-feira quando o empresário Roberto Civita, presidente da revista Veja e do Grupo Abril, parou seu carro em frente a um bar, em São Paulo. Responsável pelas mais infames acusações aos governos dos presidentes Lula e Dilma, ele tem cumprido religiosamente a tarefa de ir até esse modesto bar numa região pobre da grande São Paulo. Desce do carro, vai até o balcão e é servido com sua bebida preferida, que sorve numa talagada. Chega mais cedo para evitar ser visto pelos outros bebuns e vai embora depressa, cabisbaixo. "O PSDB me transformou em bandido”, desabafa. Civita sabe que essa rotina em breve será interrompida. Ele não tem um átimo de dúvida sobre seu futuro.

Nessa mesma sexta, Civita havia organizado em mega-encontro, com mais de mil empresários do Brasil e do exterior.  Chamou o ilustre economista Paul Krugman e também o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Ambos confirmaram presença. Mas, em cima da hora, a presidente arranjou uma desculpa para não comparecer e o ministro abandonou a mesa de debates, sem dar satisfações. "Ali, foi selado meu destino" - acredita Civita.

Pessoas próximas ao empresário afirmam que Civita teria responsabilizado o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, pelo vexame que deu em público. Meneando a cabeça, ele saiu exclamando para quem quisesse ouvir: “Eu avisei ao Serra que ia dar merda! Eu avisei!”.

Apontado como o responsável pela engenharia que possibilitou ao PSDB e até recentemente ao DEM montar o maior esquema de espionagem, baixaria e calúnia da história, Civita enfrenta um dilema. Nos últimos dias, ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto que havia firmado com os tucanos. Para proteger os figurões, conta que assumiu a responsabilidade de cometer crimes que não praticou sozinho, mas com a ajuda de Carlinhos Cachoeira e seu grupo de arapongas, que faziam as “reportagens investigativas” de Veja, para defender interesses dos demo-tucanos. Civita manteve em segredo histórias comprometedoras que testemunhou quando era o "predileto" do poder, relacionadas à privataria e aos escândalos da área de saúde do governo FHC, comandada por José Serra. Em troca do silêncio, recebeu garantias. Primeiro, de impunidade. Depois, quando o esquema teve suas entranhas expostas pela Policia Federal, de que nada aconteceria a ele nem a Demóstenes Torres. Com a queda de Demóstenes, logo após a prisão de Cachoeira, além de ter a equipe da revista desfalcada, Civita tentou um último subterfúgio para não naufragar: mandou fazer uma capa de destaque com a presidente Dilma.

Serra ficou enfurecido e o ameaçou. "Ele disse que abriria o jogo e mostraria que por trás de Carlinhos Cachoeira estava Policarpo, e por trás de Policarpo, eu".

Civita guarda segredos tão estarrecedores sobre o tucanoduto que não consegue mais reter só para si — mesmo que agora, desiludido com a falsa promessa de ajuda dos poderosos que ele ajudou, tenha um crescente temor de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel. Os segredos de Civita, se revelados, põem o ex-presidente FHC e José Serra no epicentro do maior escândalo de corrupção da história, a privataria tucana. Puxado o fio da meada, vêm juntos o caso Banestado, o Proer, a venda da Vale, o Fonte Cindam, a lista de Furnas. Sim, e, no comando das operações, Serra. Sim. Serra, que, fiel a seu estilo, fez de tudo para não se contagiar com a podridão à sua volta, mesmo que isso significasse a morte moral e política de companheiros diletos. Civita teme, e fala a pessoas próximas, que se contar tudo o que sabe estará assinando a pior de todas as sentenças — a de sua morte: "Vão me matar. Tenho de agradecer por estar vivo até hoje". (continua amanhã)
 


(O Blog diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado por nossa equipe, que atravessou a Dutra numa Kombi comprada com o Bolsa-Twitter, Civita não foi encontrado, não quis dar entrevista, mas não desmentiu nada. A maior parte desta reportagem foi copiada da própria Veja, trocando apenas os nomes das pessoas para dar veracidade às informações)

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Íntegra da reportagem de Veja com Marcos Valério. Confira a entrevista fictícia que visa atingir o presidente Lula

Como é uma imagem grande, para não pesar o blog, a íntegra da reportagem de Veja desta semana está aqui.

