Presidente da Amil: 'Vivíamos 40 anos e agora passamos para 80. Alguém precisa pagar essa conta'. Adivinha quem


Numa entrevista publicada hoje na Folha o médico oftalmologista e presidente da Amil Claudio Lottenberg fala sobre os problemas da saúde e dos planos de saúde no Brasil em geral para chegar no particular, aquilo que vem sendo ventilado desde que os golpistas assumiram o poder: querem aumentar mensalidades dos idosos, indo contra o que estabelece a lei hoje, e diminuir o rol de produtos obrigatórios.


É lógico que há crise no setor, como há crise em tudo no país sob golpe. Tudo, exceto especuladores do mercado financeiro e a quadrilha de ratos no poder.

A solução da Amil é cobrar mais dos idosos:

Essa discussão acompanha a que ocorre na Previdência. Se você quer que as pessoas se aposentem aos 65 anos, o reajuste das mensalidades tem que ir para os 65. Nós levamos 200 anos para viver o dobro. Vivíamos 40 anos e agora passamos para 80. Alguém precisa pagar essa conta. Se aumentar a capacidade contributiva cobrando mais, dá um respiro. O pessoal diz que está tirando o conforto dos velhinhos. É que nem emprego público. Tem uma hora que precisamos ver que Estado inchado, protegendo todo mundo, é muito complexa.

E reduzir o rol dos serviços [destaque em negrito é meu]:

Quando a gente fala de um rol mais reduzido, ou mesmo de plano popular, estamos trazendo mais oportunidade de aporte de recursos para saúde. Na Espanha, na Catalunha, as pessoas pagam um plano que dá direto a consulta com ginecologista, oftalmologista, clínico geral, e cobertura de atendimento de urgência. Mas não à alta complexidade, internação hospitalar. Isso responde por 54% de todo custo da saúde no setor suplementar. Eu posso decidir excluir isso e usar a rede pública [para a alta complexidade], já que eu pago impostos. Você desonera o setor público [com consultas, por exemplo] e dá o direito que a pessoa quer.

Perceberam? Eles querem o mamão com mel e que a alta complexidade (logo, altos custos) fique com o governo...

Sobre pagar o que as operadoras de saúde devem ao SUS (quase R$ 4 bilhões), nada falou nem nada lhe foi perguntado.

As operadoras de planos de saúde deixaram de pagar 51% dos recursos que, por lei, deveriam ser ressarcidos ao sistema público, segundo a ANS (agência reguladora). Desde 2000, o valor total cobrado foi de R$ 3,76 bilhões.
O pagamento se refere a pacientes que utilizam a rede pública para atendimentos que estão previstos na cobertura de seus planos de saúde.[Fonte: outra reportagem da Folha, de maio]

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