Chamo sua atenção para um detalhe, que destaquei em amarelo. Há uma frase que não tem prosseguimento. É o único flagrante em que isso acontece. Por que será? Repare aqui e confira lá.

"O medo ainda constrange Marcos Valério a limitar suas revelações a...". A frase não tem prosseguimento na página seguinte, não sei se por deficiência da própria revista ou de uma editada malandra de quem copiou a matéria, tentando esconder o que O Globo revela, em reportagem de hoje, na página 10 de seu Primeiro Caderno:

A revista Veja diz que as afirmações foram feitas a diversos interlocutores. Procurado pela publicação, Valério teria evitado dar entrevista, mas não desmentiu nada.

Mas, se, como informa a Veja, Valério não deu entrevista, como poderia desmentir ou confirmar algo?

É o novo boimate da Veja. Eles inovam, fazendo uma entrevista sem a participação do entrevistado. Um depoimento sem depoente. Ou seja, uma fraude total.


Desconstruir Russomanno agora é fazer o jogo de Serra. Serra ainda é o adversário

Vejo muita gente assustada com uma possível disparada de Russomanno na disputa pela prefeitura de São Paulo.

Estão partindo para o ataque a ele, quando o adversário de Haddad agora ainda é Serra, com quem ele disputa uma vaga no segundo turno.

Serra está se dissolvendo. Mas pode herdar votos de Russomanno, caso este comece a cair.

Por isso, o alvo da campanha continua a ser Serra. Precisamos primeiramente derrotá-lo e depois partir para desconstruir Russomanno, inflado pela disputa PT-PSDB.

Quais são os processos a que Serra responde? Em que pé estão? A candidatura dele está OK na Justiça Eleitoral?

Em 14 de julho a Folha publicou uma reportagem, que foi reproduzida no Portal Terra, com a informação de que o Ministério Público Eleitoral (MPE) de São Paulo pediu a impugnação das candidaturas de José Serra e Celso Russomanno:

O promotor Roberto Senise, que faz parte do grupo que analisou os pedidos de candidatura, afirma que Serra não apresentou certidões com a situação atual dos processos a que responde. [Fonte]

Que processos são esses? Quantos são? Em que pé estão? Será que um deles é este aqui, onde se requeria a quebra do sigilo de Serra, os extratos de suas movimentações financeiras e como comprou a casa onde reside, que publiquei em outubro de 2010?


Serra colocou plantonistas na porta de Cartório Eleitoral para evitar que saíssem provas de corrupção

A denúncia contra Serra foi feita pelo ex-deputado e ministro do Superior Tribunal Militar Flavio Bierrenbach. Confira postagem do Conversa Afiada, do PHA:


O Conversa Afiada publicou post de título “Dilma, desmascare o Serra. Ele não tem escrúpulos”.

Aí se diz:  
Dilma, você já ouviu falar no Flavio Bierrembach ?
O Flavio é um homem honrado.
Ele era candidato a deputado com o Serra e acusou o Serra de ladrão.
O Serra foi para cima dele.
Por azar, a ação caiu na mão do Juiz Walter Maierovitch.
Maierovitch chamou o Bierrembach às falas: que historia é essa de chamar alguém de ladrão, sem provas ?
O Bierrembach pediu “exceção da verdade” – ou seja, quero provar o que digo.
Maierovitch imediatamente deu ao Bierrembach o direito de provar o que dizia.
Dilma, sabe o que o Serra fez ?
Engavetou a ação.
Chama o Bierrembach para contar essa história.
Chama o Maierovitch – e só ligar para a Mara, secretária do Mino, na Carta Capital, que a Mara acha o Maierovitch rapidinho.
A propósito, o Conversa Afiada recebeu o seguinte e-mail do Maierovitch:

Caro Paulo Henrique.
–1. Seguem os meus telefones, sem precisar procurar a Mara, mencionada no seu texto.
–2. Antes de mais nada. Não tenho filiação política partidária e nem religião. Não busco cargos e não tenho vocação para me tornar parlamentar.
Sou independente e não faço média. Para deixar claro: votei para o Galeno Amorim (PT), Luiza Erundina (PSB), Aloísio Nunes Ferreira (PSDB), Marta (PT), Fábio Feldman(PV) e Dilma (PT).
Como dediquei a minha vida ao estudo da criminalidade organizada transnacional, com especial atenção ao comportamento dos seus membros e como se movem quando apanhados pela Justiça, o Serra nunca perdi de vista. Isto pelo comportamento em face do processo criminal em que tudo fez para não ser apurada a exceção da verdade proposta pelo Flávio Bierrembach: até o advogado Marcio T.Bastos foi contratado para substituir o filho do Covas (advogado do Serra). Mais ainda, à época dois plantonistas desigados pelo Serra revezavam-se no Cartório Eleitoral. Cumpriam a tarefa de evitar a saída, por erro cartorial, de ofícios que indagavam das movimentações financeiras de Serra, estas necessárias para comprovar o arguído por Berrembach. Também para apurar, pois ventilado,  eventual compra de uma mansão no aristocrático bairro da City Lapa, dada como domícilio e residência de Serra : os ofícios, em razão da liminar, tinham sido apensados ao autos processuais. E Serra, recém eleito deputado federal, defendia, nos autos, a privacidade e não transparência. Em resumo, e daí os plantonistas,, não desejava que, com as expedições dos ofícios suspensos por liminar, viessem respostas. Destaco essa passagem por ter lido entrevista de Serra a sustentar “nunca ter sido envolvido em processos escandalosos referente a corrupção”.

A propósito, na Máfia, quer na siciliana, quer na Cosa Nostra sículo-norte-americana, esconder o patrimônio e se passar por “furbo” (espertalhão) é a regra adotada pelos capi dei capi (chefões). Só que tem um particular, de natureza ética, como ressaltado no episódio a envolver Bernardo Provenzano. O referido Provenzano, já chefe dos chefes da Máfia e foragido por mais de 40 anos sem deixar o comando da  organização e tirar os pés da Sicilia, avisou o procurador nacional antimáfia, quando preso e posto à sua frente: – “Vamos deixar claro. O senhor faz o esbirro e eu o mafioso. Cada um na sua, sem disfarces”. Depois do aviso e contente por não esconder o que era, mergulhou no mais absoluto silêncio.
Em termos de transparência, prefiro Provenzano a Serra.
Atenciosamente.
Wálter Fanganiello Maierovitch   


Oficial da PM do Rio defende redução da maioridade penal. Eu defendo a extinção das PMs no Brasil




Em artigo reproduzido no Nassif, o tenente coronel da reserva da PM do Rio Milton Corrêa da Costa defende a redução da maioridade penal. É direito dele, e sei que ele vocaliza o pensamento de muitos como ele - militares, policiais ou não, mas especialmente donas de casa apavoradas com o noticiário, velhinhos indefesos, todos vitimados pelos Datenas da vida.

A violência é real? Sim. Há menores assaltando, traficando, assassinando e sendo manipulados por criminosos adultos, exatamente por serem menores de idade? Sim.

Mas, a solução estaria na pura e simples redução da maioridade penal? Para quantos anos? 15? 14? 13? 12? Quantos?

Suponhamos 12. Alguém já imaginou um menor de 12 anos num presídio como Bangu I, por exemplo?

Além disso, alguém acha que por conta disso os bandidos não iriam arregimentar menores de 12 anos? Crianças com 11, 10, 9 anos, algumas com chupeta na boca e papelote na mão para defender algum para a família? É isso?

Se a proposta viesse de um civil, eu ainda entenderia. Mas um oficial PM sabe muito bem como são indecorosas, indecentes, cruéis as condições de nossas penitenciárias. Sabe também muito bem que essas condições são reproduzidas tal e qual nos tais institutos de acolhimento para menores infratores, na realidade presídios imundos, violentos e indecorosos como os dos adultos.

Seria enxugar gelo, apenas mais uma faceta da necessidade de vingança, da lei de talião, do olho por olho que nos acomete quando sofremos uma violência, mas que não pode de modo algum ser reproduzida num estado democrático e que respeite os direitos humanos.

Já a extinção das PMs no Brasil, sim, seria uma forma imediata de diminuir a violência. Basta acompanhar o noticiário para perceber que praticamente não há crime no Brasil sem a participação direta ou indireta de policiais militares. Ou são agentes do crime, ou seus mandantes, ou seguranças.

Milicianos, em geral, são policiais militares. Assim como os que vendem segurança privada, espalhando insegurança.

Por isso, antes de se falar em redução da maioridade penal, deveríamos melhorar a qualidade dos presídios e dos institutos de menores infratores. Mas, antes de mais nada, extinguir as PMs do Brasil, educadas e formadas na ditadura militar, alimentadas pela certeza da impunidade - a mesma certeza dos torturadores da ditadura, até hoje sem pagar pelos crimes cometidos.

Com a desmilitarização, haveria a unificação das polícias, que é defendida há muito tempo pelos principais especialistas em segurança pública com respeito aos direitos humanos.

Acho que é um bom início para discussão. E você?


Datafolha Rio: Paes, 54. Soma de todos os outros, 28. Diferença entre Paes e os outros, 26. Quem ainda acredita em 2° turno?

A eleição para prefeito do Rio está decidida em favor do prefeito Eduardo Paes. Só Paes pode derrotar Eduardo, e vice-versa. A subida de Marcelo Freixo (de 13 para 18), foi quase que totalmente neutralizada pela recuperação do ponto perdido de Paes e do movimento desce-sobe entre Rodrigo Maia e Aspasia Camargo.

Se a diferença entre Paes e os demais candidatos, antes do início do horário eleitoral, era de 30 pontos, agora, três semanas depois, é de 26.

Se, em três semanas, a redução da diferença foi de apenas quatro pontos, como pensar que nas três semanas que restam (horário eleitoral termina em 4 de outubro) a situação vai se reverter?

Como disse aqui, quem quer um Rio ainda melhor tem que moderar o poder de Paes. Para isso a eleição dos vereadores é a mais importante neste momento.

É preciso que todos os que não gostariam de Paes novamente à frente da prefeitura (especialmente os eleitores de Freixo, o mais citado, mas por apenas 18%) se convençam de que é fundamental trabalhar por vereadores identificados com as causas sociais, ecológicas e que olhem para um Rio além da Copa e das Olimpíadas.

Só uma Câmara Municipal equilibrada poderá balancear a vitória de Paes, que se desenha avassaladora.

Rejeição a Serra sobe para 46% e tucano se aproxima do vexame de ser rejeitado por metade da cidade

Segundo pesquisa Datafolha divulgada hoje pela Folha (aqui), a rejeição a José Serra subiu mais quatro pontos. Agora 46% dos paulistanos não querem saber de Serra, e o tucano se aproxima do vexame de ser rejeitado por metade da cidade que quer administrar.

Serra está mais próximo do índice de rejeição a Paulo Maluf na eleição passada, 57%, do que de Russomano, quando se trata de intenção de votos: Russomano caiu três pontos e agora está com 32, enquando Serra caiu um, ficando com 20. São doze pontos atrás de Russomano na intenção de votos contra apenas 11 na disputa com Maluf pelo título de mais rejeitado da história de São Paulo.

Força, Serra, de quatro em quatro, em três semanas você chega lá e passa Paulo Maluf. Você merece.